quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Trilogia Qatsi



A trilogia Qatsi (Koyaanisqatsi, Powaqqatsi e Naqoyqatsi) filmes dirigidos por Godfrey Reggio é imperdível para qualquer ambientalista, geógrafo, sociólogo, antropólogo, poeta, artista, músico, turismólogo, filósofo etc., mas também essencial para um Arquiteto e Urbanista refletir sobre o que o ser humano tem feito com o planeta Terra.
Tudo fica ainda mais belo com as trilhas sonoras fabulosas de Philip Glass. Corra atrás para assistir. Viva a Qatsi!

sábado, 26 de setembro de 2009

Grand Paris de Sarkozy


http://theurbanearth.files.wordpress.com/2009/03/proposta-roland-castro2.jpg

Veja no sítio uma interessante matéria sobre um ousado projeto para a Grande Paris, trabalho que reúne um grupo de grandes arquitetos, encomenddo pelo Presidente da França Nicolas Sarkozy .


http://urbanidades.arq.br/2009/06/le-grand-paris/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Desenho: Inseto

Inseto. Grafite. Ítalo Stephan, 1980

De olho na Câmara!

De olho no que está sendo discutido na Câmara Municipal de Viçosa:

Serviço de Limpeza Urbana:
O que se discute é se o serviço de limpeza urbana (resíduos sólidos - lixo) deve ir para o SAAE.
Há a questão da função social e o papel do estado nesse assunto, no caso o papel da competente autarquia municipal e sua capacidade de contratar trabalhadores via concurso e manter os recursos circulando no município. A terceirização do serviço ganha força por parte de alguns vereadores, pois os empresários estão de olho apenas nos recursos (300 mil reais), e podem prestar um serviço de forma precária, visando apenas o dinheiro.

Doação de um terreno público
Uma área de cerca de 1400 m2, próximo da ESUV, está sendo proposta para ser doada para a Associação Comercial fazer sua sede. Em contrapartida, doariam um pavimento para a PMV instalar a Secretaria de Ciência e Tecnologia, construiriam uma praça de cerca de 200 m2 para a população local. Enquanto isto, o município não encontra área para construir seus equipamentos. É descabida a proposta, uma vez que local mais adequado e pensdo para a sede da administração municipal e as secretarias é o Colégio de Viçosa. A destinação de terra pública tem que ser amplamente discutida. A proposta é absurda. O município não tem que resolver nada para a Associação Comercial. O município precisa preservar o pouquíssimo que tem de áreas para cumprir o seu papel de Estado, de forma a atender às necessidades da população. A área deve servir para a implantação de um equipamento público que atenda a região (edificação destinada à saúde, educação, assistencia socia letc.).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Conselhos que não aconselham

Os conselhos municipais de políticas públicas setoriais, como o de Patrimônio Cultural e Ambiental – CMCPCA, e o de Planejamento – COMPLAN, não funcionam como deveriam. O primeiro encontra dificuldades para funcionar e sofre pressões dos interesses imobiliários. O segundo poucas vezes funcionou e há anos está desativado e com isso vários problemas urbanos foram criados e ampliados.

O controle social pode ser feito individualmente, por qualquer cidadão, ou por um grupo de pessoas. Os conselhos municipais de políticas públicas são os canais mais efetivos de participação. A importância dos conselhos municipais está no seu papel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas. Os conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, cuja função é formular e controlar a execução das políticas públicas setoriais.

O CMCPCA, criado juntamente com a Política Municipal de Patrimônio Cultural (Leis Municipais 1146 e 1147, de 1996), foi instalado em 1998 e desde então conseguiu importantes ganhos para o município: recursos oriundos da Lei Robin Hood aplicados na recuperação da Estação Ferroviária, na melhoria do Balaústre, na reconstrução do telhado do Colégio de Viçosa e o oferecimento de cursos de Educação Patrimonial etc. Sempre funcionou com muitas dificuldades, pois a falta de apoio da administração municipal junto à Secretaria de Cultura jamais deu condições adequadas ao funcionamento do Conselho, tais como a manutenção de recursos humanos e a oferta de condições mínimas de funcionamento. As pressões do mercado imobiliário têm encaminhado uma série de pedidos de demolição de casarões antigos nas ruas do centro da cidade. O Conselho sente a pressão, uma vez que reconhece que há bens de valor arquitetônico, cultural e histórico que não deveriam ser substituídos por meras torres sem identidade, mas com muito valor econômico.

