24 setembro 2011

E a política urbana no Brasil?


A arquiteta e professora Ermínia Maricato, uma das principais mentoras do Ministério das Cidades,  acaba de lançar o importante livro “O impasse da política urbana no Brasil” (São Paulo: Vozes, 2011, R$35,00). O tom é realista, portanto, amargo e preocupante. O grave é que parece que não temos como refutar algumas de suas afirmações como “a evidência insofismável é a de que  as cidades continuam piorando” (p. 30) ou que “nunca é demais repetir, não é por falta de planos que as cidades no Brasil estão como estão ” (p. 44).  
Maricato aponta um caminho que é o combate ao analfabetismo urbano. Para ela “a ignorância sobre o espaço geográfico é imensa. Não é pouco freqüente que shopping centers sejam tomados como pontos de referência nas cidades e rios, córregos, edifícios históricos, parques, sejam ignorados” (p. 45). Propõe minimizar o analfabetismo criando “’uma nova cultura  e um novo patamar de conhecimento sobre as cidades do Brasil e disseminar as propostas construídas pelo Movimento da reforma urbana” (p.46). A esperança de Maricato  está na emergência de novos movimentos de jovens moradores nas periferias urbanas que lutem pelo direito à cidade, pela justiça urbana, frente a uma “evidente insustentabilidade do padrão de vida que o capitalismo está estendendo para os [países do]  BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China” (p. 87).

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