quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

ANTROPOCENO - LIXO E POLUIÇÃO

 Ilha de lixo no meio do oceano Pacífico.

Poluição em Beijing.
Quem duvida que mudamos o planeta?

domingo, 24 de fevereiro de 2019

CARTÃO DE VISITAS


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em  21/02/2019.


Ao chegar no centro de Viçosa, na esquina da Av. Marechal Castelo Branco com a Av. P. H. Rolfs,  o visitante se depara com um dos mais marcantes cartões de apresentação, que é um ponto comercial improvisado. Não é dos melhores cartões, nada convidativo, pois é muito feio e depõe contra a fama de uma cidade universitária, onde se espera uma cidade mais arrumada. Trata-se de uma fileira de cada lado de lojinhas desalinhadas, cobertas com telhas metálicas amassadas; protegidas por toldos de lona e placas de formatos e cores diferentes. Há out doors nem sempre com cartazes, aumentando a poluição visual. Os materiais estão em condições de conservação diversos. Os passeios são irregulares na largura, nos materiais e nas condições de manutenção. Proporcionam muitas torções e tombos. O aspecto que passa a quem chega é esteticamente desagradável e com muitos obstáculos quanto à acessibilidade. O conjunto está em cima de um ribeirão canalizado. As calçadas são parcialmente ocupadas por expositores de mercadorias e manequins, o que fere o Código de Posturas.

Esse conjunto de comércio ganhou o nome de Shopping, com um sobrenome de um ex-prefeito, o qual permitiu as primeiras ocupações, em meados dos anos 1980. Outras lojas e ampliações vieram mais tarde, sem que nenhum outro prefeito tivesse tomado alguma providência no sentido de impedi-las ou, ao menos, organizar o que hoje é uma bagunça. Não sei quais as condições que permitem seu funcionamento, como alvarás de funcionamento, segurança contra incêndio, condições sanitárias, precariedade das construções e armazenamento.

Enfim, o shopping popular carece e merece ser repensado.  Já escrevi sobre isso antes e os comerciantes não gostaram, mas isso foi há muitos anos. É necessário pensar em soluções que melhorem as condições do conjunto. No curso de Arquitetura e Urbanismo da UFV, o local já foi objeto de inúmeros estudos. Posso destacar algumas ideias, tais como transferir o comércio dali para um segundo andar da atual estação rodoviária, que ficaria mais ou menos no nível da avenida Marechal Castelo Branco. A ligação poderia ser uma ampla calçada.  É possível fazer do atual lugar um conjunto de largas calçadas; melhorar os abrigos de ônibus; construir jardins e recuperar a vista do ribeirão São Bartolomeu. Outra alternativa é reconstruir no mesmo local um espaço agradável com novas lojas com qualidade arquitetônica, em perfeitas condições de segurança e higiene, com padronização da cobertura, dos toldos e das placas publicitárias. É necessário alargar e garantir as condições de acessibilidade das calçadas e das travessias, além de melhorar a iluminação noturna, muito precária. É possível construir uma galeria de arte (por que não?) no local, ou uma praça com uma marquise para proteção contra o sol, com bancos, lixeiras, jardineiras.

Viçosa precisa de um tratamento nesse local, pois é o que causa uma má impressão para quem chega e, é claro, é um local muito central, nevrálgico, onde circulam milhares de pessoas diariamente. São moradores da cidade que carregam compras. São pessoas idosas, pessoas com dificuldade de locomoção e de visão. São cidadãos que levam consigo crianças no colo.  São trabalhadores, estudantes, aposentados; pobres e ricos; grandes e pequenos, ágeis e limitados nos movimentos; apressados, em sua maioria e mais calmos, que vieram passear no centro da cidade. Depois de tratada essa área, aí sim, o ex-prefeito poderia ter seu nome adequadamente ligado ao espaço, pois do jeito que está, ninguém merece esta homenagem.


sábado, 23 de fevereiro de 2019

ANTROPOCENO - DESTRUIÇÃO DO AMBIENTE


Países pobres, países ricos, a atividade devastadora e poluidora do homem está em todos os lugares.

 Noroeste do Canadá.  Atividade altamente poluidora.

  La Oroya, Peru. uma população contaminada.

Paracatu, contaminação do lençol freático por arsênico, como resíduo de mineração.

PRAIA E CELULARES

Praia e celulares. Ilustração Ítalo Stephan, 2019.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

ANTROPOCENO

Grande intervenções humanas no meio ambiente - destruição, contaminação do solo, susbstituição por monocultura, expulsão de espécimes nativas .




