terça-feira, 31 de março de 2020

ERA COVID-19

Viçosa-MG, Centro Calçadinho, segunda-feira, 9:30 h, 30/03/2020.

Viçosa-MG, Centro, Calçadão, segunda-feira,9:30 h, 30/03/2020.

Que essa fase não demore a passar!



domingo, 22 de março de 2020

FAZENDAS URBANAS


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 19/03/2020

Há alguns anos, uma grande quantidade de alimentos começou a ser produzida em plena área urbana, em estruturas chamadas fazendas urbanas.  Essas estruturas são também conhecidas como fazendas verticais ou hortas verticais – que economizam espaço, energia, água (em até 95%) e tempo, além de garantirem a produção de alimentos frescos, saudáveis e livres de agrotóxicos. São alimentos orgânicos, produzidos com práticas sustentáveis. Essas fazendas já existem em várias partes do mundo. No Brasil, uma empresa de Curitiba desenvolveu seu próprio sistema de cultivo vertical indoor e fornece parte da sua produção para alguns mercados. Esse sistema já chegou a São Paulo e a Belo Horizonte. Não se trata de uma fazenda tradicional, com cerca, trator ou mesmo terra. Substitui tudo isso por um ambiente urbano com automóveis e prédios, por construções cheias de lâmpadas de LED, prateleiras empilhadas e pessoas trabalhando com toucas, aventais e protetores de calçados, em um ambiente asséptico.

A concepção da fazenda vertical (urbana) foi do professor Dr. Dickson Despommier, da Universidade de Colúmbia (EUA), quem teve a ideia de transformar centros urbanos em ambientes mais verdes e com maiores potenciais, onde seja possível plantar, cultivar, colher e servir à população tudo em uma mesma estrutura. Grandes prédios passariam a incorporar a ideia da produção de alimentos. São muitas vantagens incorporadas:  redução de gastos com logística e transporte da colheita; aumento da disponibilidade de área cultivável; melhoria da qualidade do ar urbano servindo de “mini pulmões”. Segundo o Professor Despommier, um prédio de 30 andares é o suficiente para alimentar dez mil pessoas.

O nome também é dado a edifícios e a espaços urbanos que estão sendo repensados e reutilizados para a produção agrícola, sempre com ajuda da tecnologia disponível. Vários desses edifícios são verticais, com a adoção de culturas hidropônicas. Têm com características o uso de algumas das técnicas como a iluminação artificial, o controle da temperatura,  o reaproveitamento da água da chuva e a compostagem. Adotam a produção de energias alternativas como a fotovoltaica, biogás ou eólica.  As fazendas urbanas podem fornecer um estoque constante de produtos frescos, inclusive peixes, aves e pequenos animais criados em pequenos espaços. Essas fazendas podem ser grandes ou pequenas, produzem alimentos alternativos como brotos; podem produzir flores e o que a criatividade alcançar. Podem ajudar a melhorar as dietas e a tornar o abastecimento de alimentos de uma cidade mais seguro. Encurtam caminhos e intermediários, reduzem drasticamente os desperdícios. 

Essas fazendas urbanas favorecem a ocupação de vazios urbanos e algumas partes de áreas de preservação ambiental, o que permite com que áreas ociosas da cidade possam cumprir uma função social. Ocupam espaços onde havia especulação, empecilhos legais ou abandono, além de gerar empregos. As pessoas podem visitar as plantações e ter contato direto com os alimentos que consomem e com os produtores locais.  Fazendas urbanas são uma excelente aposta para o futuro. Não resolvem o problema da alimentação em grande escala, mas equilibram e garantem alternativas para a alimentação saudável para todas as camadas da população. Desejaria vê-las presentes em todas as cidades.

Foto: https://metaphysicsspeaks.com/?p=6830

sábado, 14 de março de 2020

FORMAÇÂO DA AMAZÔNIA



Fonte: Alex Schiller Aires

Para dar um tempo de tanto coronavírus do seu feed, fique um pouquinho com a evolução da drenagem na região amazônica do fim da Era Mesozóica até a Cenozóica:

Cretáceo Superior - Uma região árida, com dois sistemas de drenagem, um para o Atlântico e outro para o Pacífico.

Mioceno (20 Ma) - atividade orogênica andina se intensifica, o Pacífico recua e ocorre o predomínio de um sistema de drenagem em direção a oeste.

