terça-feira, 19 de dezembro de 2017

EM DEFESA DO PLANO: O OUTRO LADO OCULTO

Em 07/12/2017 publiquei no Folha da Mata um artigo intitulado "Em defesa do Plano". Uma semana depois foi publicado um artigo "Em defesa do plano: o outro lado", por uma importante pessoa,  com o objetivo de tentar contrapôr os meus argumentos.

Mapa do trecho norte da área urbana de Viçosa, onde se vê, em uma linha em vermelho, a Av. Castelo Branco e a Oraida Mendes de Castro.

Mostro que  no outro lado há um lado oculto, um lado escondido por uma ideologia que quer confundir as pessoas. Um lado que quer colocar  os membros da comissão do plano como autores de um plano elitista.

O autor cita uma frase minha, mas incompleta. As versões do que eu falei sobre a participação popular no processo de revisão do plano pode ser vista no artigos publicados no Tribuna Livre e neste blog:
https://italostephanarquiteto.blogspot.com.br/2015/02/participem.html
https://italostephanarquiteto.blogspot.com.br/2015/04/parabens-aos-que-participaram.html
https://italostephanarquiteto.blogspot.com.br/2015/04/consciencia-cidada.html
https://italostephanarquiteto.blogspot.com.br/2015/05/espirito-de-coletividade.html

Vamos aos fatos escondidos:

- O autor é um ambientalista conhecido e é consultor de uma empresa construtora de fora, quer construir um conjunto habitacional com centenas de lotes  na região do vetor de crescimento de Viçosa.

- A exigência de Estudos e Relatório  de Impacto Ambiental é para apenas para a Z5 (áreas de expansão urbana leste e sul), ZI (Zona Industrial) e para grandes empreendimentos, como : terminais de transporte de passageiros e cargas rodoviários,  hospitais,  estabelecimentos atacadistas, tais como supermercados, materiais de construção e insumos para agricultura ou obras de infraestrutura tais como viadutos e anéis rodoviários. Acho estranho um ambientalista não defender isso.

- A limitação de indústrias com área construída máxima de duzentos metros quadrados é apenas para a Zona Central, Z1 (Zona 1, vizinha à ZC) e CL  (Corredor local).

- para a região da expansão urbana em direção a Teixeira prevalecem os parâmetros atuais de lotes com área mínima de 360 metros quadrados (12x30 m - nas Z1 e Z3) e não de 600 metros quadrados (15x40m), como alardeia o autor.  (Vide figura retirada da proposta) Essas dimensões de lote são propostas para a Z5, área afastada do vetor. O Plano prevê para a região a criação de Zonas de Especial Interesse Social, destinadas a programas de habitação social, na qual os tamanhos mínimos de lotes podem ser muito menores.

- A questão de manter o Campus da UFV como independente da legislação urbana pode ter aspectos legais que impedem que isso aconteça. A meu ver seria bom que os projetos da UFV tivessem a análise do IPLAM,  mas isso precisa ser avaliado com cuidado.

O autor não consegue explicar porque ele e seus colegas não participaram de nenhuma reunião do plano diretor.

Defendo o direito de manifestação de todos. A opinião alheia merece todo o meu respeito, no entanto as informações devem ser claras, não podem confundir as pessoas.

Afirmo também que nunca me considerei infalível nem dono da verdade. Aceitarei de bom grado opiniões diversas da minha, mas  desde que ajude na formação da opinião dos leitores. Essa é a maior contribuição que podemos dar.


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