sexta-feira, 31 de maio de 2019

IPLAM abre para consulta popular



O IPLAM abre para consulta popular para revisar o código de obras e edificações do município.

O Instituto de Planejamento Urbano (IPLAM) abriu, nesta terça-feira (28),  para sugestão popular o novo código de obras e edificações do município. Engenheiros, arquitetos e profissionais da área da construção civil poderão opinar sobre a lei que dispõe sobre construção civil em Viçosa.

A lei n º1.633/2004 que estabelece o Código de Obras e Edificações de Viçosa está em vigência há 14 anos e sofreu alterações pontuais por diversas ocasiões na busca de adequá-los as novas realidades da construção civil ao longo desses anos. Considerando a necessidade de revisão do código buscando estabelecer normas específicas para elaboração de projetos de engenharia que assegurem a observância de padrões mínimos de segurança, acessibilidade, higiene e conforto nas edificações, bem como, a clareza e simplificação dos artigos da lei o Prefeito Ângelo Chequer montou uma comissão para a revisão e alterações dessa lei.

Os profissionais, por meio link, poderão opinar sobre a organização e execução dos projetos de construção. De acordo com a diretora do IPLAM, Gerusa Ribeiro, o objetivo é que a nova lei esteja de acordo com a realidade vivida diariamente pelos profissionais. "A participação dos profissionais é importante para a construção de uma lei atual e que contemple todos os envolvidos", disse Gerusa.

Atenção: O formulário ficará aberto a sugestões até o dia 12 de junho.

http://www.vicosa.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/iplam-abre-para-consulta-popular-o-novo-codigo-de-obras-e-edificacoes-do-municipio/61529

domingo, 26 de maio de 2019

TERCEIRO PLANETA

Resultado de imagem para planeta terra

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 23/05/2019.

Há uns meses, comprei um CD do compositor grego Vangelis, chamado Rosetta. Uma lindeza de álbum. O tema do álbum trata da expedição da sonda Rosetta, que orbitou e pousou no cometa 67P / Churyumov-Gerasimenko. Lançada em março de 2004, alcançou seu alvo dez anos depois. A sonda recebeu este nome em homenagem à Pedra de Roseta, que após sua descoberta em 1799 auxiliou no entendimento dos hieróglifos egípcios. Após seu lançamento, a espaçonave orbitou o Sol cinco vezes, realizou dois sobrevoos de asteroides e um sobrevoo de Marte, enviando dados e imagens. Em setembro de 2008 sobrevoou o asteroide Steins e em julho de 2010 o asteroide Lutetia. Depois de passar 31 meses em estado de "hibernação", numa órbita a caminho de seu encontro final, ela foi religada em janeiro de 2014, enviando de volta seu primeiro sinal após mais de dois anos e meio. Deixou dados que demandam muitos anos de estudos.

Fiz essa introdução para ressaltar o estupendo desenvolvimento científico a que chegamos. Se algum alienígena encontrasse essa sonda, imaginaria que seria uma artefato de uma civilização com alto desenvolvimento tecnológico, mesmo que talvez muito primitivo para ele. Será que imaginaria que tal conhecimento teria sido apenas uma parte usada para termos uma civilização avançada? Por outro lado, seria capaz de imaginar que esta mesma civilização pode se autodestruir, várias vezes, com o arsenal nuclear que possui? Que coloca toda sua permanência em risco, ameaçando se auto exterminar e acabar com milhares de espécies, para manter seu desenvolvimento insustentável?  Que chega ao ponto de 8 indivíduos possuírem mais recursos que metade da sua espécie? Que um sétimo da população não consegue suprir minimamente suas necessidades de alimento e que outro sétimo as consome além do que precisa? Que grupos guerreiam em nome de seu criador supremo que consideram ser o único? Que não consegue juntar seus líderes para resolver os desequilíbrios e alcançar a paz?

Talvez já conheçam tal planeta, e o estudam há milhares de anos terráqueos, mas tenham como princípio a não interferência, apenas o monitoramento científico. Talvez deixem as coisas acontecerem, talvez possam intervir em algum momento crítico. Se não for assim, talvez tais extraterrestres descubram que tal objeto tenha vindo do terceiro planeta de uma estrela branca e tenham a curiosidade de o conhecer. Vão encontrar um planeta artificialmente alterado em mais de cinquenta por cento de sua superfície. Vão identificar quarteis e hospitais; tanques e telescópios; presídios e universidades. Vão encontrar reservatórios de águas contaminadas; gigantescos depósitos de lixo; florestas e enormes plantações e áreas erodidas. Acharão gigantescas áreas contaminadas por elementos químicos e radiativos. Observarão enormes aglomerações de abrigos humanos empilhados, a maior parte feitos de materiais simples e vários com enormes edificações de aço e vidro que arranham os céus.  Verão templos e cidades destruídas, humanos tirando vidas de outros, criando e abatendo grande quantidade de animais para consumo; veículos colidindo, abrigos sendo soterrados e desaparecendo sob águas.

Os alienígenas não entenderão como podemos ser tão desenvolvidos tecnologicamente e tão atrasados enquanto seres racionais. A raça humana constrói satélites, computadores, aceleradores de partículas, tomógrafos e robôs. Mapeia o DNA humano e clona animais. Tem uma cultura riquíssima. Possui todas as condições técnicas para acabar com a fome, as guerras, o desperdício; e para adotar energias não poluentes. Mas o quê, como explicar a um E.T. que não o faz, pelos motivos egoístas do poder?

Imagem:
https://www.facebook.com/planetaterra2018/


sábado, 25 de maio de 2019

VERMELHO E NOVA MURIAÉ


Vermelho, distrito de Muriaé. Uma comunidade estabelecida há décadas ganhou há dez anos um vizinho indesejável, mas, aos poucos a integração parece começar.

Vista do conjunto Nova Muriaé e doas novas casas a serem entregues. Próximas a Vermelho, separadas pela rodovia. Distantes 12 km do centro de Muriaé, uma decisão que nada tem de técnica. População discriminada.

 Vista de uma das ruas do conjunto Nova Muriaé. Blocos de 4 habitações, tendo como único espaço para crescer o afastamento da rua.

Vista de uma das ruas do conjunto Nova Muriaé. Acréscimos que eliminam as calçadas. Muitas habitações abandonadas. 


Fotos Ítalo Stephan, maio 2019

MURIAÉ - MG


Muriaé - 108.000 habitantes
IDHM: 0,734 (alto) - MG: 0,731 (Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, 2010)
1,25 % população extremamente pobre  - MG : 3,49 (Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, 2010)

Centro. O novo em desarmonia com o antigo.

Patrimônio Histórico com alguns exemplares tombados.

Uma cidade com trânsito movimentado pelo grande número de automóveis.


quarta-feira, 22 de maio de 2019

ERVÁLIA-MG

Ervália, Zona da Mata,  18.000 habitantes.
IDHM: 0,625 (médio) - MG: 0,731 (Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, 2010)
5 % população extremamente pobre - MG : 3,49 (Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, 2010)
Parece não haver regras para uso e ocupação do solo.

Na Praça da Matriz, o processo de adensamento das edificações é visível.

Padrão repetido nas ruas: edificações ocupando praticamente 100% do terreno, varandas sobre as calçadas e cobertura metálica sobre terraço no último pavimento. 

Rua de Ervália: calçadas sem acessibilidade, rampas invadindo a caixa da rua, ausência de alinhamento, ausência de arborização.

Evidências do adensamento. Prédios com 4 ou mais pavimentos em ruas estreitas: sombras, diminuição da ventilação aumento do fluxo de veículos.


domingo, 19 de maio de 2019

MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS - BELO HORIZONTE

MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS, na eclética e imponente Estação Central de Belo Horizonte.

 Convive em harmonia com  trens e metrô.


Instalações iniciais e acréscimos contemporâneos discretos abrigam belíssimas exposições de instrumentos, tecnologia, meios de fabricação e espaços de indústria e comércio dos séculos XVIII a XX.

Tear.

 Uma antiga botica.

Venda.
Fotos Ítalo Stephan, maio de 2019.

“Ensino a Distância e as Diretrizes Curriculares Nacionais"


Evento realizado pelo CAU/DF, em Brasília, em 10 de maio de 2019
Seminário “Ensino a Distância e as Diretrizes Curriculares Nacionais"    
         
Trata-se de uma sequência de vários eventos em todo o país, novos temas vêm sendo adicionados às Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Arquitetura e Urbanismo:
1. Atualização dos conceitos e preocupações contemporâneas;
2. Ampliação do conteúdo curricular;
3. Síntese dos conteúdos curriculares,
4. Metodologia de ensino;
5. Ateliê de projeto;
6. Extensão universitária;
7. Pesquisa;
8. Estágio supervisionado;
9. Infraestrutura de laboratórios, ateliês e bibliotecas;
10. Qualificação dos coordenadores de curso e do corpo docente;
11. Registro e avaliação do ensino e aprendizagem;
12. Carga horaria e proporção professor / estudante;
13. Conteúdos ministráveis na modalidade ensino à distância - EAD.

