Artigo publicado no jornal Nova Tribuna, Viçosa-MG, em 23 de setembro de 2016.
Nós todos deveríamos saber o que é eticamente correto e o que não é, entretanto uma parcela significativa das pessoas não tem consciência disso, ou acreditam não estar fazendo nada errado. Todos deveriam saber o que é certo e que deveriam agir com ética, pois três de seus princípios é são o respeito pelas pessoas; fazer o bem e agir com justiça.
Do ponto de vista da verdadeira cidadania, deveria ser assim: um prefeito paga em dia seus funcionários públicos e executa obras prioritárias identificadas com a participação da população. Um cidadão paga em dia seus impostos; não joga lixo nas ruas; não faz barulho depois das 22 horas. Um vereador propõe projetos de lei para aperfeiçoar a legislação existente ou para melhorar a vida dos moradores. Um policial trabalha pela segurança da comunidade. Um consumidor usa racionalmente a água e a energia elétrica. Um estudante é assíduo nas aulas e cumpre suas tarefas de casa. Um médico cumpre seus horários e atende com atenção seus pacientes. Um motorista obedece aos sinais de trânsito. Um passageiro de ônibus respeita a fila e deixa idosos e gestantes sentarem nos assentos preferenciais. Um vendedor atende seus fregueses com educação. Um construtor segue as regras da legislação urbanística. Um jornalista investiga os fatos e escreve com a maior isenção sobre eles. Um telespectador faz uma assinatura legal de TV paga. Um cidadão alcoolizado não dirige. E assim por diante. Ninguém aqui faz mais que sua obrigação.
Do que acontece no dia a dia, dificilmente não conhecemos alguém que aja diferentemente, e isso inclui a nós mesmos. Um prefeito alardeia obras que faz com os recursos municipais e gasta com obras que apenas o promoverão. Um funcionário público se acha no direito de exigir um agrado pelo atendimento. Um vereador garante seu voto doando cestas básicas ou sacos de cimento. Um policial recebe propina do submundo do crime ou de filhinhos de papai para abafar seus erros. Um cidadão joga lixo nas ruas para dar serviço aos garis. Um morador aumenta o som depois das 22 horas quando um vizinho pede educadamente o contrário. Em plena crise hídrica um consumidor lava a calçada com a mangueira aberta e ainda responde a quem reclama dizendo que tem dinheiro para pagar. Um estudante copia um trabalho na internet ou assina um trabalho de um grupo sem ter ajudado a executar. Um médico atrasa nas suas consultas e examina seu paciente sem o devido cuidado. Um motorista estaciona em vagas para cadeirantes e ainda os humilha quando são por eles questionados. Um passageiro de ônibus fura filas e senta onde bem entender, sem dar lugar aos idosos e gestantes. Um jornalista publica boatos infundados e parciais. Um vendedor não demostra interesse em atender ao freguês. Um construtor desrespeita as leis urbanísticas e deixa para a obra para ser regularizada depois. Um telespectador usa a “gatonet” e reclama da corrupção. Um cidadão alcoolizado tem em seu celular um aplicativo mostrando os locais onde há blitzes, e assim por diante...
Todos deveriam saber o que é certo, e nem todos agem com ética. É nosso dever ser cidadãos conscientes, educados, éticos. Isso não é mais que nossa obrigação. Não podemos prejudicar outras pessoas. Muitos simplesmente ignoram o senso de comunidade, aproveitam a oportunidade para levar alguma vantagem e agem com puro egoísmo. É impossível desenvolver uma sociedade com estas bases.
Senhor cidadão!!! Esses absurdos se multiplicam no cotidiano displicente de todos nós! Você pontuou, muito bem, alguns casos. Mas muitos deles ampliam o rol dos citados e alcançam o inacreditável. Você destacou, referindo-se aos "estudantes":(...)"Um estudante copia um trabalho na internet ou assina um trabalho de um grupo sem ter ajudado a executar." Mas ainda existem aqueles que encomendam e pagam muito dinheiro por trabalhos fabricados por uma categoria nova de inescrupulosos "produtores"/ fabricantes de Trabalhos Finais, Monografias, Teses ... para estudantes de Escolas e Universidades públicas e privadas!...
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