A cidade de Cabo Frio, que tem população fixa de um pouco menos de duzentos mil habitantes, recebe centenas de milhares de turistas, principalmente nos meses de férias escolares (para a alta temporada estima-se 450.000 pessoas) e nos feriados prolongados (estima-se 900.000 pessoas no réveillon e 800.000 pessoas no carnaval). Seus administradores realizaram projetos de embelezamento e melhorias em zonas nobres das cidades.
O município enfrenta ainda sérios problemas. O seu processo de urbanização, assim como nas demais cidades da região dos lagos revelou-se agressivo na busca e conquista de terras para parcelar, seja nas fronteiras municipais, nas áreas intra-urbanas ou na apropriação muitas vezes drástica da paisagem natural. A recuperação da Lagoa de Araruama tem sido um dos grandes desafios ambientais. Discute-se muito a dependência econômica, política, social, ambiental e, principalmente, eleitoreira dos royalties do petróleo. Quanto à destinação final do lixo. Estima-se que em um dia de praia lotada, são produzidas centenas de toneladas de lixo. Para o Carnaval de 2008 a Secaf (Serviço de Desenvolvimento de Cabo Frio) estimou que seriam produzidas 2.260 toneladas de lixo. Com exceção das latas de alumínio, que são coletadas nas praias, mistura-se plásticos, papéis, cocos, vidros e restos orgânicos em um aterro controlado.
Entretanto, a cidade parece funcionar e suportar bem o acréscimo populacional de uma forma que poucas cidades conseguem fazer. O controle do uso do solo parece ter tido resultados bastante satisfatórios para receber mais turistas além da população fixa. O skyline visto da orla nos indica que há um limite de gabarito das edificações que possuem um pavimento térreo, um pavimento de garagem, três ou quatro pavimentos de uso residencial e um pavimento de cobertura. O que se vê é uma massa relativamente homogênea de edificações, mais baixa que a linha de morros litorâneos. Esta limitação resulta em uma densidade habitacional na qual a infra-estrutura urbana consegue atender . Esta infra-estrutura permite escoar uma quantidade de esgotos que são tratados, suporta em uma malha viária bem resolvida um trânsito que flui sem maiores problemas, distribui os banhistas ao longo da Praia do Forte, de forma que possam se deslocar a pé, no máximo, umas quatro centenas de metros. Desta forma a cidade cresce aos poucos ao longo da praia. Apenas as vias que ligam os bairros são asfaltadas, as demais ruas são pavimentadas com paralelepípedos, que induzem a circulação em velocidades menores, são parcialmente permeáveis e menos quentes que o asfalto. As dunas e a faixa de areia costeira recebem cuidados e aos poucos a vegetação segura a areia e se torna abundante e viçosa. Seu patrimônio arqueológico e arquitetônico de cinco séculos e é bem cuidado.
Referências:
HOMER, Vilma. Cidades fluminenses diante dos desafios urbanos do século XXI. Boletim Faperj. Disponível em
LOPES, Juarez. Cabo Frio/RJ: Dia Mundial do Meio Ambiente. Rede Partido Verde . Disponível em: