Mônica Ribeiro e Ribeiro
Projeto urbanístico de NY aumentou em 50% o lucro comercial após privilegiar pedestres
Jornal GGN - Considerada a capital financeira do globo, a cidade norte-americana de Nova York recebe, por ano, milhares turistas de todas as partes do mundo. Um dos lugares mais frequentados não só por estrangeiros, como também pela população local, é a Times Square, na região central, que abriga os famosos teatros da Brodway, os estúdios de TV e a redação do jornal The New York Times.
Para facilitar a mobilidade dos frequentadores, a prefeitura da cidade resolveu fechar algumas vias, sendo que, em algumas delas, pequenas praças com mesas e cadeiras foram criadas com uma simples pintura no chão. A experiência urbanística, que rendeu um aumento de 50% na receita dos comerciantes locais, foi apresentada pela secretária municipal de transporte Janette Sadi-Khan na Câmara Municipal de São Paulo, na quarta-feira (25), durante o seminário “A Bicicleta em São Paulo: Políticas Públicas para Transformar a Cidade”.
“Desde que fechamos a Times Square para o trânsito, além das vendas, houve um aumento de 50% no valor dos aluguéis. Construímos bulevares apenas passando tinta no chão. Entre 2007 e 2012, criamos 50 novas praças na cidade”, enfatizou Sadi-Khan.
Segundo a secretária nova-iorquina, o projeto Sustainable Streets (Ruas Sustentáveis), criado há seis anos, prima pela transformação do uso do espaço público em vez de construir novas vias. Além disso, a medida também foi pensada para diminuir os efeitos do trânsito na cidade - uma vez que, como o de São Paulo, é bastante caótico. Para isso, a prefeitura de lá criou o Programa 20 Milhas por Hora (32 km/h).
“Nós temos a maior frota dos Estados Unidos e, levando em consideração o tráfego pesado de veículos, criamos o programa. Após um estudo, constatamos que o excesso de velocidade causava 25% dos acidentes de trânsito da cidade. Fizemos uma grande campanha, dizendo que se você for atingido por um carro a 40 milhas/hora (64 km/h), sua chance de morrer será de 70%”, enfatizou.
A bicicleta e a cidade
Bem parecido com iniciativas já instaladas na capital paulista, outro programa que faz parte do projeto urbanístico é o Citi Bike, patrocinado pelo banco Citibank, que fornece o empréstimo de bicicletas em 40 estacões de metrô e em 8.000 pontos espalhados pela cidade. As passagens de bicicleta podem ser pagas por meio de passes diários “salgados” (o equivalente a R$ 23 por 30 minutos), semanais (cerca de R$ 56) e anuais (por volta de R$ 213), que são mais rentáveis por custarem, ao dia, 26 centavos de dólar (R$ 0,58).
Segundos dados da prefeitura nova-iorquina, o município possui mais de 600 km de ciclovias em todos os distritos (Manhattan, Coney Island, Bronx, Brooklyn e Queens) e pretende estender as rotas até o ano que vem - São Paulo tem 10% disso, ou seja, 60 km de vias para ciclistas.
“São 35 mil nova-iorquinos andando de bicicleta a cada dia. Com ciclovias mais seguras, o trânsito fica mais organizado. Além disso, 75% da população apoia o compartilhamento de bicicletas”, disse Sadi-Khan.
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