A arquiteta e professora Ermínia Maricato, uma das principais mentoras do Ministério das Cidades, acaba de lançar o importante livro “O impasse da política urbana no Brasil” (São Paulo: Vozes, 2011, R$35,00). O tom é realista, portanto, amargo e preocupante. O grave é que parece que não temos como refutar algumas de suas afirmações como “a evidência insofismável é a de que as cidades continuam piorando” (p. 30) ou que “nunca é demais repetir, não é por falta de planos que as cidades no Brasil estão como estão ” (p. 44).
Maricato aponta um caminho que é o combate ao analfabetismo urbano. Para ela “a ignorância sobre o espaço geográfico é imensa. Não é pouco freqüente que shopping centers sejam tomados como pontos de referência nas cidades e rios, córregos, edifícios históricos, parques, sejam ignorados” (p. 45). Propõe minimizar o analfabetismo criando “’uma nova cultura e um novo patamar de conhecimento sobre as cidades do Brasil e disseminar as propostas construídas pelo Movimento da reforma urbana” (p.46). A esperança de Maricato está na emergência de novos movimentos de jovens moradores nas periferias urbanas que lutem pelo direito à cidade, pela justiça urbana, frente a uma “evidente insustentabilidade do padrão de vida que o capitalismo está estendendo para os [países do] BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China” (p. 87).
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