quarta-feira, 15 de julho de 2009

Estádio sim, campo não.

A Copa do Mundo de 2010 está chegando e Copa de 2014 vem trazendo ampla discussão sobre o esporte mais popular do Brasil, uma indiscutível paixão nacional. Volta-se a falar sobre estádios de futebol, um equipamento que não existe na cidade. São apresentados inúmeros belos projetos arquitetônicos de requalificação de estádios (Maracanã, Mineirão, Beira Rio, Salvador) e de novos estádios (Ninho de Pássaro em Pequim; Nelson Mandela, na África do Sul; Manaus e Cuiabá). A prática desportiva encontra na UFV sua melhor estrutura, enquanto que na cidade a situação é precária. Um novo estádio de futebol, com campo, arquibancada, infraestrutura com vestiários, bares, sanitários e cabines para a imprensa, é um equipamento importante e necessário para Viçosa. Vemos alguns torneios regionais sendo disputados sem a participação de nenhum time de Viçosa ou da microrregião. É uma reivindicação legítima feita pela comunidade há alguns anos. A sua construção poderia alavancar um maior desenvolvimento do futebol para a região, como um estímulo à formação e qualificação de atletas, treinadores, preparadores físicos, árbitros, jornalistas do esporte etc.

Tem sido discutida a sua implantação no final da Rua do Pintinho, que é um local totalmente impróprio. Não há estrutura viária suficiente para suportar um trânsito de veículos e ônibus, tanto pela existência de apenas uma via estreita, como pela existência do estrangulamento gerado pelos muros do cemitério D. Viçoso. O acesso para pedestres é de difícil acesso e a declividade da via de acesso é acentuada. A área é insuficiente para abrigar um estádio e o estacionamento. Um estádio de futebol demanda uma estrutura muito além de um vestiário e de um campo de futebol. É uma obra de amplo impacto ambiental e nas vizinhanças. Necessita de um bom projeto arquitetônico (seria motivo até para um concurso público). Para maior viabilização dessa ideia, o estádio deveria estar preparado para receber outras atividades como shows, funcionando como um espaço multiuso que a cidade não tem.

Para Viçosa, seriam adequadas arquibancadas para umas sete a oito mil pessoas, com estacionamento para mil e cem ou mil e quatrocentos automóveis, segundo recomendações da FIFA. A área necessária para estacionamento ocupa a maior parte de um terreno para um estádio. Isso significa que é necessária uma área de pelo menos cinco hectares. Essa área não pode ser subestimada. Não há estrutura urbana viária capaz de absorver tal demanda. Um estádio é uma obra cara, que merece planejamento e muito cuidado, desde estudos de viabilidade, obtenção de recursos financeiros, sua localização, bom projeto, construção com materiais adequados e manutenção. Deverá ser uma obra sustentável financeira e ecologicamente. Deverá atender ao Estatuto de Defesa do Torcedor, às Normas Técnicas Brasileiras relacionadas à acessibilidade e segurança e às normas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Não pode ser uma obra eleitoreira nem se tornar um “elefante branco”. Há outros locais, tanto dentro do Campus da UFV como nas imediações do Parque de Exposições (local mais adequado), com área e infraestrutura viária suficientes para abrigar um seguro e confortável estádio de futebol e espaço multiuso de fácil acesso, principalmente com a utilização de transporte coletivo. Esse sonho de muitos em Viçosa pode e deve ser desenvolvido para se tornar realidade e um bom e atrativo empreendimento. É mais um dos potenciais de Viçosa, entre outros que deveria ser concretizado.

Um comentário:

  1. Amigos, façam uma visita ao Complexo Esportivo da pequena e exemplar Rio Doce, guardada as devidas proporções, estamos dando exemplo em administração pública, vale uma conferida.

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