Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 31/10/2024
PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO
Viçosa tem 17 bens imóveis tombados pelo município. Deles 12 foram protegidos a partir da iniciativa do Conselho Municipal de Patrimônio, desde 1999. Outros cinco foram tombados a partir da iniciativa privada. Todos são patrimônio arquitetônico, são patrimônio cultural de Viçosa e são obrigados a ser conservados pelo município ou pelos proprietários. O próximo imóvel a ser tombado é o prédio da antiga prefeitura e da câmara municipal, localizado na Praça do Rosário.
Inicialmente, apenas prédios públicos foram tombados: o eclético Edifício Arthur Bernardes, no Campus da UFV; a eclética Casa Arthur Bernardes (único bem tombado também pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico de Minas Gerais – IEPHA em 1989); a Estação Cultural Hervê Cordovil (1999, uma justa homenagem ao músico viçosense); a Estação do Silvestre (1999, recém requalificada pelo município); o proto-moderno Colégio de Viçosa (1999, aos poucos sendo requalificado para sediar o gabinete e as secretarias municipais); o Colégio Edmundo Lins (1999, que já foi cadeia municipal); a modernista Escola Municipal Coronel Antônio Silva Bernardes (1999); a eclética sede do Parque Tecnológico de Viçosa (1999, complexo que funcionou como do Patronato Agrícola, CBIA, Funabem, onde muitos jovens tiveram a oportunidade de dar outro rumo para sua própria história), a volumetria da ala mais antiga eclética do Hospital São Sebastião (2008) e a Capela dos Passos (2004, que se confunde com o surgimento do povoado que deu origem à Viçosa). Foi tombado o Balaústre (1999, uma estrutura urbana – balaustrada - com 500 metros de extensão, que corre ao longo de trecho da linha férrea). Recentemente, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Viçosa – Compath, tombou o belo edifício conhecido como o eclético Alcântara, bem particular, mas que estava sendo malconservado.
Por iniciativa de empreendedores locais, foram tombados a fachada da Casa Sede do Primeiro Hospital de Viçosa (2004); a Residência da Dona Cora Bolivar (2006); os prédios de número 119 e 129 da avenida Gomes Barbosa (2004) e o Hotel Rubim (2023). Esses bens foram tombados em troca da permissão de construir edifícios no próprio terreno, em soluções muito discutidas, com resultados muito discutíveis, mas que foram possíveis em troca da preservação dos volumes originais principais. Todos os bens aqui citados são patrimônio público, são parte de nossa memória. A preservação desses bens é uma estratégia importante e necessária para a formação da consciência cidadã, capaz de lidar com diferentes modos de compreensão e valorização da sua história. Quanto mais rico e conservado é o nosso patrimônio arquitetônico, maior é o entendimento de uma cidade formada por grupos sociais que merecem ter suas memórias e experiências compartilhadas e respeitadas por todos. É, portanto dever legal do município preservar seu patrimônio. Viçosa ganha recursos para isso, via ICMS Cultural por cuidar do seu patrimônio por assegurar a continuidade dos elementos vitais para a sociedade. Os cidadãos ganham por poder usufruir dele, os futuros moradores terão o direito de conhecer parte de seu passado e reconhecerão os esforços feitos no tempo presente.