sábado, 25 de junho de 2016

O PROGRAMA DE CHANTAGENS SAMARCO


"O PROGRAMA DE CHANTAGENS SAMARCO é tão óbvio que até salta aos olhos. Os antes membros da grande família Samarco agora tem esfregado em suas caras uma farsa de demissões voluntárias para sinalizar ao governo que eles necessitam retornar a qualquer custo.

O maior aliado dessa política de chantagens é o prefeito de Mariana, Duarte Junior, que indo esmolar em Brasília, pressiona o governo que a volta da Samarco é a alternativa para que a cidade que ele pensa ser dele seja salva da miséria.

A estratégia da mineradora cai por terra quando os lucros de suas controladoras são colocados no papel e não justificam um retorno desastrado, sem planejamento de uso coerente de recursos hídricos e plano de disposição segura de rejeitos, que deveriam ser filtrados e acomodados em locais 100% fora do alcance de qualquer bacia hidrográfica. A mineração chilena usa a filtração e a própria Samarco conhece o processo pois emprega filtração na unidade de Anchieta, onde separa o concentrado de minério da água para a pelotização.

Colocar em pânico os funcionários, neste momento, é uma forma baixa e desonesta da mineradora que prova que seus colaboradores são apenas números e de pouca relevância na questão social. O peso da folha de pagamentos da mineradora frente ao lucro anual de R$ 4,0 bilhões é em torno de 10% desse valor o que prova, que nesse momento, tornaram-se massa de manobra numa chantagem de baixo calão.

Certamente não é o peso da mão de obra em licença remunerada que está pesando nesta decisão e sim o instrumento de pressão que estas demissões representam para o retorno desastrado das operações. Há que se lembrar que a operação está paralisada pela incompetência da mineradora em gerir a estrutura que se rompeu. Como querem agora que o governo confie em sua capacitação frente a esse show de ineficácia?

Os lesados sem indenização, as famílias dos mortos sendo pressionadas a aceitarem R$ 100 mil pelos cadáveres, as poucas ações efetivas de restauração dos danos ambientais, o calote em todas as multas e ninguém na cadeia colocam em cheque o judiciário do Brasil (civil e criminal) perante o mundo na sua capacidade de fazer justiça aos mais fracos.

Em meio a um mar de injustiça e mentiras a mineradora insiste em se dizer apta a navegar novamente rumo a 2050, quando dirá adeus a Mariana, abandonando lá mais de 600 milhões de toneladas de rejeito a própria sorte no esgotamento da jazida. Falamos aqui de 6 fundões lá largados para quem cuidar? Seria o prefeitinho Duarte Junior que iria monitorar?

Fica claro e evidente que FAZER O QUE DEVE SER FEITO seria antes de tudo tomar um pouco de vergonha na cara."

Eng Alexandre G. Valente


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