segunda-feira, 31 de maio de 2021

FACHADA EM PRESERVAÇÂO

Boa notícia: a fachada do antigo Jóquei Club, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte de Juiz de Fora, está sendo restaurada. 

Foto: Ítalo Stephan, maio 2021.

sábado, 29 de maio de 2021

DOIS ÍCONES

 

Paulo Mendes da Rocha (1928-2021) e Jaime Lerner (1937-2021) - dois  dos maiores ícones da Arquitetura e do Urbanismo brasileiro e mundial, viraram estrelas em apenas uma semana.
Deixaram um riquíssimo inesquecível legado.
Obrigado aos dois mestres!

Fotos:

https://www.ruetir.com/2021/05/24/paulo-mendes-da-rocha-1928-2021-paulo-mendes-da-rocha-the-last-giant-of-brazilian-architecture-dies/

https://www.archdaily.com/962420/jaime-lerner-influential-brazilian-urbanist-passes-away-at-83

sábado, 15 de maio de 2021

Arquitetura escravocrata

Arquitetura escravocrata

Roberto Ghione, Arquiteto, presidente do IAB-PE entre 2017/19

Diário de Pernambuco. Publicado em: 13/05/2021 


O Brasil real é bem diferente do legal. Sua legislação, se fosse efetivamente implementada, o colocaria na vanguarda de muitos assuntos. Porém, a inércia, os vícios e os interesses dominantes persistem comportamentos degradantes, que atrelam o país ao atraso e subdesenvolvimento.

133 anos após a abolição da escravatura, ela perdura na consciência de ricos e pobres do Brasil atual, manifestando-se cruamente na arquitetura e no urbanismo de suas cidades anti-urbanas.

O país-continente celeiro do mundo, de paisagens exuberantes, de riquíssima diversidade cultural, de fatos épicos como a construção de Brasília, não consegue apagar sua marca internacional: a da desigualdade retratada nas imagens das principais cidades, reflexo de persistentes atitudes escravocratas, que de tempos em tempos, nos oferecem demonstrações inequívocas dessa cultura degradante, perversa e desumana, como a recente operação desastrada que culminou no massacre do Jacarezinho (celebrado por algumas autoridades).

Sem políticas destinadas a superá-la, a escravatura se manifesta nas urbanizações irregulares, nos cárceres lotados, na expansão das milícias e do narcotráfico, na degradação da educação e da saúde pública, e nos inúmeros comportamentos que dividem o país em cidadãos de primeira, de segunda e de última categoria, provocando exclusão, marginalidade e violência.

Mas a escravatura também se constrói cotidianamente nos condomínios fechados, nos edifícios defensivos e excludentes, nos shoppings centers, nos muros e guaritas que desfiguram nossas paisagens urbanas, no descaso com o espaço público, nos quartos de empregada “legalizados” como depósitos e nas inúmeras atuações que caracterizam a prática da arquitetura como profissão elitizada, alheias às necessidades da maioria das pessoas e do compromisso social.

Arquitetos e Urbanistas que projetam os edifícios da chamada “cidade formal” (registrados em Conselho e conformes com as leis vigentes) viram reféns e, de certa forma, cúmplices do sistema que perdura a escravidão.

Leis progressistas, como a 11.888, que implanta desde 2008 a Assistência Técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda para o projeto e construção de habitação de interesse social, são desconhecidas ou “esquecidas” pela maioria dos gestores públicos.

A desigualdade envergonha e degrada. Ela é gritante, presente no cotidiano de todos os brasileiros. Tão presente e gritante que vira invisível e emudecida perante às consciências anestesiadas de quem habita a normalidade de um contexto selvagem. Enquanto ela não for superada através de políticas solidárias e integradoras, que coloquem o país no rumo da civilidade, o Brasil continuará ancorado permanentemente nos tempos anteriores a 13 de maio de 1888.


segunda-feira, 10 de maio de 2021

DE IPLAM PARA GEOPLAM?

Não entendi o porquê de mudar a sigla IPLAM - Instituto de Planejamento e Meio Ambiente  do Município de Viçosa -  para GEOPLAN - Geoprocessamento, planejamento e meio ambiente. 

Uma sigla que não diz qual o status do órgão, se é  secretaria municipal ou outro. 

Geoprocessamento é um ímportante instrumento de planejamento, mas não é um nome mais importante que planejamento ou que meio ambiente.


Foto:

https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/plano-diretor-de-vicosa-volta-a-ser-discutido-na-camara-de-vereadores.ghtml

domingo, 9 de maio de 2021

UFV: SEDE INAUGURADA



Obra récem inaugurada no Campus da UFV: Prédio da Agronomia. 

