Tarifa zero: entenda como é possível
Http://www.youtube.com/watch?v=R7DNnyKjHe8&feature=youtu.be
Temas de discussão: Arquitetura e Urbanismo. Planejamento Urbano. Patrimônio Histórico. Futuro das cidades. Pequenas e médias cidades. Architecture and Urban Planning. Heritage. The future of the cities.
30 junho 2013
28 junho 2013
Qualquerlândia: Inhapim, MG
Como tantas outras cidades brasileiras, a pequena Inhapim, em Minas Gerais, não foge à regra das invasões sobre os leitos dos rios e os eternos ciclos de enchentes/tragédias e da conivência do Poder Público. Triste, triste...
Na foto de cima é possível ver a marca de até onde a água já subiu.
24 junho 2013
Protestos de ônibus e táxis em Viçosa
Desta vez motoristas de ônibus e táxis também resolveram se manifestar contra as más condições das vias de Viçosa. Eles pararam os veículos na Praça do Rosário, onde está a prefeitura.
A Viçosa que queremos
Domingo à tarde, nas proximidades das Quatro Pilastras, estudantes, professores, moradores de Viçosa se dispuseram a propôr obras e ações para melhorar Viçosa e ajudar a mudar o Brasil.
.
Em um clima de tranquilidade e seriedade foram muitas as propostas: educação, meio ambiente, corrupção e planejamento urbano foram alguns dos muitos assuntos amplamente discutidos.
A participação popular é uma forte aliada da mudança.
23 junho 2013
A cidade do futuro - II
Artigo publicado no jornal Tribuna Livre de 18 de julho de 2013
O futuro já chegou para muitas cidades no mundo. Copenhagen, a capital verde da Europa, é considerada a cidade mais sustentável do mundo. Tem mais de 50% da população indo ao trabalho ou à escola de bicicleta. Na linda cidade dinamarquesa, 96% dos seus moradores vivem a, no máximo, 15 minutos de distância a pé de áreas recreativas. É possível mudar a realidade em locais onde parecia impossível. Medellín, na Colômbia, que antes só aparecia nas manchetes dos cartéis do tráfico, acaba de receber reconhecimento mundial por seus projetos executados na área de transporte público e desenvolvimento econômico.
A cidade do futuro precisa de planejamento urbano competente e de continuidade nas suas políticas públicas, especialmente a urbana. Um bom planejamento urbano precisa de vontade e técnica. Exige tempo, às vezes mais de dez, quinze, vinte anos para realizar intervenções essenciais. As eleições a cada quatro anos quebram a continuação de projetos, obras e ações. Isso ocorre mesmo para quem se reelege, pois há interrupção do processo e rearranjo de coligações e de cargos políticos. Nossa tradição é de jogar fora o que foi feito no mandato anterior, pois não presta ou não atende aos interesses dos mandatários da hora. A cada 4 ou 8 anos tudo começa do zero. As demandas são as imediatas e clientelistas. Com isso o desperdício de recursos financeiros e técnicos é absurdo, e os prejuízos sociais refletem na péssima qualidade de vida que nossas cidades apresenta. Curitiba continua a ser um ótimo exemplo, referência mundial onde o talento de urbanistas e a vontade da população de viver com qualidade fizeram surgir uma cidade moderna, organizada e charmosa.
A cidade do futuro deve ter seu passado preservado, através da proteção aos bens arquitetônicos, culturais e ambientais que sejam avaliados como importantes, mantendo assim sua identidade. A cidade do futuro precisa ser inclusiva, onde todos exercem a cidadania. A participação popular, com consciência é um ponto chave da cidade democrática. Por outro lado, os governantes devem saber ouvir e governar para todos. Toda decisão importante, mudança de regras ou intervenção que atinja parte ou toda a cidade deve ser amplamente discutida. Há várias formas de promover a participação para ouvir e discutir com a população assuntos coletivos: órgãos colegiados de política urbana, debates, audiências e consultas públicas, conferências sobre assuntos de interesse urbano, iniciativa popular de projeto de lei e de planos e gestão orçamentária participativa. Os governantes não sabem como esta forma de governar é rica e fortalecedora das instituições.
A cidade do futuro não existirá sozinha. A cooperação entre os municípios vizinhos será outra premissa essencial. O planejamento regional, tão recente e escasso no país precisa se tornar uma prática saudável para o compartilhamento de problemas, soluções e oportunidades fará com que cresçam com menos injustiças. Com isso ganha o meio ambiente com soluções compartilhadas de preservação de bacias hidrográficas e a destinação de lixo; ganham os municípios em programas de transporte, energia, educação, saúde e turismo.
