domingo, 17 de julho de 2016

O COLÉGIO DE VIÇOSA


Vista de um dos pátios internos, após a requalificação.

Vista de um dos pátios internos a ser requalificado.

Atigo publicado no Jornal Tribuna Livre, Viçosa-MG, em 13/07/2016

Em Julho de 2016 foi inaugurada a primeira fase da obra de requalificação do Colégio de Viçosa. Cerca de um terço da área total ficou pronta para abrigar, de imediato, vários setores da Prefeitura Municipal. Isso significará a economia de milhares de reais mensais que o município gastava em aluguéis. Essa economia poderá reverter em recursos para a continuação das obras. Um sonho de muitas pessoas e de algumas décadas teve enfim, pelo menos uma fração realizada.

O Colégio foi o primeiro bem tombado de Viçosa, em fevereiro de 1999, pelo Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Cultural e Ambiental - CMCPCA. Em 2001 teve todo seu telhado recuperado com recursos advindos do ICMS Cultural, graças à eficiente atuação da Prefeitura quanto à política cultural e à decisão do Conselho. Essa obra foi fundamental para trazer o prédio em condições razoáveis até os dias atuais, uma vez que toda a estrutura de madeira e os forros estavam tomados por cupins e podridão. Recordo que tanto a política cultural e o conselho foram criados em 1996, quando o secretário de Cultura era o Sr. Marcelo Andrade. É importante voltar um pouco mais no tempo, pois desde a época da administração do prefeito Geraldo Reis, já havia o interesse em transformá-lo em centro administrativo. Fui com ele a Brasília, na sede da Caixa Econômica Federal, então dirigida pelo Sr. Danilo de Castro. A intenção era transformar o Colégio em um Centro Integrado de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente – CAIC – programa do governo Itamar Franco. Não sei o motivo que frustrou a ideia. Outras tentativas posteriores também não obtiveram sucesso. O Colégio foi objeto de projetos de requalificação por secretários de cultura, técnicos que estiveram na prefeitura e em alguns trabalhos finais de graduação.

Em 2014, assim que o Sr. Ângelo Chequer assumiu a prefeitura, estávamos em uma reunião com um assunto diverso quando ele se manifestou interessado em revitalizar o Colégio e fui indagado se havia algum projeto a respeito. Prometi ajudá-lo. Poucos dias após, o Sr. Ângelo me ligou à noite, pedindo que eu fosse, juntamente com o seu secretário, o Professor Dantonino, ao Centro Administrativo do Estado, em Belo Horizonte. De lá saímos com a missão de elaborar uma proposta, com projeto arquitetônico e orçamento, em menos de uma semana, condição para que Viçosa recebesse recursos de R$1.200.000,00.  Graças ao esforço realizado, envolvendo secretários, arquitetos e engenheiros, e várias idas a Belo Horizonte, foi cumprida e bem sucedida a missão. Os projetos foram complementados, a obra começou e, um ano meio depois, Viçosa recebeu a primeira etapa da requalificação do Colégio. Decisões de como requalificar um bem tombado tiveram de ser tomadas, tais como a adequação do prédio à acessibilidade e a substituição, amplamente discutida, das janelas de ferro por um material mais durável e bonito, em alumínio, desenhado a partir do modelo inicial.

O Colégio de Viçosa enfim renasce, ao menos em parte, para abrigar um uso nobre, podendo assim atravessar muitas décadas com utilidade. Não foi uma restauração, intervenção que cabe apenas à bens de excepcionais qualidades e quando é para restaurar todas as suas características originais.  O Colégio nunca chegou a ser concluído. A obra agradou imensamente à população, especialmente àqueles que lá estudaram. O projeto arquitetônico de toda a edificação está pronto. Quando a obra toda estiver concluída, o Colégio abrigará todas as secretarias e o gabinete de governo, otimizando a administração municipal e preservando um imponente edifício histórico.

Um comentário:

  1. Olá Ìtalo,

    Que bom saber que o nosso Colégio de Viçosa está sendo recuperado e readequado para novas experiências. No meu coração sempre haverá saudade dessa magnífica escola que nos traz tão boas e caras recordações, e em cujas salas de aula tive o privilégio de cursar o antigo Científico, nos anos de 1968, 1969 e 1970. Parabéns ao colega Ítalo pelo eficiente e belo trabalho. Vida longa para essa instituição que ainda poderá dispor de sua majestosa arquitetura para o benefício dessa galante e laboriosa cidade.

    Themis Ponzio de Rezende - Arquiteto e Urbanista

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