domingo, 20 de outubro de 2013

INSEGURANÇA PÚBLICA E INÉRCIA GOVERNAMENTAL

CARTA ABERTA CONTRA A INSEGURANÇA PÚBLICA E INÉRCIA GOVERNAMENTAL EM VIÇOSA

Os moradores do bairro Ramos, somam-se à comunidade universitária e à sociedade viçosense em geral para, por meio desta, manifestar sua indignação em relação aos altos índices de violência registrados em nossa cidade, bem como expressar seu repúdio frente à insuficiência das respostas por parte dos nossos gestores públicos em relação à criminalidade, considerando que esta postura se traduz, inevitavelmente, na prática da impunidade. Não há como negar que o descumprimento das leis pressupõe e/ou resulta na conivência do Estado em relação à criminalidade. Seja por omissão, por incapacidade operacional ou por indisposição política das autoridades que ocupam os lugares da lei, os governantes não tem cumprido sua missão de guardião dos direitos e de protetor da vida e dos bens individuais e coletivos na sociedade viçosense.

É este cenário que nos motiva a escrever esta carta aberta. E mais recentemente, o caso da brutal violência sofrida por uma moradora do bairro Ramos, às 19 horas e 30 minutos, do dia 18 de outubro de 2013, quando voltava para sua residência e foi atacada e agredida violentamente por um conhecido marginal que, por diversas vezes, já praticou crimes em nossa cidade. As cenas assistidas pelos moradores da Rua Dr. João Alfredo e os relatos de testemunhas nos indignam e provocam a assumirmos uma postura de defesa dos nossos direitos como moradores de Viçosa com relação à segurança pública.

NÃO ACEITAMOS MAIS A INÉRCIA DOS NOSSOS GESTORES PÚBLICOS!!!

A impunidade fragiliza os laços e a coesão social, multiplicando situações de desrespeito e ampliando a sensação de desamparo e desproteção que obstrui os processo de identificação coletiva e a construção de uma cidadania plena. Os criminosos agem, são identificados, são presos e, imediatamente, são soltos. Contra isso a polícia nada pode fazer. Sabemos que uma polícia desequipada e precarizada em suas condições de trabalho não consegue efetivar as investigações criminais que se constituem peças fundamentais para o exercício da justiça no âmbito do poder judiciário. Expressamos, portanto, nosso desejo de termos uma estrutura policial em que os processos de investigação, e a consequente punição, aconteçam de forma ágil e responsável para que a nossa população, vítima de múltiplos processos de vitimização, não se sinta desamparada e desprotegida, vivendo à deriva e à mercê da própria sorte.

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pela Polícia Militar de Viçosa, registramos aqui a boa vontade dos nossos policiais em nos atender durante o ocorrido. Agradecemos o empenho dos policiais Sargento Selma e Cabo Souza que, prontamente, nos atenderam, assistiram com muito carinho e empenho a moradora agredida, conduzindo-a e acompanhando-a até o hospital e, depois de atendida pelos médicos, levaram-na com segurança até a sua residência. Ao mesmo tempo, a Polícia Militar já havia identificado o criminoso e tentou, inutilmente, localizá-lo sem êxito.

A violência que se abate sobre os viçosenses, juntamente com a inércia dos nossos governantes, seja pela ineficácia das nossas leis, da desassistência médica, da desestruturação do processo educacional, da precariedade das moradias, da inexistência de equipamentos coletivos que atendam às demandas sociais, enfim, o descaso e o descompromisso com as garantias de direitos à maioria da população viçosense são atitudes que condenamos e repudiamos, de forma veemente, através deste instrumento que tornamos público nesta hora.

Denunciamos aqui a falta de equipamentos e policias para que tenhamos maior segurança; denunciamos os efeitos perversos da impunidade no contexto social, compreendendo que este é um fator que obstrui a promoção da justiça social e criminal. Reconhecemos o quanto essa realidade produz dor e sofrimento na vida daqueles que foram ou serão violentados por criminosos que estão soltos; assim, esta carta é também um gesto de solidariedade para com aqueles que foram ou estão sendo vítimas da violência e da impunidade.

À nossa vizinha, moradora do bairro Ramos, covardemente agredida no meio da rua, manifestamos o nosso apoio e lamento pelo ocorrido, afirmando que, dentro da lei, faremos, já que os nossos gestores públicos não o fazem, tudo o que for necessário para melhorar a nossa segurança e a segurança dos nossos filhos.

AMAR - ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO BAIRRO RAMOS

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