Como já fiz essas perguntas em texto anterior, não custa repetir. Quão longe estamos do futuro? Quem pode alcançar esses benefícios? Quem pode mudar tudo isso? A resposta é a mais óbvia de todas. Todos a temos de cor e salteado. Basta que sejamos uns dos agentes da mudança. Quem pode alcançar esses benefícios? Quem pode mudar tudo isso? A resposta é a mais óbvia de todas. Todos a temos de cor e salteado. Basta querer e seremos agentes da mudança.
Não participe!
Artigo publicado no jornal Tribuna Livre de Viçosa, em 18 de junho de 2013, escrito após a realização da V Conferência da Cidade de Viçosa, onde muito pouca gente participou. O gigante acordou depois, e ainda está meio tonto.
Eu sou um conhecido construtor da cidade. Ouvi falar dessas tais reuniões públicas. Esses chatos ficam discutindo só bobagens só para atrapalhar meus negócios. Para que ir falar sobre os problemas da cidade, se eu não tenho nada com isso. Crio muitos empregos, movimento a economia, já faço a minha parte. Consigo as coisas da minha maneira. Deixa eles discutirem à vontade.
Eu faço parte da administração da minha universidade. Mas ir a esse negócio de discutir, planejar ou melhorar a cidade, criar oportunidades para a cidade, é importante sim, mas ainda tenho duas reuniões, uns processos para olhar, trabalhos para corrigir. O cargo exige demais de mim, mal dou conta das minhas tarefas. Arranjo uma desculpa e mando alguém no meu lugar.
Eu sou um político importante, um peixe grande, mas quero ir ainda mais longe. Faço parte das decisões ou deixo isso para meus amigos. Esses "filósofos", metidos à besta só enchem minha paciência. Seminário, Conferência, Reunião Pública sobre a cidade, só deixo acontecer porque sou obrigado. Vou lá, participo da abertura do evento. Se possível, saio na foto para os jornais, me mando e vou assar uma carninha com meus correligionários, porque eu sou filho de Deus!
Eu sou um cidadão comum. Trabalhei a semana toda. Estou muito cansado. Ouvi falar da reunião. Sei que é importante, mas não sei o que dizer. Reunião têm muitas, mas, melhorias, eu não vejo. Até pensei em ir, mas deixo as decisões para quem for, acho que eles são mais capacitados. Ainda tenho de ir de ônibus. E se acabar tarde? Como vou voltar? Está frio e parece que vai chover. Preciso só relaxar um pouco. Ôba, já vai começar a novela!
Eu sou estudante universitário. Agora estou morando na cidade, mas vou embora para longe em poucos anos, se Deus quiser! Eu não entendo de política e, ainda por cima, o assunto não tem a ver com a minha formação. Conferência da Cidade? Orçamento Participativo? Audiência Pública? Mas, e se eu fosse?... Vou ver onde é... Vou curtir a postagem. É, não vai dar... Alô! ... Diga aí, véio ... Onde é o aquecimento da festa? ... Estou indo!
Eu sou um cara resolvido. Passo longe dessas coisas. Fico quieto no meu canto, tudo o que eu não quero é ser lembrado nessas horas. Tenho meus próprios esquemas e me dou muito bem. Eu tenho minha casa confortável, um sítiozinho, dois apartamentos, mais um na praia. Uns dólares aqui e outros acolá. Eu tenho meus automóveis, viajo para onde e quando eu quero. A única coisa que eu tenho a reclamar é sobre o trânsito. Meio ambiente? É coisa de ecochato. Patrimônio Histórico? Acho que deviam passar o trator em tudo velho e construir prédios modernos! Saneamento? Desde que o caminhão leve o meu lixo bem pra longe! Do resto, Deus cuida! Eu vou ficar em casa. Quem quiser, que vá! Vai um uisquinho 18 anos aí?
Eu sou um conhecido construtor da cidade. Ouvi falar dessas tais reuniões públicas. Esses chatos ficam discutindo só bobagens só para atrapalhar meus negócios. Para que ir falar sobre os problemas da cidade, se eu não tenho nada com isso. Crio muitos empregos, movimento a economia, já faço a minha parte. Consigo as coisas da minha maneira. Deixa eles discutirem à vontade.
Eu faço parte da administração da minha universidade. Mas ir a esse negócio de discutir, planejar ou melhorar a cidade, criar oportunidades para a cidade, é importante sim, mas ainda tenho duas reuniões, uns processos para olhar, trabalhos para corrigir. O cargo exige demais de mim, mal dou conta das minhas tarefas. Arranjo uma desculpa e mando alguém no meu lugar.