Mioceno (16 Ma) - encerra a ligação com o Pacífico e surge um grande lago (Pebas-Solimões), que recebe a descarga das imediações.

Mioceno (12 Ma) - conexão com o Atlântico norte por um braço, dando origem a um mar interior.

Mioceno (10 Ma) - soerguimento andino setentrional avança e o grande lago se fragmenta, dando origem vários lagos menores e um sistema entrelaçado com pântanos. Rio Amazonas começa a ganhar forma ao drenar para o leste.

sexta-feira, 13 de março de 2020

EVENTO



quinta-feira, 12 de março de 2020

A cidade e o ribeirão

Lagoa da UFV - uma das lagoas que represam o ribeirão São Bartolomeu, em Viçosa-MG.

Graças ao poder de armazenamento das lagoas que estão dentro do câmpus da UFV, a cidade corre menos risco de acidentes graves.

No entanto, construções que ocupam ilegalmente o leito do ribeirão  não estão imunes aos reclames das águas.

Fotos Ítalo Stephan, março 2020.


domingo, 8 de março de 2020

PLANO DIRETOR DE VIÇOSA: REVISÃO DA REVISÃO

REVISÃO DA REVISÃO


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 12/03/2020

O processo que eu chamo aqui de revisão da revisão do plano diretor de Viçosa está em andamento. No dia 17/02 foi realizada uma reunião na Casa do Empresário. Foi constatada a importância do plano diretor e de sua atualização. Lembro que o Plano atual é de 2000. Uma das ideias que ganharam força é a retirada dos componentes de controle do uso e ocupação do solo no plano.  A separação tem como justificativa a maior facilidade de mexer nas regras para o parcelamento do solo e para a construção, mas isso traz problemas. Esse são dois pontos que criaram a polêmica e a consequente reprovação do projeto de revisão.

Para explicar isso melhor, é importante identificar o que deve constar em um plano diretor. Há os conteúdos estratégico, prático e operacional. O estratégico é a parte composta pelos  princípios, objetivos e diretrizes; conteúdo mais teórico. O plano deve ter uma parte tática, que contempla as demandas da população e os levantamentos técnicos, as obras, os programas e as ações necessárias para promover o desenvolvimento social e ambiental mais equilibrados. As demandas da população devem vir de consultas e de audiências públicas amplamente divulgadas.  A divulgação tem regras como publicação nos jornais e antecedência mínima de quinze dias ante da realização. Isso demanda tempo e estratégias na divulgação dessas reuniões.

A parte operacional é a de conteúdo autoaplicável, ou seja, não precisa ser regulamentada posteriormente.  Define, dentre outras medidas, limites para o zoneamento do município, das áreas de expansão urbana e do zoneamento das áreas urbanas.  Estabelece regras para as construções (por exemplo, o quanto pode ser construído, o quanto se pode ocupar de um terreno, o quanto tem de ficar sem impermeabilizar; quantas vagas de estacionamento são exigidas). Apresenta artigos para a ordenação e controle do uso do solo, de forma a promover a utilização adequada dos imóveis urbanos, de acordo com a disponibilidade de infraestrutura. Regula a localização adequada de usos incompatíveis ou inconvenientes; define     as regras para o parcelamento do solo urbano.

Esse conteúdo operacional inclui necessariamente os instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto da Cidade. Tais instrumentos foram criados para buscar um melhor equilíbrio social e uma distribuição mais justa dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização. Para isso prevê a outorga onerosa, que foi um outro ponto polêmico anteriormente. É um instrumento importante que permite que uma construção possa ter sua área ampliada (se o local tiver infraestrutura que o suporte), em troca de um valor (não muito alto) a ser pago ao município; esse valor compõe um fundo para ser aplicado na urbanização de áreas carentes. Outros instrumentos foram criados para evitar a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização - como é o IPTU progressivo no tempo.

É importante que um plano diretor abranja todos os conteúdos aqui apresentados. Dividi-lo pode facilitar num primeiro momento, no entanto, é temeroso deixar para depois as questões de regulação do controle do uso do solo. Isso apenas adia a discussão de pontos essenciais para o desenvolvimento da cidade e do município e, ao mesmo tempo, aumenta os problemas. Essas questões não podem ser mais postergadas.


terça-feira, 3 de março de 2020