O COMPLAN, ah, pobre COMPLAN... Foi criado pelo Plano Diretor de 2000, como órgão superior de assessoramento e consulta da administração municipal, com funções fiscalizadoras, para monitorar, fiscalizar e avaliar a implementação da legislação urbanística e apreciar e deliberar sobre casos não previstos na legislação. Caberia a ele auxiliar o Poder Executivo municipal, principalmente o IPLAM, na ação fiscalizadora de observância das normas contidas na legislação urbanística e de proteção ambiental, bem como receber denúncias da população e tomar as providências cabíveis nas questões afetas ao Plano Diretor. Como se reuniu poucas vezes e está desativado há alguns anos, sem nenhuma explicação, isso favorece que aconteçam aberrações por toda a Viçosa, como ocorreu com a recente alteração no zoneamento, que permitirá a construção de prédios de dez andares na Rua Nova, em cima da bacia do Ribeirão São Bartolomeu.

É urgente que sejam tomadas providências no sentido de que o Poder Executivo garanta o funcionamento desses dois conselhos. Isso não depende de vontade política, é obrigação. O não cumprimento dessas exigências é desrespeitoso e ilegal. É fundamental que os setores organizados interessados no desenvolvimento sustentado da população, além da Câmara Municipal, acompanhem, colaborem, fiscalizem e encaminhem questões para que os conselhos cumpram seu papel. Enquanto isso fica desse jeito, Viçosa só perde. Perde muito. Fica cada vez mais feia, sem identidade, sem história. Fica cada vez mais intransitável, à beira de problemas gravíssimos, como o comprometimento da garantia do abastecimento da água, as construções irregulares e a crescente impermeabilização do solo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Acreditação no Mercosul

Cerca de 20 cursos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, selecionados e convidados pelo MEC, estão se preparando para o processo de acreditação no Mercosul, de forma a criar uma espécie de selo de qualidade entre as escolas sul-americanas.
O curso da UFV está dentre queles que irão pleitear a acreditação.
As escolas que obtiverem tal selo poderão oferecer aos alunos o sistema de mobilidade acadêmica, intercâmbio entre professores e dupla diplomação.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pacientes de banco

Seria chover no molhado falar das vergonhosas filas na grande maioria das agências bancárias das nossas cidades? As filas, além de nunca terem desaparecido, insistem em ficar cada vez maiores, apesar de leis que tentaram definir um tempo máximo de permanência nas filas; dos casos recentes na Bahia de tentar fazer cumprir a lei. Esse símbolo do descaso com o cidadão persiste apesar de todos os incríveis e mirabolantes avanços tecnológicos e informáticos; apesar do enorme movimento absorvido pelos caixas automáticos. Enquanto os lucros bancários chegam a cifras astronômicas e cobram-se tarifas para todos os tipos de serviços, é também imensurável o sofrimento com que cada um chamado “cliente” é obrigado a passar, sempre que precisa de algum atendimento específico que os caixas eletrônicos não resolvem. Um cálculo de quantas horas de trabalho envolvida nessa esperas revelaria um desperdício assombroso e injustificável. Há empresas que precisam de funcionários só para passarem horas e horas nos bancos. Sem contar as horas de lazer perdidas, os gastos com remédios para tirar as dores provocadas pela postura ereta demasiadamente exigida e pelo mal-estar das inevitáveis dores de cabeça.

O que quase sempre vemos nas agências bancárias é uma multidão de pessoas emboladas em intermináveis filas serpenteantes. Com a intenção de facilitar a vida de idosos, grávidas, mães com crianças no colo e portadores de cuidados especiais, algumas agências separam uma seção só para eles, mas as filas são enormes e os poucos assentos a eles/elas destinados não são suficientes. Ainda mais que esta separação não significa mais funcionários, e sim, menos atendentes para as filas dos clientes “normais”. Resultado: muitas pessoas muito tempo em pé, muito tempo mal acomodadas. Rara é a agência bancária que não obriga aos clientes a se amontoarem em salões muito mal ventilados, sem qualquer atrativo que amenize as horas que são obrigados a permanecer nestes ambientes quase desumanos. Nas agências, com sua inadequada arquitetura, exala-se suor, produz-se incômodo barulho e aflora-se facilmente o stress e o mau humor, com absoluta razão para o “cliente”. O desrespeito começa com o número insuficiente de funcionários, que certamente devem sofrer conseqüências pelo inadequado ambiente de trabalho. Provavelmente ganham salários não condizentes e são os primeiros a lidarem com as constantes manifestações de desagrado.