Eu sou um político importante, um peixe grande, mas quero ir ainda mais longe. Faço parte das decisões ou deixo isso para meus amigos. Esses "filósofos", metidos à besta só enchem minha paciência. Seminário, Conferência, Reunião Pública sobre a cidade, só deixo acontecer porque sou obrigado. Vou lá, participo da abertura do evento. Se possível, saio na foto para os jornais, me mando e vou assar uma carninha com meus correligionários, porque eu sou filho de Deus!
Eu sou um cidadão comum. Trabalhei a semana toda. Estou muito cansado. Ouvi falar da reunião. Sei que é importante, mas não sei o que dizer. Reunião têm muitas, mas, melhorias, eu não vejo. Até pensei em ir, mas deixo as decisões para quem for, acho que eles são mais capacitados. Ainda tenho de ir de ônibus. E se acabar tarde? Como vou voltar? Está frio e parece que vai chover. Preciso só relaxar um pouco. Ôba, já vai começar a novela!
Eu sou estudante universitário. Agora estou morando na cidade, mas vou embora para longe em poucos anos, se Deus quiser! Eu não entendo de política e, ainda por cima, o assunto não tem a ver com a minha formação. Conferência da Cidade? Orçamento Participativo? Audiência Pública? Mas, e se eu fosse?... Vou ver onde é... Vou curtir a postagem. É, não vai dar... Alô! ... Diga aí, véio ... Onde é o aquecimento da festa? ... Estou indo!
Eu sou um cara resolvido. Passo longe dessas coisas. Fico quieto no meu canto, tudo o que eu não quero é ser lembrado nessas horas. Tenho meus próprios esquemas e me dou muito bem. Eu tenho minha casa confortável, um sítiozinho, dois apartamentos, mais um na praia. Uns dólares aqui e outros acolá. Eu tenho meus automóveis, viajo para onde e quando eu quero. A única coisa que eu tenho a reclamar é sobre o trânsito. Meio ambiente? É coisa de ecochato. Patrimônio Histórico? Acho que deviam passar o trator em tudo velho e construir prédios modernos! Saneamento? Desde que o caminhão leve o meu lixo bem pra longe! Do resto, Deus cuida! Eu vou ficar em casa. Quem quiser, que vá! Vai um uisquinho 18 anos aí?
22 junho 2013
Amarribo em Viçosa
Primeira reunião dos representantes da Amarribo Brasil - Coalizão brasileira contra a corrupção - Lizete Verillo e Fábio Oliva - com os membros da AmeViçosa.
Reunião com os vereadores na Câmara Municipal de Viçosa.
Presença do Promotor Dr. Spencer na Câmara Municipal junto aos palestrantes.
Palestra de Lizete Verillo à noite, no Auditório Fernando Sabino.
21 junho 2013
Que trem é esse?
Como mineiro, tô muito desconfiado de que há gente grande por trás das badernas noturnas pós manifestações pacíficas.
Mas vejam o texto abaixo, de Ermínia Maricato, de março de 2013.
Lina Rosa: Há um sentimento generalizado de perplexidade, em nossa sociedade, sobre o engarrafamento viário, onde se perdem horas inúteis, e a especulação imobiliária, cujas torres congestionam ruas e comprometem a insolação.
Vivemos um paradoxo exatamente quando um governo decidiu, após 29 anos, retomar o investimento em habitação e saneamento.
A análise da urbanista Erminia Maricato, publicada na Carta Maior em março deste ano lança luzes potentes para que possamos entender melhor o real significado de tamanha indignação.
Cidades no Brasil: sair da perplexidade e passar à ação.
Um sentimento de perplexidade parece acometer profissionais, acadêmicos e parte da população urbana que acompanham as mudanças pelas quais as cidades brasileiras estão passando. Essa constatação tem sido feita nas inúmeras cidades onde tenho feito palestras e conferências. Os comentários se concentram, principalmente, no engarrafamento viário, onde multidões perdem horas inúteis paradas e na especulação imobiliária que cria torres e mais torres em bairros de ruas já congestionadas e com insolação comprometida.
De fato, a atual tsunami que vivemos no país todo, nos últimos 5 anos, tem origem quando a venda de automóveis, incentivada pelos subsídios, passa a marcar recordes por um lado e o Programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, coloca em prática os mecanismos de financiamento, securitização e registro cartorário, além da liberação de recursos públicos, semipúblicos e privados. Essas medidas impactaram cidades que já carregavam uma herança pesada gerada pelo desprezo ao interesse público, social e ambiental, subordinados, historicamente, a interesses privados.
