sábado, 21 de maio de 2011

Yes, we could!


Um dia, quem sabe, num futuro não muito distante, e ainda morando por estas bandas, pode ser que alguém sinta-se nostálgico num desses sábados sem muita opção para sair e resolva assistir a um bom filme de ficção, desses antigos. Dentre os títulos disponíveis escolhe um: "Blade runner: o caçador de androides".
Terminada a sessão, esse nosso personagem abre a janela, olha para a paisagem urbana que o rodeia e suspira:
Putz, que coisa!
Agora entendo porque tanta gente gritou contra aquelas mudanças que permitiram adensar desmesuradamente essa cidade.
Não imaginava que aquele cenário de uma Los Angeles destroçada, mostrada neste filme feito há tantos anos pudesse ser "replicado" aqui...
E um pensamento recheado de remorso invade sua mente: pois é, eu não dei importância para aquele movimento, para aquelas pessoas que defendiam intransigentemente a manutenção da legislação...
Eu não estava câmara, mas poderia ter influenciado quem estava lá.
Poderia ter alertado sobre as conseqüências que aquele ato traria para a cidade.
Poderia até ter sugerido aos vereadores, que diziam não ter argumentos convincentes para não aprovar aquelas mudanças, assistirem esse filme.
E, mesmo sabendo que alguns talvez não percebessem essa sutileza, eu poderia mostrá-las e dizer: olha esqueçam um pouco a luta entre os replicantes e prestem atenção no cenário, pois isso poderá acontecer aqui também.
Poderia, enfim, ter...
Mas não fiz nada disso...
Agora é tarde....
Tarde não, afinal como não estamos ainda vivendo este futuro, dá para impedir muita coisa.
É só trocar o "poderia", por "podemos" ou, para quem preferir em inglês: "Yes, we can".


Colaboração de Paulo Tadeu Leite Arantes

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