Fotos Ítalo Stephan, maio de 2021.

sábado, 8 de maio de 2021

PLANO DIRETOR / PLANO DE MOBILIDADE - VISCONDE DO RIO BRANCO-MG



Audiência pública - remota -  final para aprovação da minuta da revisão do Plano Diretor e do Plano de Mobilidade  de Visconde do Rio Branco. Presentes apenas eu, Prof. Tibiriçá e a arquiteta e urbanista da Prefeitura de VRB, Gabriela Rodrigues,

Fotos Ítalo Stephan,  08 maio 2021.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

LANÇAMENTO EM BREVE


 https://www.editoraappris.com.br/produto/5101-patrimnio-em-risco-o-patrimnio-arquitetnico-na-zona-proibida

QUEIMADAS: TEMPORADA ABERTA

 Criminosas, danosas ao meio ambiente, maléficas à saúde.
Vandalismo, proposital.
Estupidez.
Morro entre a Rua Nova e o Bom jesus, Viçosa-MG, 6 de maio de 2021.

 

domingo, 2 de maio de 2021

ALERTA: HOTEL RUBIM EM RUÍNAS

 A cada dia que passa, as condições do Hotel Rubim pioram. Reboco soltando, esquadrias se desmanchando, pixações. Até quando vai essa agonia?




Fotos Ítalo Stephan, maio de 2021

OBRAS NO CAMPUS

Alojamentos Novo e Novíssimo.

Armazém do café,

Trevo de acesso ao Espaço de Vivência, alargado, com marcação de ciclofaixa.

Quando os estudantes voltarem, encontrarão  muitas mudanças no Campus da UFV. 
Fotos Ítalo Stephan,  maio 2021.

sábado, 1 de maio de 2021

ARQUITETURA DE MÁ QUALIDADE

Rua do Recife - uma das mais bonitas do Brasil.

A profissão de arquiteto e urbanista é formada por uma combinação de arte, técnica e humanismo. Orienta valores respaldados por um código de ética profissional, como a defesa do interesse público, a busca pela sustentabilidade socioambiental e a boa qualidade das cidades, das edificações e sua inserção harmoniosa na vizinhança. 

O arquiteto e urbanista deve defender o direito universal à arquitetura e ao urbanismo, às políticas urbanas e ao desenvolvimento urbano. Deve primar pela promoção da justiça e inclusão social nas cidades, pelo amplo e irrestrito direito à moradia, à mobilidade, ao ambiente sadio, à memória arquitetônica e urbanística e à identidade cultural.

Nos serviços que prestar e nos projetos que desenvolver, deve adotar soluções que garantam a boa qualidade da construção, o bem-estar e a segurança dos seus usuários. Deve envidar esforços para assegurar o correto atendimento das necessidades humanas referentes à funcionalidade, à economicidade, à durabilidade, ao conforto, à higiene e à acessibilidade dos ambientes construídos. Quando chamado a opinar sobre algum projeto, precisa levar em conta todos os aspectos aqui mencionados.  

No entanto, há nas cidades muitas soluções dadas por arquitetos e urbanistas, que ignoram vários princípios. Infelizmente as questões econômicas têm sido consideradas como prioritárias, em detrimento da qualidade de vida. Percebo, nas cidades, a predominância da má qualidade das habitações, quando construídas para fins de investimentos, quando só os lucros importam.   Quem tem recursos para investir, em geral não se importa se os ambientes futuros serão mal iluminados, mal ventilados, mal dimensionados. Não se importa se foi necessário driblar as leis urbanísticas locais ou ignorar as normas técnicas. Infelizmente, há uma contribuição do arquiteto e urbanista nesta produção, às vezes ativa, às vezes passiva.

É fácil verificar isso nas plantas baixas e perspectivas bonitinhas apresentadas em material publicitário.  É fácil constatar isso nas ruas emparedadas em sua extensão por construções que tiram a luz e a ventilação das ruas, que avançam por sobre as calçadas, deixam para as ruas o provimento de vagas de estacionamento e de acesso às garagens, com obstáculos que inviabilizam a acessibilidade. A qualidade da cidade não interessa, não importa. Importa se conseguem fazer casas tri geminadas ou dezenas de apartamentos em um lote de doze metros de testada, prédios de dez pavimentos em ruas com cinco metros de largura. Não importa se as construções abrem janelas para escadas, ou para os vizinhos; se criam poços mínimos de ventilação que serão cobertos futuramente, ou se cimentam as áreas que deveriam permanecer permeáveis. 

Quem investe em imóveis com essa má arquitetura apenas para ter lucro assume uma postura amoral, não se importa com quem vai sofrer as consequências. Não se importa se economizou no projeto (ou se alterou), nas ferragens, se a construção tem lajes com 6 cm de espessura, se os pilares têm 8 cm de largura, se o banheiro tem menos de um metro de largura, se um quarto tem menos de 8 metros quadrados, se a ventilação da sala será pela janela da cozinha. Quem visa o lucro não pensa se moraria no que projeta, constrói ou investe. Talvez nem pense nisso, mas deveria.

O arquiteto e urbanista não devia fazer parte dessa produção, mas faz, às vezes por falta de opção. Quase sempre é explorado pelos construtores, pois é um profissional pouco valorizado e mal pago. Potencial para sua atuação existe e é gigantesco, mas enquanto predominar a ganância pelo lucro, as cidades acumularão erros e problemas.


Imagem:https://catracalivre.com.br/viagem-livre/rua-do-recife-e-eleita-a-3a-mais-bonita-do-mundo/