As iniciativas do governo federal pretenderam, e durante um certo tempo conseguiram, fazer frente à crise internacional de 2008, mantendo o crescimento da economia e do emprego no Brasil. Entupidas por automóveis e vivenciando uma explosão nos preços dos imóveis (?a mais alta do mundo?, segundo a revista Exame de maio de 2011), as cidades, no entanto, estão passando por um impacto profundamente negativo.
Queixa-se a classe média mas os que mais sofrem são os despejados, os que moram em favelas incendiadas e os que estão sendo empurrados para novas periferias, mais distantes ainda como para a Área de Proteção dos Mananciais, ao sul,e para o norte da metrópole paulistana.
Vive-se o paradoxo dos efeitos caóticos e predatórios exatamente quando um governo federal decidiu, após 29 anos, retomar o investimento público em habitação e saneamento. Caso os municípios cumprissem seu papel constitucional de dar prioridade ao transporte coletivo, controlar o uso do solo seguindo as leis e os planos diretores e regulamentar a atividade imobiliária visando o interesse social, orientado pelo Estatuto da Cidade, esse impacto poderia ser bem menos violento. Mas não é o que acontece.
Não vamos repetir aqui as consequências desse modelo de crescimento para a saúde e para o meio ambiente. Basta ler o que foi escrito no ano de 2012, nesta mesma Carta Maior ou procurar sites que trazem dados preocupantes como Saúde e Sustentabilidade.
Em muitas cidades a lei tem sido flexibilizada?, na Câmara Municipal, nos gabinetes ou nos Conselhos da ?sociedade civil?. Como sempre, no Brasil, a lei tem sido aplicada de acordo com as circunstâncias. Não é pouco frequente observar que há juízes que não conhecem leis urbanísticas, especialmente quando se trata de despejos de favelas ou de comunidades pobres, de um modo geral.
Como parte desse quadro, a recente articulação construída por empreiteiras de construção pesada (que estão incorporando a atividade imobiliária entre seus negócios) com as empresas imobiliárias constitui uma força que não encontra adversários à altura. A relação com o financiamento de campanhas eleitorais pode amolecer até os mais recalcitrantes. Os que resistirem são atropelados.
Os megaeventos? Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas e a Exposição Tecnológica, que está sendo prevista na zona norte de São Paulo, potencializam o poder dessa máquina voraz que se combina também aos capitais que vêm de fora nessas oportunidades.
É estranho como essas iniciativas ligadas ao urbanismo do espetáculo são plasmadas à ideia de progresso. Mesmo quando o movimento promove a exclusão social pela especulação (renda fundiária, imobiliária e financeira), mesmo quando alguns capitais desmontam a possibilidade da racionalidade social e ambiental, a aparência é de progresso para a qual muito contribuem os veículos de comunicação.
Tenho ouvido de profissionais arquitetos, urbanistas, engenheiros, advogados, geógrafos afirmações indignadas sobre a violação das competências legais, ou sobre a violação das posturas do Plano Diretor ou de determinadas leis. Todos cobram dos prefeitos e dos vereadores a reação a determinados fatos (embora haja vereadores e prefeitos que também estão perplexos). Todos têm denúncias para fazer. Enfim, ouço pessoas indignadas, mas... paralisadas.
O recuo observado nos movimentos sociais durante os últimos 10 anos também parece contribuir com esse quadro.
Vou repetir aqui o que tenho dito nessas ocasiões frequentes.
Os capitais, os prefeitos e os vereadores também respondem à correlação de forças e à voz que vem das ruas. Isso é óbvio, mas não parece. É preciso passar da perplexidade para a ação. É preciso entender o que está acontecendo e agir, cada entidade, cada movimento e cada pessoa dentro das entidades e dos movimentos. Agir com criatividade, com inventividade, de forma inovadora, porque o mundo está mudando. Aí estão as redes sociais, os boletins, as revistas, às quais temos acesso.
São Paulo, por exemplo, é, dentre 24 metrópoles mundiais, a que apresenta o pior quadro de doenças emocionais (depressão e ansiedade mórbida, por exemplo). Nossa vida urbana atual produz patologias como revelam as pesquisas dos professores da USP (Ver site ?Saúde e Sustentabilidade?). Para quem não quiser ler as pesquisas sobre o assunto, recomendo parar para observar, por alguns momentos, o comportamento das pessoas no trânsito para perceber o nível de stress, raiva, mau humor, nervosismo. Como aguentamos conviver com isso? Você já pensou na vida dos motoristas de ônibus?
