30 setembro 2016

HORAS DECISIVAS

Texto publicado no jornal Nova Tribuna, Viçosa-MG, em 27/09/2016.
Um artigo significativo para mim, pois é o de número 300.


Esse conturbado momento político incita muitos a não votarem em ninguém. Não concordo com o voto nulo, ou em branco, ou com a abstenção, mas, confesso que há momentos em que fraquejo, assim como várias pessoas. É verdade que a indignação com os políticos chegou a um nível gritante. Quem sou eu para condenar quem tomará a posição de não votar em ninguém. Não votar é para uns, um ato de protesto, mas para mim não resolve, soa um pouco como fugir de uma responsabilidade, por mais difícil que seja a escolha. Machado de Assis escreveu que “… as abstenções são fatais. É este o melhor ensino Em cousas eleitorais...”

Além da trabalhosa decisão em qual candidato ou candidata a votar para a Prefeitura, temos de escolher, dentre uma enorme lista, um nome mais adequado para a Câmara Municipal. Sempre conhecemos alguns pleiteantes. Confiamos ou não neles, gostamos ou não de seus trabalhos. Mas há nesta lista nomes que não conhecemos. Pode nela haver alguns candidatos capazes e éticos, outros não. É preciso escolher com cuidado, encontrar de alguma maneira, um modo de conhecer suas propostas. A cada eleição há uma ameaça de termos uma composição de vereadores pior que a anterior. Uma primeira atitude a tomar é ver, dentre os atuais vereadores, os que pleiteiam continuar e avaliar os trabalhos por eles desenvolvidos. Ouvi de algumas pessoas que é hora de mudar. Concordo. No entanto é hora de mudar aqueles que pouco ou nada fizeram. Para aqueles que fizeram um bom trabalho, talvez mereçam continuar, mas alertando aqui que vereança não é profissão. A renovação deve ser feita sempre no sentido de melhorar, criar um grupo que contribua para nosso município.

Há candidatos que jamais poderiam ou deveriam concorrer, pois alguns são pessoas eticamente questionáveis, corruptores, oportunistas, que ganharão seu lugar à base da compra de votos, ou à base de usar vários candidatos como escadas para chegar ao posto. Há candidatos que conseguem manter suas candidaturas apenas à base de recursos judiciais. Buscam chegar ao poder a todo custo, quando o alcançam só agem em benefício próprio. Há aqueles que têm famílias grandes, têm poderosos padrinhos políticos, simpáticos, extravagantes ou populares, que possuem meios de estar presentes na mídia, mas isso não basta. Há aqueles que se apoiam em um ou mais dos clichês “Ensino, Educação e Segurança”, ou “Honestidade”, mas isso não é mais que obrigação. Outro clichê, a “renovação”, não traz absolutamente nada de novo.

Condenemos as campanhas recheadas de agressões verbais e vazias de propostas. Devemos ficar atentos a propostas bem fundamentadas que tratem de questões atuais como a grave crise hídrica, a destruição do meio ambiente, o mau planejamento urbano, a expansão urbana desenfreada, a ampliação da distância entre os mais ricos e os mais pobres, as enormes barreiras da inclusão, da falta de mobilidade e de acessibilidade urbanas. Prestemos atenção naqueles que tem propostas sérias na área da política cultural e de economia da cultura (uma das bases do pensamento do excelente Celso Furtado), como elementos transformadores da sociedade, ou na questão da violência contra as mulheres. O escolhido por nós, se eleito, será sujeito a aplausos e porque não, se necessário, a críticas.

27 setembro 2016

Índice de Bem-Estar Urbano

Levantamento inédito do Observatório das Metrópoles, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revela  o Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu)  nos 5.565 municípios do País. 