Os bilionários bancos, dentre eles alguns públicos, deveriam reconhecer esta vergonha e tomar providências para sanar os péssimos serviços prestados, e não apenas abrindo agências “vip” para os melhores correntistas (mais ricos que não têm tempo a perder e que podem quando quiserem mudar para outro banco) ou aplicando fortunas na mídia, com propagandas bonitinhas, “inteligentes”, falando de respeito, atenção, um futuro melhor, passando uma imagem de que é bom, que é ótimo ser seu cliente. Na realidade, os milhões de correntistas e usuários que alimentam a maior riqueza deste país são tratados de forma muito aquém do que merecem. Pagam caras tarifas e recebem de volta um tratamento de terceira categoria. É inadequado chamar estes cidadãos de clientes, pois são, no máximo fregueses. Talvez, pensando bem, poderiam muito bem ser chamados de pacientes.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Arquitetura e Urbanismo da UFV: Melhor curso do Brasil

O resultado do Enade 2008 aponta o Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa em primeiro lugar no Brasil, empatado com o curso da UFRGS, ambos com 430 pontos.
O curso obteve notas 5 nos 3 indicadores do MEC: Enade, IDD e Conceito Preliminar do Curso.
Os outros 4 cursos são da UFMG (424 pontos), PUC RJ (409 pontos) Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (385 pontos) e UEL (382 pontos).

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Requalificação do Cine Brasil de Viçosa

Escrito em conjunto com Beatriz Fialho
O Cine Brasil, inaugurado em 1956, é uma importante edificação, encravada no coração de Viçosa. Ultimamente tem sido veiculado na imprensa que há interesse em transformá-lo em um teatro para o município. A idéia é excelente, uma vez que a cidade e nem mesmo a UFV dispõem de um espaço adequado. Viçosa possui apenas o simpático, mas pequeno e inapropriado auditório da Estação Hervê Cordovil, para abrigar manifestações artísticas. O Cine Brasil, atualmente utilizado para fins comerciais, pode ser requalificado e transformado em um local apropriado para uso de apresentações artísticas, além de funcionar como um centro cultural. É o que muitas pessoas entendem que a cidade precisa, já há algumas décadas.

O Cine Brasil de Viçosa é um exemplar de características semelhantes a outros com o mesmo nome “Cine Brasil”, como o que existe em Leopoldina e o recém requalificado espaço em Belo Horizonte, reforçando seu caráter de marco cultural da capital mineira. Seu projeto foi de autoria do arquiteto carioca Edgard Velloso. Como cinema, funcionou até 1984. A sua construção possui características da arquitetura proto-modernista, como o despojamento de adornos, a força das formas geométricas e os panos de vidro verticais. Sua imponência ficou evidenciada pela marquise curva sobre um pilar em forma de cálice que ainda marca a paisagem. Como cinema, possuía capacidade para cerca de 800 pessoas sentadas (600 na platéia e 200 no balcão). O espaço passou alguns anos fechado, algumas salas foram transformadas em lojas, o pavimento superior foi utilizado como depósito. Foram feitas algumas alterações nas portas e janelas. Depois funcionou como cursinho pré-vestibular. Já em 1986 cogitava-se sua recuperação como Teatro Municipal. Em 1990 foi aprovada uma lei (Lei no 700/1990) que autorizava o prefeito a desapropriar o prédio para a implantação do projeto do teatro. Obviamente isso não aconteceu. Em 1990 tornou-se depósito de uma empresa distribuidora de bebidas, Em 1995 o Prefeito Geraldo Reis assinou o decreto no 3236 de 25/08/1995, declarando de “utilidade pública, para fins de desapropriação, amigável ou judicial (...) para nele funcionar o Centro de Cultura do Município”. Como mais essa iniciativa não vingou, o prédio foi usado como casa de festas, bar e a partir de 2003 um mercado de hortifrutigranjeiros.

Considerando a carência de espaços culturais em Viçosa e a sua posição central, sua requalificação, no sentido de preservar e resgatar seu valor histórico, arquitetônico e cultural, pode ser feita com a implantação de um centro cultural para a comunidade, que abrigue auditório, salas de aula, espaço de exposições e café. O Cine Brasil é um sonho que merece ser transformado em realidade. Depois das tentativas de dar a ele o uso devido, ressurge o interesse. Devemos dar apoio para aqueles que compartilham desse sonho e que têm força política e econômica, para que a lista de tentativas inócuas e a de usos para o belo edifício não se amplie indefinidamente. Ou que, como mais uma “presa” fácil do voraz mercado imobiliário, desapareça de nossa cidade, ou dê lugar a mais um horroroso edifício de micro apartamentos.

Escrito em conjunto com Beatriz Fialho