Aliás, poucas pessoas têm sensibilidade (ou tempo) para observar o outro. A vida parece estar escorrendo pelas mãos (e, de fato, está). As atuais taxas de emprego devem ser festejadas, mas existem outras formas, menos predatórias, de promover empregos na indústria automobilística e na construção civil.
Apenas repito que não podemos e não devemos nos conformar com isso.
Erminia Maricato é urbanista, profa. colaboradora da USP e profa. visitante da Unicamp. Autora do livro ? Impasse da política urbana no Brasil?
LINA ROSA
Jornalista Responsável Revista PÓS, CPG-FAUUSP
Rua Maranhão, 88 - Higienópolis
01240-000 - São Paulo/Brasil
Mas vejam o texto abaixo, de Ermínia Maricato, de março de 2013.
Lina Rosa: Há um sentimento generalizado de perplexidade, em nossa sociedade, sobre o engarrafamento viário, onde se perdem horas inúteis, e a especulação imobiliária, cujas torres congestionam ruas e comprometem a insolação.
Vivemos um paradoxo exatamente quando um governo decidiu, após 29 anos, retomar o investimento em habitação e saneamento.
A análise da urbanista Erminia Maricato, publicada na Carta Maior em março deste ano lança luzes potentes para que possamos entender melhor o real significado de tamanha indignação.
Cidades no Brasil: sair da perplexidade e passar à ação.
Um sentimento de perplexidade parece acometer profissionais, acadêmicos e parte da população urbana que acompanham as mudanças pelas quais as cidades brasileiras estão passando. Essa constatação tem sido feita nas inúmeras cidades onde tenho feito palestras e conferências. Os comentários se concentram, principalmente, no engarrafamento viário, onde multidões perdem horas inúteis paradas e na especulação imobiliária que cria torres e mais torres em bairros de ruas já congestionadas e com insolação comprometida.
De fato, a atual tsunami que vivemos no país todo, nos últimos 5 anos, tem origem quando a venda de automóveis, incentivada pelos subsídios, passa a marcar recordes por um lado e o Programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, coloca em prática os mecanismos de financiamento, securitização e registro cartorário, além da liberação de recursos públicos, semipúblicos e privados. Essas medidas impactaram cidades que já carregavam uma herança pesada gerada pelo desprezo ao interesse público, social e ambiental, subordinados, historicamente, a interesses privados.
As iniciativas do governo federal pretenderam, e durante um certo tempo conseguiram, fazer frente à crise internacional de 2008, mantendo o crescimento da economia e do emprego no Brasil. Entupidas por automóveis e vivenciando uma explosão nos preços dos imóveis (?a mais alta do mundo?, segundo a revista Exame de maio de 2011), as cidades, no entanto, estão passando por um impacto profundamente negativo.
Queixa-se a classe média mas os que mais sofrem são os despejados, os que moram em favelas incendiadas e os que estão sendo empurrados para novas periferias, mais distantes ainda como para a Área de Proteção dos Mananciais, ao sul,e para o norte da metrópole paulistana.
Vive-se o paradoxo dos efeitos caóticos e predatórios exatamente quando um governo federal decidiu, após 29 anos, retomar o investimento público em habitação e saneamento. Caso os municípios cumprissem seu papel constitucional de dar prioridade ao transporte coletivo, controlar o uso do solo seguindo as leis e os planos diretores e regulamentar a atividade imobiliária visando o interesse social, orientado pelo Estatuto da Cidade, esse impacto poderia ser bem menos violento. Mas não é o que acontece.
Não vamos repetir aqui as consequências desse modelo de crescimento para a saúde e para o meio ambiente. Basta ler o que foi escrito no ano de 2012, nesta mesma Carta Maior ou procurar sites que trazem dados preocupantes como Saúde e Sustentabilidade.
Em muitas cidades a lei tem sido flexibilizada?, na Câmara Municipal, nos gabinetes ou nos Conselhos da ?sociedade civil?. Como sempre, no Brasil, a lei tem sido aplicada de acordo com as circunstâncias. Não é pouco frequente observar que há juízes que não conhecem leis urbanísticas, especialmente quando se trata de despejos de favelas ou de comunidades pobres, de um modo geral.
Como parte desse quadro, a recente articulação construída por empreiteiras de construção pesada (que estão incorporando a atividade imobiliária entre seus negócios) com as empresas imobiliárias constitui uma força que não encontra adversários à altura. A relação com o financiamento de campanhas eleitorais pode amolecer até os mais recalcitrantes. Os que resistirem são atropelados.
Os megaeventos? Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas e a Exposição Tecnológica, que está sendo prevista na zona norte de São Paulo, potencializam o poder dessa máquina voraz que se combina também aos capitais que vêm de fora nessas oportunidades.
