28 novembro 2024

SAAU 2024 e PUPA.


Semana da Arquitetura e Urbanismo UFV, SAAU 2024.
Oficina "Jogo da Cidade" oferecida pelo laboratório Pupa / PPG.au DAU/UFV.
Foto Ítalo Stephan, novembro 2024.

OFICINA NO SAAU 2024

Semana da Arquitetura e Urbanismo 2024 - UFV
Oficina "Urban patterns" / Malhas urbanas.
Foto Ítalo Stephan, novembro 2024.

 

24 novembro 2024

FORMATURA ESPETACULARIZADA

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 21/11/2024.

Infelizmente, sinto no ar, algo de preocupante rondando uma estrutura de um grande negócio que é a organização das festividades de formatura dos estudantes da UFV.  Tal estrutura movimenta centenas de milhares de reais. Recentemente publicaram que a formatura de julho de 2025 corre o risco de não acontecer por causa da baixa procura dos estudantes pelos pacotes das festas; devido ao altíssimo custo dos insumos e serviços envolvidos na organização. O ciclo da cerimônia do formato que se apresenta pode estar chegando ao fim. 

O processo exclui a maior parte dos formandos; aos poucos, os homenageados e até mesmo os parentes, que gostariam de dividir esse momento tão importante. A UFV entra com uma maravilhosa estrutura física, fica em franca desvantagem, para que alguns setores se deem bem. Isso acontece ano após ano. Sou a favor de comemorar, e muito, as vitórias cheias de dificuldades, as trajetórias, a enfrentadas para a formação dos estudantes. Pode ter baile, churrasco, abraços, músicas (só das boas), Aula da Saudade, fotos mil. Isso os alunos merecem, mas tudo tem limites e o que vem acontecendo de longe já os ultrapassou. As abastadas e esnobes solenidades excluem a maioria das pessoas, que deveriam estar juntas, comemorando tão importante passagem. Isso tudo é antiético.

Os custos das festividades de formatura mudaram até a forma de homenagear as pessoas. Antes, os três homenageados - professor, professor da aula da saudade - e funcionário ganhavam dois convites cada, para o churrasco e para o grande baile. Essa cortesia foi diminuindo por causa dos contínuos cortes de gastos (em cima dos homenageados!), até que não há mais convites para nenhum deles. É uma economia justo em cima daqueles que contribuíram na formação dos graduandos. Ao mesmo tempo ocorre a competição por vestidos, penteados e maquiagens mais caros; aumenta-se o número de bandas (mais conhecidas, melhor!). Inventaram que festa boa tem de ter cascatas de chocolate, drinques caros, camarões aos montes (e música de baixa qualidade). Tais custos excessivos discriminam muitos formandos com menos renda, limitam o número de parentes sortudos que podem pagar e promovem a venda de convites a um altíssimo preço no mercado negro.

Até quando nós vamos ficar fingindo que está tudo bem? Não, não está tudo bem! Visível, escancarado mesmo é o desperdício, a valorização excessiva da matéria, a espetacularização excludente. Não é isso que ensinamos na universidade. Há muito a ser discutido; muita coisa a ser mudada. O modelo baseado no esbanjamento, na esnobação, na exagerada valorização material já se esgotou. Esses megaeventos inflacionados preocupam apenas a um mercado que chegou ao limite. Voltemos ao que deveria ser o ritual de formatura: um ritual de passagem, com muita celebração (sempre!), mas mais acessível, mais simples, mais fraterno, mais democrático e mais humano. Será bom para a imagem da UFV, bom para Viçosa e bom e servirá como mais uma lição para a formação do caráter todos os formandos. Talvez seja a hora da UFV pensar em estabelecer regras para que as festas não sejam tão discriminatórias. A melhor lição deixada da formatura de meados de 2024 não foi o churrasco, nem o luxuoso baile.  Foi a da família de uma graduanda, que enfrentou uma viagem de mil quilômetros, num automóvel (de uma marca que não se fabrica há muitos anos), escrito no vidro “indo formar nossa filha – Viçosa – ARQ”. Esse episódio sim não tem preço.


23 novembro 2024

FILME IMPERDÍVEL

 

Um filme tocante, emocionante, necessário para os dias de hoje.
Uma forte lição sobre um período obscuro da nossa história, mas que não pode ser esquecido.
Interpretações magníficas.
Não deixe de assistir.

