Infelizmente os transtornos causados pelo trânsito urbano estão amplamente disseminados em muitas cidades. Em Viçosa os problemas se ampliam, devido às características topográficas e das péssimas condições da pavimentação, somadas ao adensamento da área central e ao acréscimo diário de mais automóveis e motocicletas circulando nas mesmas ruas. Com o aumento do número de motociclistas, há aumento de acidentes em conseqüência da pressa, atrevimento e imprudência de muitos deles. Uma vez que são mais ágeis que os automóveis, o trânsito ficou muito mais perigoso, pois exige mais atenção dos pedestres e de quem está ao volante, principalmente quando as motos “se escondem” nos pontos cegos dos automóveis.
A busca de soluções para o conturbado trânsito é assunto cotidiano e o maior desejo é a colocação dos semáforos. Para melhorar a situação, será necessário um conjunto de medidas integradas que envolvem recursos, mudanças de hábito e a necessidade de planejamento.
O uso de semáforos, em princípio, é a solução mais requisitada pela população. Há alguns cruzamentos em que esse tipo de controle poderia ser a solução, como por exemplo: Av. Bueno Brandão com Av. Santa Rita, Rua Padre Serafim com Santa Rita, Av. Castelo Branco (trevo, acesso para a Joaquim Lopes de Farias, chegada na Av. P. Rolfs) etc. Entretanto, o uso do semáforo não resolve todos os problemas e pode causar outros, como interromper a fluidez do trânsito, gerar insegurança durante a madrugada. Sua instalação é cara. Por esses motivos, é preciso um estudo cauteloso antes de sua instalação. Há alguns hábitos a serem quebrados. Há comerciantes que deixam seus veículos estacionados o dia inteiro, tomando vagas, inclusive para seus clientes. Há os que deixam de caminhar 500, 600 metros em troca da comodidade do automóvel particular. Há, muitas vezes com razão, o desinteresse em trocar o veículo particular pelo transporte coletivo.
As ruas são as mesmas há muitas décadas. Com exceção da via alternativa de acesso ao Campus da UFV, via Villa Gianetti, não foram abertas novas vias: ao contrário, algumas foram fechadas. Abrir vias é uma maneira de melhorar o trânsito. Não há muitas alternativas, mas é possível tornar transitável toda a Rua dos Estudantes, incompreensivelmente com uma parte interditada por interesses particulares. É necessário pensar na solução para o gargalo causado pelos muros do Cemitério Dom Viçoso. É possível melhorar a Travessa Purdue. É possível trazer de volta a mão dupla em algumas vias. É preciso eliminar estacionamento ao longo de algumas vias. Há alternativas possíveis como a ligação da Rua dos Estudantes à Avenida Mal. Castelo Branco. É preciso descentralizar o comércio, a prestação de serviços (agências bancárias, escolas) e os futuros prédios para a instalação de órgãos públicos. É possível resgatar o leito do Ribeirão São Bartolomeu com uma proposta viária que atenda simultânea e eficientemente a pedestres, ciclistas e automóveis. É necessário alargar calçadas. Há todo o potencial da linha férrea para destinar uma pista adequada e segura para os ciclistas. Há outras medidas que podem melhorar as condições de trânsito na área central, que devem ser desenvolvidas: a mudança da estação rodoviária de local e a construção das alças viárias, conforme disposto no Plano Diretor de Viçosa.
A cada ano centenas de novos automóveis e motos se somam ao complicado trânsito. Portanto, para que haja melhorias, não basta apenas colocar semáforos. Somente um conjunto planejado de medidas, umas mais simples outras mais complexas, pode ser eficaz.
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