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

PROTEGER

Antiga pousada a ser recuperada e preservada

Belíssima residencia de estilo eclético a ser recuperada e preservada

O CMCPCA - Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Cultural e Ambiental de Viçosa - destinado a PROTEGER o patrimônio de Viçosa votou por não autorizar a demolição deses dois belos exemplares localizados no Centro.
Eles podem ser preservados sem que haja prejuízo aos proprietários.
Bons projetos de arquitetura podem perfeitamente  resolver a questão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

HUMOR É COISA SÉRIA




https://www.pinterest.co.uk/pin/523262050440804463/
https://www.thoughtco.com/global-warming-cartoons-4122873?utm_source=pinterest&utm_medium=social&utm_campaign=mobilesharebutton2

PERMAFROST



O aquecimento global está redesenhando o Ártico. 

domingo, 10 de fevereiro de 2019

CAMINHO SEM VOLTA


Estrago causado pelo derretimento do permafrost na Sibéria, Rússia

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 07/02/2019

Para aqueles que não acreditam na capacidade humana de modificar o planeta e de colocar a sobrevivência da nossa espécie em risco, basta ficar atento aos vários estudos levantados por organismos mundiais. Não adianta chamar charlatões sem nenhuma experiência para refugar as evidências das transformações. As oscilações climáticas são comuns na história do planeta, só que essas também são alteradas pelas ações do Homo Sapiens, com resultados muito consistentes nas inúmeras pesquisas que acompanham o processo de intervenção humana no ambiente. Tais pesquisas envolvem cientistas do mundo todo e obtêm dados da água (poluição, aumento do nível do mar, exploração da água potável, esgotamento dos lençóis freáticos); da terra (desmatamentos, mineração, processo de urbanização, derretimento do permafrost – conhecido como gelo permanente do Ártico); do ar (níveis de partículas tóxicas e incrementadoras do efeito estufa) e, por que não, do fogo (incêndios florestais).

Há exemplos muito conhecidos de intervenções desastrosas com consequências a longo prazo, como foi Bhopal (vazamento em fábrica de pesticidas, 1984), Chernobyl (Rússia, vazamento de material radioativo, 1986), Fukushima (vazamento de material radioativo, 2011), e o rompimento de barragens de lama de rejeitos (Mariana, 2015 e Brumadinho, 2019). Centenas de milhares morreram ou ainda vão morrer por causas deles.  Há inúmeros outros exemplos como Sukinda (contaminação por cromo de uma população de mais de 2,6 milhões, Índia); Ranipet (contaminação por cromo como subproduto dos curtumes, na Índia); Dzerzhunsk, a cidade mais poluída do mundo (contaminação por envenenamento de produção de armas químicas, Rússia) ou Raina, na República Dominicana (contaminação por chumbo), Paracatu, em Minas Gerais (contaminação de lençol freático em função da exploração de ouro). Grandes empresas como a Coca-Cola e a Nestlé açambarcam as águas subterrâneas, esgotando fontes em várias partes do mundo.  A técnica de fraturamento hidráulico usa quantidades absurdas de água com alta pressão para liberar gás das rochas, contaminando quimicamente os lençóis freáticos de grandes áreas, com arsênico e benzeno, dentre outros elementos. Vários países já proibiram o uso dessa técnica.

Os oceanos seguem com a elevação do seu nível e temperatura, e estão contaminados por lixo, principalmente, por plástico, e com inúmeras áreas mortas. As suas águas sobem 4,5 mm ao ano (1,5 mm em função do degelo e 3 mm em função do aquecimento e do derretimento do permafrost). Parece pouco, mas o somatório e a tendência são suficientes para assustar países inteiros como Bangladesh, que tem altitude média de 4 metros acima do nível do mar. Metade da população humana vive no litoral. Outro efeito é o aumento da acidez das águas, que altera a fauna e a flora dos mares, comprometendo especialmente os recifes, berçários e abrigos de inúmeras espécies.

