Artigo publicado no jornal Tribuna Livre de 18 de julho de 2013
O futuro já chegou para muitas cidades no mundo. Copenhagen, a capital verde da Europa, é considerada a cidade mais sustentável do mundo. Tem mais de 50% da população indo ao trabalho ou à escola de bicicleta. Na linda cidade dinamarquesa, 96% dos seus moradores vivem a, no máximo, 15 minutos de distância a pé de áreas recreativas. É possível mudar a realidade em locais onde parecia impossível. Medellín, na Colômbia, que antes só aparecia nas manchetes dos cartéis do tráfico, acaba de receber reconhecimento mundial por seus projetos executados na área de transporte público e desenvolvimento econômico.
A cidade do futuro precisa de planejamento urbano competente e de continuidade nas suas políticas públicas, especialmente a urbana. Um bom planejamento urbano precisa de vontade e técnica. Exige tempo, às vezes mais de dez, quinze, vinte anos para realizar intervenções essenciais. As eleições a cada quatro anos quebram a continuação de projetos, obras e ações. Isso ocorre mesmo para quem se reelege, pois há interrupção do processo e rearranjo de coligações e de cargos políticos. Nossa tradição é de jogar fora o que foi feito no mandato anterior, pois não presta ou não atende aos interesses dos mandatários da hora. A cada 4 ou 8 anos tudo começa do zero. As demandas são as imediatas e clientelistas. Com isso o desperdício de recursos financeiros e técnicos é absurdo, e os prejuízos sociais refletem na péssima qualidade de vida que nossas cidades apresenta. Curitiba continua a ser um ótimo exemplo, referência mundial onde o talento de urbanistas e a vontade da população de viver com qualidade fizeram surgir uma cidade moderna, organizada e charmosa.
A cidade do futuro deve ter seu passado preservado, através da proteção aos bens arquitetônicos, culturais e ambientais que sejam avaliados como importantes, mantendo assim sua identidade. A cidade do futuro precisa ser inclusiva, onde todos exercem a cidadania. A participação popular, com consciência é um ponto chave da cidade democrática. Por outro lado, os governantes devem saber ouvir e governar para todos. Toda decisão importante, mudança de regras ou intervenção que atinja parte ou toda a cidade deve ser amplamente discutida. Há várias formas de promover a participação para ouvir e discutir com a população assuntos coletivos: órgãos colegiados de política urbana, debates, audiências e consultas públicas, conferências sobre assuntos de interesse urbano, iniciativa popular de projeto de lei e de planos e gestão orçamentária participativa. Os governantes não sabem como esta forma de governar é rica e fortalecedora das instituições.
A cidade do futuro não existirá sozinha. A cooperação entre os municípios vizinhos será outra premissa essencial. O planejamento regional, tão recente e escasso no país precisa se tornar uma prática saudável para o compartilhamento de problemas, soluções e oportunidades fará com que cresçam com menos injustiças. Com isso ganha o meio ambiente com soluções compartilhadas de preservação de bacias hidrográficas e a destinação de lixo; ganham os municípios em programas de transporte, energia, educação, saúde e turismo.
Como já fiz essas perguntas em texto anterior, não custa repetir. Quão longe estamos do futuro? Quem pode alcançar esses benefícios? Quem pode mudar tudo isso? A resposta é a mais óbvia de todas. Todos a temos de cor e salteado. Basta que sejamos uns dos agentes da mudança. Quem pode alcançar esses benefícios? Quem pode mudar tudo isso? A resposta é a mais óbvia de todas. Todos a temos de cor e salteado. Basta querer e seremos agentes da mudança.
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