 Buritizal-SP - o 1º lugar

Presidente Sarney-MA - último lugar


No ranking geral, considerando todos os municípios do Brasil, as cinco primeiras colocadas estão no Estado de São Paulo. 
Buritizal é a campeã nacional (0,951). 
Vitória é a melhor capital.
Na 5.565.ª posição, o pior índice é de Presidente Sarney (MA), com 0,444.

http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,sp-fica-em-12-lugar-em-ranking-de-bem-estar,10000078397

http://observatoriodasmetropoles.net/index.php?option=com_k2&view=item&id=1745:%C3%ADndice-de-bem-estar-urbano-dos-munic%C3%ADpios-brasileiros-%E2%80%94-ibeu-municipal&Itemid=164

Grande Hotel - Ouro Preto

 Grande Hotel Ouro Preto - Belo projeto de Oscar Niemeyer, inaugurado em 1944. Foto Ítalo Stephan, 2016

 O mezanino. Foto Ítalo Stephan, 2016

O grande saguão. Foto Ítalo Stephan, 2016

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.122/3486

25 setembro 2016

NÃO MAIS QUE OBRIGAÇÃO


Artigo publicado no jornal Nova Tribuna, Viçosa-MG, em 23 de setembro de 2016.

Nós todos deveríamos saber o que é eticamente correto e o que não é, entretanto uma parcela significativa das pessoas não tem consciência disso, ou acreditam não estar fazendo nada errado. Todos deveriam saber o que é certo e que deveriam agir com ética, pois três  de seus princípios é são o respeito pelas pessoas; fazer o bem e agir com justiça.

Do ponto de vista da verdadeira cidadania, deveria ser assim: um prefeito paga em dia seus funcionários públicos e executa obras prioritárias identificadas com a participação da população. Um cidadão paga em dia seus impostos; não joga lixo nas ruas; não faz barulho depois das 22 horas. Um vereador propõe projetos de lei para aperfeiçoar a legislação existente ou para melhorar a vida dos moradores. Um policial trabalha pela segurança da comunidade. Um consumidor usa racionalmente a água e a energia elétrica. Um estudante é assíduo nas aulas e cumpre suas tarefas de casa. Um médico cumpre seus horários e atende com atenção seus pacientes. Um motorista obedece aos sinais de trânsito. Um passageiro de ônibus respeita a fila e deixa idosos e gestantes sentarem nos assentos preferenciais. Um vendedor atende seus fregueses com educação. Um construtor segue as regras da legislação urbanística. Um jornalista investiga os fatos e escreve com a maior isenção sobre eles. Um telespectador faz uma assinatura legal de TV paga. Um cidadão alcoolizado não dirige. E assim por diante. Ninguém aqui faz mais que sua obrigação.

Do que acontece no dia a dia, dificilmente não conhecemos alguém que aja diferentemente, e isso inclui a nós mesmos. Um prefeito alardeia obras que faz com os recursos municipais e gasta com obras que apenas o promoverão. Um funcionário público se acha no direito de exigir um agrado pelo atendimento. Um vereador garante seu voto doando cestas básicas ou sacos de cimento. Um policial recebe propina do submundo do crime ou de filhinhos de papai para abafar seus erros. Um cidadão joga lixo nas ruas para dar serviço aos garis. Um morador aumenta o som depois das 22 horas quando um vizinho pede educadamente o contrário. Em plena crise hídrica um consumidor lava a calçada com a mangueira aberta e ainda responde a quem reclama dizendo que tem dinheiro para pagar. Um estudante copia um trabalho na internet ou assina um trabalho de um grupo sem ter ajudado a executar. Um médico atrasa nas suas consultas e examina seu paciente sem o devido cuidado. Um motorista estaciona em vagas para cadeirantes e ainda os humilha quando são por eles questionados. Um passageiro de ônibus fura filas e senta onde bem entender, sem dar lugar aos idosos e gestantes. Um jornalista publica boatos infundados e parciais. Um vendedor não demostra interesse em atender ao freguês. Um construtor desrespeita as leis urbanísticas e deixa para a obra para ser regularizada depois. Um telespectador usa a “gatonet” e reclama da corrupção. Um cidadão alcoolizado tem em seu celular um aplicativo mostrando os locais onde há blitzes, e assim por diante...

 Todos deveriam saber o que é certo, e nem todos agem com ética. É nosso dever ser cidadãos conscientes, educados, éticos. Isso não é mais que nossa obrigação. Não podemos prejudicar outras pessoas. Muitos simplesmente ignoram o senso de comunidade, aproveitam a oportunidade para levar alguma vantagem e agem com puro egoísmo. É impossível desenvolver uma sociedade com estas bases.

24 setembro 2016

QUE VIÇOSA É ESSA?

Viçosa-MG:  Primeira represa que recebe as águas do ribeirão São Bartolomeu, em 22 de setembro de 2016. Foto Ítalo Stephan.