Estamos sim alterando nosso ambiente com tendências que alguns cientistas já as consideram irreversíveis.  Como afirma Saskia Sassen, em seu livro “Expulsões” (Paz e Terra, 2014), os esforços de muitos governos para combater as mudanças climáticas não serão suficientes.  Dezenas de instituições e personalidades sérias (como o cientista Richard Dawkins) alertam. Não podemos continuar com a irresponsabilidade de acreditar que não temos nada a ver com essas evidentes transformações. Não podemos aceitar mais tragédias. Não podemos afrouxar com o trato ao ambiente. Pregar o contrário é mais que ignorância ou charlatanice, é um desserviço à humanidade, é criminoso.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

BRECHT


DESCASO


Entra ano, sai ano, vemos os estragos das chuvas, sofremos comas tragédias pessoais.
Entra ano, sai ano, vemos os técnicos serem chamados para dar suas explicações;
Entra ano, sai ano, os prefeitos não impedem o crescimento urbano morro acima, rio abaixo;
Entra ano, sai ano, os prefeitos não garantem a fiscalização;
Entra ano, sai ano, os prefeitos rezam para que a próxima tragédia não seja em sua cidade.
Entra ano sai ano, morrem jovens em incêndios;
Cai ciclovia uma vez, cai duas vezes;
Arrebenta barragem uma vez, arrebenta barragem duas vezes...
Descaso, negligência, desrespeito...
Vergonha...

Foto:
https://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2011/01/20/caminhos-da-reportagem-exibe-especial-sobre-as-chuvas-no-rio-de-janeiro.jhtm

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

ARTIGOS SOBRE O CRIME DE BRUMADINHO

TRAGÉDIA DE BRUMADINHO
 
Manifestação do IAB, FNA, AsBEA, ABEA, ABAP e da FNA
 
Empresa diz que já tem sistema estruturado e que investe em novos processos
 
Com base nas informações tornadas públicas, a Agência Brasil reuniu o que já se sabe acerca da tragédia.
 
Casos podem ser previstos, dizem especialistas; pelo mundo, problemas estão em alta
 
Fotos mostram o antes e o depois das áreas atingidas pela lama da barragem do Córrego do Feijão
 
CONTAMINAÇÃO
 
Cidadezinha pacata, onde ‘nada acontece nunca’, viu sua memória desaparecer em poucos minutos e agora tem dificuldade em retomar rotina
 
'Estado' acompanha expedição e ainda encontra vida às margens, mas turbidez da água e cheiro de peixe podre prenunciam desastre
 
Órgãos de fiscalização ambiental dizem que nível de oxigenação para peixes é zero
 
Análises de amostras do rio Doce, depois de Mariana, mostraram a presença de metais na água
 
O foco principal do trabalho em Brumadinho é a busca pelos desaparecidos, mas também é preciso cuidar de quem arrisca a própria vida para salvar outras pessoas.
 
Entrevista no estúdio com a toxicologista Patrícia Drumond.
 
IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL
 
Atualmente, 60% da arrecadação do município vem da mineração, que também é responsável por grande parte da economia local. Só a Vale gera cerca de 2.000 empregos
 
Na cidade histórica de Congonhas, 10 mil pessoas vivem em área de risco em caso de problema na estrutura da CSN; segundo agência federal, 73 barragens têm risco médio ou alto de rompimento no País
 
Cidade receia perder verbas para manter serviços básicos como saúde e educação
 
Famílias que não encontraram entes queridos têm mais risco de transtornos mentais
 
Corpos foram encontrados e casas foram destruídas no Parque da Cachoeira
 
Fortalecer instituições é essencial para evitar tragédias como a de Brumadinho, diz pesquisador da USP, Ariaster Chimeli
 
Congonhas do Campo tem barragem maior que as de Brumadinho e rejeito chegaria em oito segundos a bairro de mais de 5 mil habitantes. Empresas usam técnica ultrapassada para economizar
 
Rompimento de barragem destruiu terras e lavouras, deixando tristeza e medo entre moradores
 
INFLUÊNCIA
 
Deputados receberam doações de empresas, mas negam defender o setor
 
Para o pesquisador Henri Acselrad, é preciso rediscutir modelo de desenvolvimento neoextrativista
 
RESPONSABILIDADE
 
Mesmo que o sinistro tenha cobertura, a responsabilidade pelo dano é intransferível e permanece integralmente com o responsável por ele
 
Para que comece a funcionar, pedido precisa agora passar por análise da Mesa-Diretora da Casa
 
Governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) concedeu entrevista à imprensa neste sábado
 
Para Promotoria, presos estão diretamente envolvidos no licenciamento da barragem
 
Previdência Social vai solicitar ressarcimento de recursos para vítimas; empresa diz que arcará com despesas devidas
 
Do ponto de vista criminal, isso poderá ser determinante para caracterizar se houve dolo ou não na condução da gestão da estrutura
 
Nota divulgada pela AGU também destaca a necessidade de uma atuação conjunta das instituições
 
ARTIGO/OPINIÃO
 
El País/Opinião: O Brasil sob a lama
É intolerável a complacência dos poderes públicos com as desleixadas práticas de segurança das empresas
 
Estadão: Brumadinho: a tragédia e a politicalha – por Bady Curi Neto, advogado
 

domingo, 3 de fevereiro de 2019

ARTIGO: EXPULSÕES


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 31/01/2019.