Sobre o item 13, apenas informática aplicada, modelagem e história podem ter um pequeno percentual de conteúdo passível de EAD. Há cursos de EAD com autorização para funcionar desde 2015, com cerca de 93.000 vagas possíveis e com aproximadamente 50% dessas preenchidas.

Em Brasília foram incluídos os conteúdos de ética e prática profissional, além de legislação urbanística.

Participantes do CAU/DF, coordenadores de cursos dó Distrito Federal, conselheiros de vários estados como Acre, Rondônia, Paraíba e Minas Gerais (Conselheiro Ítalo Stephan e Técnico Darlan Oliveira, da Comissão de Ensino e Formação).

domingo, 12 de maio de 2019

PARAÍSO RURAL OU URBANO?

Região do Paraíso, Viçosa-MG. Conjuntos de casas mais recentes, loteamento irregular 
vila mais antiga, pouca produção agro-pastoril, resquícios de mata. Urbano, rurbano ou rural?

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 09/05/2019.

Como desdobramento da discussão do Plano Diretor na Câmara, por solicitação dos moradores da região conhecida como Paraíso, foi realizada uma audiência pública na Escola Almiro Paraíso. A intenção era discutir os possíveis efeitos da alteração do status de rural para urbano. Foi um evento com ampla participação dos moradores. O Paraíso é reconhecido pela união, cuidado e pelo senso de pertencimento dos seus moradores.  A audiência começou ornada com cartazes contra a urbanização do Paraíso. Várias pessoas se manifestaram com a posição inicial contrária à definição de um novo zoneamento, o qual previa três tipos de zonas: expansão urbana em uma parte; Zona 5, ao longo da rodovia, e rural, como é atualmente.

Houve posições diferentes. A proposta da Prefeitura considera necessária a preservação da área, de forma pouco adensada para não comprometer a importante região de mananciais. Também considera que parte do Paraíso não tem mais as características de área rural.  A região se desenvolve sem regras e parte se configura como área de expansão urbana. A posição dos moradores é que a mudança exigiria que eles passassem a pagar IPTU e conta de luz urbana.  Receiam perder as qualidades locais, reclamam da falta de iluminação e da má qualidade do transporte coletivo.  Criticam duramente a falta de fiscalização, e receiam que, uma vez urbanizada, a qualidade da infraestrutura e dos serviços públicos não chegará até eles. Ao mesmo tempo, os moradores reconhecem que há um processo em andamento: o interesse do setor da construção civil em chegar à região, devido à proximidade  desta com o Campus da UFV e com o centro da cidade. Houve, na audiência, até uma ameaça do doador do terreno da escola, de que, se a área se tornasse urbana, ele tomaria o terreno de volta.

Está em andamento a criação da APA do São Bartolomeu, mas é um processo lento que vai demandar mais um tempo para sua implantação. A região do Paraíso passa, indiscutivelmente, pelo processo de urbanização. A maioria das propriedades têm área inferior ao Módulo Rural (3 hectares, ou 30.000 m2), parcelamento mínimo permitido em áreas rurais. Isso as torna irregulares e irregularizáveis enquanto pertencerem à área rural. Embora haja ainda terrenos com produção agrícola e pastoril, há uma grande parte de terrenos apenas para fins recreativos e construções com usos para comércio, salões de festas e restaurantes. Há vários condomínios fechados em construção (ilegais).  Há obras que cortam vegetação, ocupam áreas de preservação permanente e assoreiam os cursos d´água, com consequências visíveis nas lagoas da UFV.  Uma rápida consulta às imobiliárias da cidade nos apresenta ofertas de vários imóveis (chácaras, terrenos, sítios, casas) com preços que variam de R$ 85.000,00 a R$320.000,00, valores de metro quadrado de terra urbana! 

