domingo, 20 de março de 2016

FLORESTAS URBANAS



Quantos de nós gostamos de passar pelos parques das nossas cidades, olhar para os jardins e encher as nossas casas de plantas? Muitos, certamente. A possibilidade de acesso com facilidade às áreas verdes ajuda-nos a estar melhor com a vida. Há vários estudos que atestam o poder do contato com a natureza na melhoria da saúde. Felizmente, ainda há partes com vegetação nas nossas cidades, nas praças, ruas arborizadas  e nos meios de quadras. Onde normalmente não são possíveis ou permitidas construções e, quando são deixadas sob a ação da natureza, se tornam importantes componentes da vida urbana. Sua proximidade com as cidades também serve de potenciais alternativas de lazer. Esses fragmentos de matas e florestas situados próximo ou dentro das cidades permitem a manutenção da biodiversidade e podem fornecer indicadores sobre saúde do meio ambiente local.

Várias espécies de plantas e animais encontram nesses espaços condições de sobrevivência, enquanto que, nas áreas rurais, eles têm perdido seus espaços. Nesses fragmentos de mata podemos encontrar mamíferos como micos, gambás, tatus; há muitas aves, anfíbios e répteis. Em algumas vivem animais de porte até maior como capivaras, bugios, quatis e jaguatiricas. São importantes para as aves como saracuras, garças, corujas, tucanos, maitacas, gaviões, sabiás, canários encontrarem alimentos e fazerem seus ninhos. Esses fragmentos de florestas podem mitigar a poluição do ar e a sonora; reduzir o efeito de ilha de calor; aumentar a disponibilidade e a qualidade da água; reduzir a erosão nas encostas e, por consequência, os assoreamentos dos rios. As árvores abrigam uma infinidade de seres vivos, como insetos, líquens, pássaros, enriquecendo o ecossistema urbano e aumentando sua biodiversidade. Esses benefícios se traduzem em economia para as cidades, visto que seriam necessários menos investimentos em desassoreamento dos rios, no tratamento da água e no consumo de energia elétrica pelos aparelhos de ar condicionado.

A ausência de arborização, somada a outros fatores como poluição e elevada concentração de asfalto e concreto produzem “ilhas de calor”, que são áreas de baixa umidade relativa e alta temperatura. Árvores e plantas recuperam solos de aterros e solos contaminados. Além desses fatores de importância local, as árvores são grandes reservatórios de carbono. Essas florestas absorvem uma grande quantidade de CO2, ajudando a reduzir o aquecimento global. As copas das árvores filtram os raios solares, diminuindo os efeitos da foto exposição que, em excesso, pode causar doenças de pele e de visão.

Florestas urbanas são importantes para a qualidade de vida nas cidades.  Infelizmente, elas estão constantemente negligenciadas pelos proprietários e pelo poder público; estão ameaçadas pela expansão urbana, seja pelo desmatamento, seja pela ocupação de matas ciliares e várzeas, ou pela destruição das nascentes. São usadas como depósitos clandestinos de lixo e entulhos. Os incêndios são risco constante. Em todas as cidades os seus governantes deveriam garantir a existência dessas áreas verdes, melhorando suas condições, reflorestando-as com espécimes nativos e, se possível, ampliando-as, pelo bem que elas fazem. O ideal seria interligá-las de alguma forma, para permitir a livre circulação e a reprodução de animais terrestres. As cidades só têm a ganhar com estas importantes manchas verdes. Quanto mais metros quadrados delas, melhor para cada um de nós.

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