A socióloga holandesa Saskia Sassen, escreveu um livro muito importante, chamado “Expulsões – Brutalidade e complexidade na economia global” (Ed. Paz e Terra, 1ª ed., 2016).  Trago aqui algumas de suas principais colocações, as quais mostram como o mundo está mudando. Uma grande parte da humanidade possui um papel secundário ou até mesmo sem importância na sociedade contemporânea. Há vários processos em andamento na economia global, como a reorganização radical do capitalismo, feitos com brutalidade. A tese de Sassen  é a de que há uma constituição de “formações predatórias” (elites) facilitadas por um sistema financeiro que produz uma concentração extrema de riqueza. Para a autora, não há mais um sistema interessado em produzir um setor de média renda, como antes havia.

Nos forçados regimes de reestruturação do papel do governo, iniciados na década de 1980, os governos tinham de tornar seus braços executivos obedientes às organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial ou a Organização Mundial do Comércio (OMC). Esses programas pressionaram o pagamento das dívidas, mas os países que se sujeitaram às garras desses organismos não obtiveram sucesso na melhoria do crescimento econômico, nem na criação de governos democráticos fortes. O efeito foi o endividamento ainda mais pesado dos Estados, a falência sob regimes corruptos, fracos e insensíveis ao bem-estar dos seus habitantes. Bons líderes que tentaram resistir aos interesses das finanças poucas vezes persistiram. O setor privado passou a enfrentar falências das empresas locais, após a maciça entrada de empresas estrangeiras.

As condições atuais permitem a hipermobilidade do capital em escala global possibilitado pelas tecnologias da comunicação. Geram as invenções do ramo financeiro que dão liquidez aos capitais que não eram líquidos, favorecem a desregulamentação do mercado e o corte de gastos públicos. Corporações e governos adquirem enormes quantidades de terras em outros países com o objetivo de plantar palmeiras para a produção de biocombustível ou para retirar minerais. Esse crescimento de propriedades estrangeiras está alterando as economias locais e reduzindo as autoridades soberanas dos Estados sobre seus territórios. As consequências globais são o empobrecimento em expansão; a concentração de renda como nunca houve; o fim de projetos de vida, de meios de sobrevivência e de um pertencimento à sociedade.

Ao fim da segunda década do século XXI, não há mais a velha dinâmica keynesiana, a qual defende a tese de que o Estado é um agente ativo contra a recessão e a alta no desemprego, de forma a valorizar as pessoas como trabalhadoras e como consumidores. Nós, da espécie mais inteligente de todas, chegamos a uma realidade de um incrível aumento de imigrações forçadas, de exclusões hipotecárias, do número de pessoas encarceradas e do número de suicídios. Numa sociedade em que presídios são negócios lucrativos, o que conta é o número de “leitos” ocupados nos presídios; a produtividade do setor agrícola às custas de danos ao meio ambiente e os bilhões de dólares adquiridos por uns poucos.  Essas expulsões abriram espaços para as redes criminosas e para o tráfico de pessoas. Não importam o aumento do número de desempregados, nem o aumento da pobreza extrema. Não mais importam as expulsões da fauna, da flora ou das cidades inteiras.

Foto: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/30-01-2019/bombeiro-de-jf-conta-sobre-trabalho-desgastante-em-brumadinho.html

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

PASSAGEM - CABO FRIO - RJ


Passagem, o núcleo de origem de Cabo Frio, localizada no  ponto do canal por onde se fazia a travessia nos tempos coloniais.

Largo da Passagem e a Igreja de São Benedito

Passagem, o núcleo de origem de Cabo Frio, localizada no  ponto do canal por onde se fazia a travessia nos tempos coloniais.

O local é anterior à fundação da vila de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio.

É um belo lugar que atrai turistas, pela sua beleza e pelas boas condições de conservação do patrimônio arquitetônico.

Fotos Ítalo Stephan, 2019.