Que Viçosa é essa de antes das eleições?
Semana passada com Nico Loco e Anita, que trouxeram milhares de pessoas de outras cidades.
Neste fim de semana haverão diversos shows de grupos sertanejos, que atrairão mais gente à Viçosa.
Os postos de gasolina continuam a oferecer duchas generosas.
Vendo a situação do São Bartolomeu, baseado em que se pode afirmar que o abastecimento de água está garantido?

A mesma represa em setembro de 2014.

O QUE FOI FEITO DE LÁ PARA CÁ?  O QUE ESTÁ SENDO FEITO?

22 setembro 2016

Carta-compromisso do Programa Cidades Sustentáveis


Cidades Participantes

Lista dos prefeitos(as) eleitos(as) nas eleições municipais de 2012 e partidos políticos que assinaram a carta-compromisso do Programa Cidades Sustentáveis.

Sua cidade está nesta lista?

Andradas
Belo Horizonte
Belo Oriente
Betim
Bom Despacho
Brazópolis
Caldas
Cambui
Caratinga
Coronel Fabriciano
Esmeraldas
Inhapim
Ipaba
Ipatinga
Manga
Manhuaçu
Marliéria
Morro do Pilar
Ouro Fino
Poços de Caldas
Ribeirão das Neves
Santana do Paraíso
São João del-Rei
Timóteo
Tiradentes
Visconde do Rio Branco

Fonte:

http://www.cidadessustentaveis.org.br/signatarios-candidatos 

20 setembro 2016

CINE BRASIL SUBUTILIZADO

 O antigo Cine Brasil em Viçosa-MG. Estrutura ainda em excelentes condições, vem sendo ocupada por comércio, coberto por placas de publicidade. Merece mais que esses usos. Viçosa não tem nada paraecido com o potencial que o edifício ainda pode oferecer. Foto Ítalo Stephan, 2016

18 setembro 2016

Urban Pattern: Paris

Paris - acrílico sobre duratex, 90x90 cm. Ítalo Stephan, 2016. 

Viagem de estudos

Grupo de estudantes de Práticas de Restauro, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFV,  o arquiteto e a restauradora, em frente à Capela das Dores. Foto Ítalo Stephan, 2016.

Visita à obra de restauração da Capela das Dores, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto. Os restauradores das pinturas sobre a madeira do forro explicam suas técnicas. Foto Ítalo Stephan, 2016.

 A Arquiteta e Urbanista Deise Lustosa explica aos estudantes as etapas, processos, problemas e soluções para a obra de requalificação da Santa casa de Misericórdia, em Ouro Preto. Foto Ítalo Stephan, 2016.

Tour pelas igreja de São Francisco e Casa dos Contos. Pausa para uma foto oficial, em frente à Igreja N. S. do Carmo, em Ouro Preto. Foto Ítalo Stephan, 2016.

17 setembro 2016

Capela das Dores - Cachoeira do Campo, Ouro Preto

Há um ano as obras de restauro foram iniciadas. 

Em 2016, restaurada externamente mostra sua característica única do acabamento das torres, ccom um cunhal colado à moldura da janela e outro terminando no meio da parede. Foto Ítalo Stephan, 2016.

Interior da capela em processo de restauração do forro.  Foto Ítalo Stephan, 2016.

Santa Casa de Misericórdia - Ouro Preto

Uma obra importante para Ouro Preto - A requalificação da Santa Casa de Misericórdia, anda devagar mas sem parar.  

 Pátio externo - ganhando jardins e arquibancada, aos poucos tomando forma. Foto Ítalo Stephan, 2016.

  Um dos salões internos estruturados em aço, aos poucos chegando ao ambiente desejado. Espaços  Foto Ítalo Stephan, 2016.

Paredes restauradas, resgatando as formas originais.  Foto Ítalo Stephan, 2016.

10 setembro 2016

Ribeirão São Bartolomeu

Centro de Viçosa-MG, um ribeirão importantíssimo para garantia de água potável, com coletores de esgotos mas recebendo ainda dejetos despejados diretamente em seu curso. Foto Ítalo Stephan, 2016.

O Ribeirão São Bartolomeu, que atravessa a área urbana inteira de Viçosa-MG, é um dos principais mananciais. É também um córrego poluído, com suas áreas de proteção invadidas. Se não cuidar dele, assim como do Turvo Sujo, a crise hídrica tende-se a agravar.
Candidatos a prefeito(a) e vereador(a), qual a sua posição, o que pode fazer de verdade por isso?