É estranho como essas iniciativas ligadas ao urbanismo do espetáculo são plasmadas à ideia de progresso. Mesmo quando o movimento promove a exclusão social pela especulação (renda fundiária, imobiliária e financeira), mesmo quando alguns capitais desmontam a possibilidade da racionalidade social e ambiental, a aparência é de progresso para a qual muito contribuem os veículos de comunicação.
Tenho ouvido de profissionais arquitetos, urbanistas, engenheiros, advogados, geógrafos afirmações indignadas sobre a violação das competências legais, ou sobre a violação das posturas do Plano Diretor ou de determinadas leis. Todos cobram dos prefeitos e dos vereadores a reação a determinados fatos (embora haja vereadores e prefeitos que também estão perplexos). Todos têm denúncias para fazer. Enfim, ouço pessoas indignadas, mas... paralisadas.
O recuo observado nos movimentos sociais durante os últimos 10 anos também parece contribuir com esse quadro.
Vou repetir aqui o que tenho dito nessas ocasiões frequentes.
Os capitais, os prefeitos e os vereadores também respondem à correlação de forças e à voz que vem das ruas. Isso é óbvio, mas não parece. É preciso passar da perplexidade para a ação. É preciso entender o que está acontecendo e agir, cada entidade, cada movimento e cada pessoa dentro das entidades e dos movimentos. Agir com criatividade, com inventividade, de forma inovadora, porque o mundo está mudando. Aí estão as redes sociais, os boletins, as revistas, às quais temos acesso.
São Paulo, por exemplo, é, dentre 24 metrópoles mundiais, a que apresenta o pior quadro de doenças emocionais (depressão e ansiedade mórbida, por exemplo). Nossa vida urbana atual produz patologias como revelam as pesquisas dos professores da USP (Ver site ?Saúde e Sustentabilidade?). Para quem não quiser ler as pesquisas sobre o assunto, recomendo parar para observar, por alguns momentos, o comportamento das pessoas no trânsito para perceber o nível de stress, raiva, mau humor, nervosismo. Como aguentamos conviver com isso? Você já pensou na vida dos motoristas de ônibus?
Aliás, poucas pessoas têm sensibilidade (ou tempo) para observar o outro. A vida parece estar escorrendo pelas mãos (e, de fato, está). As atuais taxas de emprego devem ser festejadas, mas existem outras formas, menos predatórias, de promover empregos na indústria automobilística e na construção civil.
Apenas repito que não podemos e não devemos nos conformar com isso.
Erminia Maricato é urbanista, profa. colaboradora da USP e profa. visitante da Unicamp. Autora do livro ? Impasse da política urbana no Brasil?
LINA ROSA
Jornalista Responsável Revista PÓS, CPG-FAUUSP
Rua Maranhão, 88 - Higienópolis
01240-000 - São Paulo/Brasil
20 junho 2013
Ônibus aqui, placa de lá?
Enquanto isso, por aqui, a lotação, nome que os nativos chamam seu transporte coletivo, tenta despistar que parte da frota tem placa de Itapetinga, cidade baiana onde esta empresa é também concessionária. É pra lá também que vai 50% do IPVA desses veículos que rodam 100% do tempo nas insuportavelmente esburacadas ruas viçosenses.
Moral da história: não é mesmo só por causa dos R$0,20 que tanta gente foi para ruas hoje a noite, aqui e acolá.
AMARRIBO em Viçosa
Olá a todos
É com grande satisfação que confirmamos a vinda dos representantes da AMARRIBO Brasil - Coalizão Brasileira Contra a Corrupção -
Dia 21/06/2013 - sexta-feira - Auditório Fernando Sabino Biblioteca Central - UFV
11:00 h:
Palestra: Jornalismo investigativo e cidadania
Palestrante: Fábio Oliva - jornalista, fundador da ASAJAN (Associação dos Amigos de Januária) e conselheiro da AMARRIBO (http://www.amarribo.org.br/pt_BR/conheca/equipe_conselho)
19:00 h
Palestra: Controle Social da Administração Pública
Palestrantes: Lizete Verilo - Fábio Oliva - jornalista, fundador da ASAJAN (Associação dos Amigos de Januária) e conselheiro da AMARRIBO (http://www.amarribo.org.br/pt_BR/conheca/equipe_diretoria)
Melhor ilustrado é impossível!
Obra de um artista chinês em nossa homenagem:
Vaca Brasília, Vaca Belo Horizonte, Vaca Viçosa, Vaca JF, Vaca São Luís....
Vaca Brasília, Vaca Belo Horizonte, Vaca Viçosa, Vaca JF, Vaca São Luís....