Ao contrário do que os moradores têm conhecimento, a definição do zoneamento previsto no Plano Diretor não impede a continuidade de algumas propriedades permanecerem rurais. Outras regiões da cidade, como a Violeira, é urbana, desde 2000, e tem os dois tipos de propriedade. A gestão tem seus problemas, sim, mas é preciso avançar, melhorar a fiscalização da área rural de forma a impedir usos incompatíveis. Seria ideal estabelecerem regras e fiscalização efetiva para o processo inevitável de transformação. No entanto, a população do Paraíso preferiu continuar rural, mesmo que vários sinais e sintomas contradigam. Que os moradores permaneçam unidos e que continuem a lutar pelos seus direitos.

italostephan@gmail.com



domingo, 5 de maio de 2019

O CAMPUS E A CIDADE


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 02/05/2019

Uma recente polêmica surgiu devido ao questionamento que houve sobre a suposta ausência do campus da UFV no Plano Diretor. Como este é um território federal, tem aspectos de legislação e de ordenamento territorial próprios. O campus da UFV não está ausente no Plano, ele forma a ZUF – Zona da Universidade Federal.  Um grupo de pessoas tem cobrado que os projetos e as obras devem ser submetidos às leis e à aprovação do IPLAM. A ZUF não é um território isolado,  integra-se com o restante da malha urbana por cinco vias asfaltadas (Quatro Pilastras, Via Lagos, Vila Gianetti, Acesso pela Funarbe e prolongamento conhecido pela Nova P. H. Rolfs, que se estende até os Cristais). Há outras duas vias em terra e outra planejada (acesso por trás dos alojamentos Pós e Posinho), contempladas pelo Plano de Mobilidade.  O principal acesso não é cercado, possibilita acesso a qualquer cidadão, é um verdadeiro parque urbano, o único da cidade em ótimo estado de conservação.

O campus tem um plano diretor próprio (PDFA) que estabelece diretrizes mais restritivas do que qualquer outra parte da cidade. É uma área linda, limpa, bem conservada, com áreas de preservação ambiental. Os projetos arquitetônicos são analisados e aprovados pela Pró-Reitoria de Administração. São sujeitos à leis, às normas técnicas referentes ao meio ambiente, à vigilância sanitária, à acessibilidade, à segurança e ao combate a incêndio, etc. As obras possuem placas de seus responsáveis técnicos. Do campus, além de um gigantesco conhecimento produzido e de muitos projetos de extensão que atendem Viçosa e região, sai a água para abastecimento da cidade, retirada das lagoas represadas ao longo do curso do ribeirão São Bartolomeu. De lá vêm alimentos, com destaque para o doce de leite mais gostoso do Brasil. O campus sofre o impacto da urbanização com o trânsito que o atravessa, com o aumento da insegurança, com o assoreamento e com a poluição das águas à montante do ribeirão São Bartolomeu.

A atual gestão territorial do campus respeita todas as regras. Infelizmente, nem sempre foi assim. O campus cresceu em função da canalização de cursos d´água e poluiu algumas lagoas. Não podemos concordar com esse dano ao meio ambiente, por isso devemos sim cobrar algumas medidas, como tratamento da poluição dos lagos e do esgoto produzido. Em levantamento feito na Internet, vasculhei planos diretores e leis de zoneamento, não encontrei nenhuma referência sobre o tratamento dado pelos municípios aos campi federais. Além de fazer uma longa busca por vários arranjos de palavras ou termos, procurei em artigos, dissertações e especificamente em cidades que possuem campi, como São Carlos, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba, Ouro Preto, Juiz de Fora. Exigir que o território federal se submeta às regras municipais é um ponto discutível, a ser tratado entre a Prefeitura e a Reitoria. Na minha opinião, esse assunto não necessita estar presente no Plano Diretor.

Não se trata de desrespeitar Viçosa e seu plano. Afirmo que ainda há muito a ser feito para melhorar a infraestrutura do campus e tratar seus efluentes. É essencial estreitar as relações entre a cidade e a UFV, para discutir assuntos de interesse comum, assim como é necessário avaliar os impactos do crescimento urbano e planejar em conjunto o futuro.

Foto:
https://www2.dti.ufv.br/ccs_noticias/scripts/exibeNoticia.php?codNot=21446


sábado, 4 de maio de 2019

AUDIÊNCIA PÚBLICA NO PARAÍSO


Audiência Pública, marcada pela Câmara Municipal de Viçosda, na Escola Almiro Paraíso, para discutir as possíveis impactos da urbanização na região do Paraíso.
Muitos presentes, muitas dúvidas, uma decisão quase unânime. Pontos decisivos:
- IPTUxITR;
- Conta de Luz rural x urbana;
- Críticas à fiscalização por parte da prefeitura;
- Críticas quanto ao transporte coletivo.
Embora o processo de urbanização já se faz presente em algumas áreas, a população optou por manter a região  como Zona Rural.

MARATONA DE PROJETOS NO DAU/UFV

A Maratona de Projetos voltou.
Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo do DAU/UFV participaram de uma Maratona de Projetos. Que volte para ficar e acontecer todo ano, c ada vez com mais estudantes!