07 setembro 2016

ABANDONO


O "Alcântara", em frente à estação Cultural Hervê Cordovil, em Viçosa-MG, pede socorro. Já foi banco, comércio, prostíbulo e agora está abandonado e se deteriorando rapidamente. Rogo ao nosso Conselho de Patrimônio Cultural que acelere o processo de tombamento e de medidas cabíveis para que ele tenha um futuro.

04 setembro 2016

VIOLÊNCIA ONIPRESENTE

Artigo publicado no jornal Nova Tribuna, Viçosa-MG, em 31/08/2016

Algum tempo atrás, o que era para ser uma ótima comemoração de aniversário terminou de uma forma muito desagradável. Estávamos em um restaurante, cerca de 12 pessoas, com papos animados, até que, por volta da meia noite, quando voltei do banheiro, parei distraidamente,  ao lado de alguém de pé e só após alguns instantes percebi que era um rapaz, com capacete, luvas e casaco pretos, apontando um revolver para o grupo. Muito agitado, o rapaz disse que queria dinheiro. Pegou também alguns celulares e bolsas, mandou que fôssemos para os banheiros e, enquanto nos deslocávamos obedientemente, saiu correndo de encontro a uma outra pessoa que o aguardava numa motocicleta, que rapidamente desapareceu. Felizmente a noite terminou sem nenhum ferido, mas com muitos sustos. A ficha custou a cair, mas o que senti é uma mistura de sentimento de fragilidade, indignação, tristeza, impotência e desamparo. Ao sentir na pele a violência, pela primeira vez em mais de vinte e três anos em Viçosa, pude sentir o que tantos sentem, e o que mais doeu foi saber que, em muitos casos, as situações chegam a tragédias, com traumas para toda a vida. Já achava muito desagradável acompanhar o crescimento do número de páginas policiais nos jornais locais. Encontrar nosso nome em uma das muitas matérias não foi nada bom.

Desta experiência ruim tirei algumas lições, sem me ousar considerar dono da verdade. O mundo é desigual e a violência existe, mesmo que creiamos viver dentro de uma bolha inexpugnável, de achar que nunca seremos alvo de alguma ocorrência. Mas essa bolha é frágil e sujeita ao que acontece no mundo exterior. Num descuido, num azar e acontecem coisas ruins. Não acho que bandido bom é bandido morto, chavão que acompanha alguns casos assim. Os rapazes pareciam estar tão nervosos quanto a gente e certamente fizeram tal coisa mais como uma consequência do desequilíbrio socioeconômico que nossa sociedade provoca. Ao contrário do que mais um chavão que ouvi, não acho que isto aconteceu porque "a população está desarmada", pois acredito que se tivesse alguém armado que esboçasse alguma tentativa de reação, assim como se alguém tivesse tentado alguma atitude de confronto em nossa mesa, ou por parte dos que trabalhavam no restaurante, aí sim poderia ter acontecido uma tragédia. Como todo mundo reagiu corretamente - ou seja, seguimos o que os caras mandaram - tudo acabou rápido e relativamente bem (fora o medo que passamos).

Felizmente nada de grave ocorreu para nós, foi uma sorte que muitas pessoas não têm. A vida segue, estamos vulneráveis a todo instante. Há muitas chances de estarmos nos lugares errados, nas horas erradas. A violência desde sempre acompanha nossa civilização, em maior ou menor grau, e as formas de diminuí-la e enfrentá-la vêm desafiando a teóricos, autoridades e aqueles que trabalham com os seus efeitos cotidianamente. Enfim, vivemos uma situação delicada, indesejada, quase inevitável, que muitos vivem todos os dias, nas ruas, nas casas, nos seus locais de trabalho, em qualquer lugar. Até quando isso vai durar, ninguém sabe.

03 setembro 2016

SIMPÓSIO NA UFV


Niemeyer em Juiz de Fora

Foto Ítalo Stephan, 2016

Banco do Brasil em Juiz de Fora - esquina da avenida Getúlio Vragas com rua Halfeld. Projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, da década de 1960.

Fonte:
http://www.ufjf.br/clioedel/files/2009/10/COD98004.pdf