19 junho 2013
Viver o inacessível
Estudantes e profissionais de arquitetura e Urbanismo, políticos, cidadãos vale a pena assistir
Estágio vivencial sobre acessibilidade, feito por nossos alunos de Projeto II
Trabalho sobre acessibilidade no Centro de Viçosa -MG.
Alunas do 3 período de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa saem para um estágio vivencial em uma cidade totalmente inacessível.
"Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, o lugar é deficiente"
Thais Frota
Veja em:
http://www.youtube.com/watch?v=PXSf6b8JGtU&feature=youtu.be
18 junho 2013
Inacessibilidade
Desconhecimento, falta de fiscalização: surgem soluções absurdas para a inacessibilidade em Viçosa.
Tudo errado!
Essa fica na avenida principal no Vau-açu, entre o Amoras e o Silvestre.
Mais uma invasão de passeio público.
Uma avenida nova, já com todos os problemas de largura de via, afastamentos das edificações, acessibilidade. Mais uma via que cresce sem controle. Mais uma oportunidade perdida de termos uma via arterial como devia ser.
Tudo errado!
Essa fica na avenida principal no Vau-açu, entre o Amoras e o Silvestre.
Mais uma invasão de passeio público.
Uma avenida nova, já com todos os problemas de largura de via, afastamentos das edificações, acessibilidade. Mais uma via que cresce sem controle. Mais uma oportunidade perdida de termos uma via arterial como devia ser.
Inútil solução
Essas rampas metálicas clocadas para dar acesso às lojas não servem para nada. A declividade acentuada não permite o uso por parte de cadeirantes. Vira mais um obstáculo ocupando o espaço público. Dinheiro jogado fora.
Comentário de Aguinaldo Pacheco: Mais do que inútil. Provoca acidentes. Afinal cada um tem que resolver seus problemas dentro do seu próprio lote [...] Isto é simplesmente é proibido por lei e não resolve a acessibilidade.
17 junho 2013
Tá errado, seu moço da Concessionária!
Por que fazer apenas parte da calçada? É obrigação do proprietário do lote. Para as motos e quem as vende, tudo, para os pedestres, nada? Eita Viçosa, Acorda, Viçosa!
Nem tudo que brilha é luz
Instalação do posteamento para iluminação pública, do Cemitério ao Paraíso: poderá ser do Cemitério ao Inferno.
Cuidado, por trás da intenção de iluminar a via há o interesse em forçar a barra para urbanizar uma área ambientalmente essencial à Viçosa.
E a criação da APA do São Bartolomeu?
13 junho 2013
Oficial também não pode
Duas transgressões: estacionamento proibido e em cima da calçada...
Mais uma transgressão, na mesma rua.
Belos exemplos de carros oficiais!
Carros da Prefeitura de Viçosa e da Vigilância Sanitária. Bairro Santa Clara.
Mais uma transgressão, na mesma rua.
Belos exemplos de carros oficiais!
Carros da Prefeitura de Viçosa e da Vigilância Sanitária. Bairro Santa Clara.
12 junho 2013
Ontem e hoje
Conjunto comercial no centro de Juiz de Fora.
Conjunto comercial no subcentro do Alto dos Passos, Rua Moraes e Castro. Uma releitura.
09 junho 2013
Exemplo
Pela primeira vez Viçosa recebeu o jogo Oasis. Uma metodologia reconhecida internacionalmente criada pelo Instituto Elos. Esse jogo guia um caminho para o empoderamento de comunidades de forma divertida e coletiva. Ele consiste em 7 disciplinas que, quando aplicadas, resultam na realização de sonhos coletivos da comunidade envolvida. Mas, para que o resultado seja espetacular é necessária uma rede grande, forte e envolvida.
Estudantes da UFV.
Filipe, estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo, com a mão na massa, no bairro Nova Viçosa.
5a Conferência da Cidade de Viçosa
Cidadãos presentes na sexta-feira, no auditório da Câmara Municipal de Viçosa.
Um dos eixos temáticos em discussão.
Plenária final.
08 junho 2013
Não se interesse
NÃO PARTICIPE!
Eu sou um conhecido construtor da cidade. Ouvi falar dessas tais reuniões públicas. Esses chatos ficam discutindo só bobagens só para atrapalhar meus negócios. Para que ir falar sobre os problemas da cidade, se eu não tenho nada com isso. Crio muitos empregos, movimento a economia, já faço a minha parte. Consigo as coisas da minha maneira. Deixa eles discutirem à vontade.