14 novembro 2024

DUAS FACES DE UMA CIDADE HISTÓRICA

Duas faces contrastantes. A "histórica" paisagem oitocentista ouropretana.

A mais recente forma de urbanização: precária, arriscada, negligenciada.
Fotos Ítalo Stephan, 2024
 

08 novembro 2024

Dia Mundial do Urbanismo

 


No dia 8 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Urbanismo.

Uma data importante para refletir sobre os rumos das cidades e as consequências evidenciadas pelas desigualdades sociais.

Arquitetos e Urbanistas, cuidemos de nossas cidades, sejamos cidadãos e não nos acomodemos com nossas cidades injustas!

APP prá quê? Governador Valadares

Governador Valadares-MG. Urbanização permitida ao longo do rio Doce, dentro da  Área de Preservação Permanente - APP. 

APP desrespeitada (exigida desde o Código Florestal de 1965). Crime ambiental, ameaça aos moradores, irresponsabilidade dos gestores.



 

03 novembro 2024

1998-2024


Fotos Ítalo Stephan, 1998 e 2024.


 

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

 

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 31/10/2024

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

Viçosa tem 17 bens imóveis tombados pelo município. Deles 12 foram protegidos a partir da iniciativa do Conselho Municipal de Patrimônio, desde 1999. Outros cinco foram tombados a partir da iniciativa privada. Todos são patrimônio arquitetônico, são patrimônio cultural de Viçosa e são obrigados a ser conservados pelo município ou pelos proprietários. O próximo imóvel a ser tombado é o prédio da antiga prefeitura e da câmara municipal, localizado na Praça do Rosário.

Inicialmente, apenas prédios públicos foram tombados: o  eclético Edifício Arthur Bernardes, no Campus da UFV; a eclética Casa Arthur Bernardes (único bem tombado também pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico de Minas Gerais – IEPHA em 1989); a Estação Cultural Hervê Cordovil (1999, uma justa homenagem ao músico viçosense); a Estação do Silvestre (1999, recém requalificada pelo município); o proto-moderno Colégio de Viçosa (1999, aos poucos sendo requalificado para sediar o gabinete e as secretarias municipais); o Colégio Edmundo Lins (1999, que já foi cadeia municipal); a modernista Escola Municipal Coronel Antônio Silva Bernardes (1999); a eclética sede do  Parque Tecnológico de Viçosa (1999, complexo que funcionou como do Patronato Agrícola, CBIA, Funabem, onde muitos jovens tiveram a oportunidade de dar outro rumo para sua própria história), a volumetria da ala mais antiga eclética  do  Hospital São Sebastião (2008) e a Capela dos Passos (2004, que se confunde com o surgimento do povoado que deu origem à Viçosa).  Foi tombado o Balaústre (1999, uma estrutura urbana – balaustrada - com 500 metros de extensão, que corre ao longo de trecho da linha férrea). Recentemente, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Viçosa – Compath, tombou o belo edifício conhecido como o eclético Alcântara, bem particular, mas que estava sendo malconservado.


Por iniciativa de empreendedores locais, foram tombados a fachada da Casa Sede do Primeiro Hospital de Viçosa (2004); a Residência da Dona Cora Bolivar (2006); os prédios de número 119 e 129 da avenida Gomes Barbosa (2004) e o Hotel Rubim (2023). Esses bens foram tombados em troca da permissão de construir edifícios no próprio terreno, em soluções muito discutidas, com resultados muito discutíveis, mas que foram possíveis em troca da preservação dos volumes originais principais. 

Todos os bens aqui citados são patrimônio público, são parte de nossa memória. A preservação desses bens é uma estratégia importante e necessária para a formação da consciência cidadã, capaz de lidar com diferentes modos de compreensão e valorização da sua história. Quanto mais rico e conservado é o nosso patrimônio arquitetônico, maior é o entendimento de uma cidade formada por grupos sociais que merecem ter suas memórias e experiências compartilhadas e respeitadas por todos. É, portanto dever legal do município preservar seu patrimônio. Viçosa ganha recursos para isso, via ICMS Cultural por cuidar do seu patrimônio por assegurar a continuidade dos elementos vitais para a sociedade. Os cidadãos ganham por poder usufruir dele, os futuros moradores terão o direito de conhecer parte de seu passado e reconhecerão os esforços feitos no tempo presente.


02 novembro 2024

26 anos depois...

Viçosa, MG. Início do Balaústre, 1998.

Viçosa, MG. Início do Balaústre. 
Fotos Ítalo Stephan.