Eu faço parte da administração da minha universidade. Mas ir a esse negócio de discutir, planejar ou melhorar a cidade, criar oportunidades para a cidade, é importante sim, mas ainda tenho duas reuniões, uns processos para olhar, trabalhos para corrigir. O cargo exige demais de mim, mal dou conta das minhas tarefas. Arranjo uma desculpa e mando alguém no meu lugar.
Eu sou um político importante, um peixe grande, mas quero ir ainda mais longe. Faço parte das decisões ou deixo isso para meus amigos. Esses "filósofos", metidos à besta só enchem minha paciência. Seminário, Conferência, Reunião Pública sobre a cidade, só deixo acontecer porque sou obrigado. Vou lá, participo da abertura do evento. Se possível, saio na foto para os jornais, me mando porque tenho coisas mais importantes a fazer!
Eu sou um cidadão comum. Trabalhei a semana toda. Estou muito cansado. Ouvi falar da reunião. Sei que é importante, mas não sei o que dizer. Reunião têm muitas, mas, melhorias, eu não vejo. Até pensei em ir, mas deixo as decisões para quem for, acho que eles são mais capacitados. Ainda tenho de ir de ônibus. E se acabar tarde? Como vou voltar? Está frio e parece que vai chover. Preciso só relaxar um pouco.Ôba, já vai começar a novela!
Eu sou estudante universitário. Agora estou morando na cidade, mas vou embora para longe em poucos anos, se Deus quiser! Eu não entendo de política e, ainda por cima, o assunto não tem a ver com a minha formação. Conferência da Cidade? Orçamento Participativo? Audiência Pública? Mas, e se eu fosse?...Vou ver onde é...Vou curtir a postagem. É, não vai dar... Alô! ... Diga aí,véio... Onde é o aquecimento da festa? ... Estou indo!
Eu sou um cara resolvido. Passo longe dessas coisas. Fico quieto no meu canto, tudo o que eu não quero é ser lembrado nessas horas. Tenho meus próprios esquemas e me dou muito bem. Eu tenho minha casa confortável, um sítiozinho, dois apartamentos, mais um na praia. Uns dólares aqui e outros acolá. Eu tenho meus automóveis, viajo para onde e quando eu quero. A única coisa que eu tenho a reclamar é sobre o trânsito. Meio ambiente? É coisa de ecochato. Patrimônio Histórico? Acho que deviam passar o trator em tudo velho e construir prédios modernos! Saneamento? Desde que o caminhão leve o meu lixo bem pra longe! Do resto, Deus cuida! Eu vou ficar em casa. Quem quiser, que vá! Vai um uisquinho 18 anos aí?
Não participe
Está frio. Estou cansado. Estou com dor de cabeça.
Não vai adiantar nada. Não vale a pena.
Os políticos resolvem bem os problemas da minha cidade. Aliás, a cidade nem tem tantos problemas.
Não tenho o que reclamar.
Reunião pública? Conferência da cidade? Os assuntos não me dizem respeito.
Habitação? Eu tenho minha casa confortável. Mobilidade? Eu tenho meu automóvel. Graças a Deus não preciso andar de ônibus. Saúde? Tenho meu plano. Educação? Pago a melhor escola para meu filho. Meio ambiente? É coisa de ecochato. Patrimônio histórico? Passar o trator em tudo e construir prédios modernos! Saneamento? Desde que o caminhão leve o meu lixo bem prá longe!
Do resto, Deus cuida!
Vou ficar em casa. Quem quiser, que vá! Vai uma cervejinha aí?
07 junho 2013
Cidades inacessíveis
Quantas centenas de milhares de situações iguais a essas ocorrem no país?
Fotos de Paulo Tadeu Leite Arantes.
06 junho 2013
Acessibilidade e Arquitetura
Os alunos do terceiro período fizeram a apresentação dos resultados do estágio vivencial em acessibilidade em Viçosa e na UFV. Estiveram presentes o vereador Geraldão e Ana, representante do DCE da UFV.
Acessibilidade é um tema integrado à disciplinas de projeto .
Tão importante quanto as paredes e os tetos.
Tão importante quanto as paredes e os tetos.
A Graduação na UFV: Decisão de Futuro
Milhares de estudantes com a oportunidade de conhecer os cursos de graduação na UFV.
Palestras sobre o curso de Arquitetura e Urbanismo:
Lotadas. Ótimo ver tantos estudantes interessados na Arquitetura e Urbanismo.
05 junho 2013
Centro de Juiz de Fora
Interessantes conjuntos de prédios baixos, proto-modernos (?)
permanecem,bem na área central de Juiz de Fora.
Parte baixa da Rua Santa Rita
Parte alta da Rua São João
Parte alta da Rua Santa Rita
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