Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em Viçosa-MG, em 21/06/2019
Em recente tentativa de diálogo,
o recém empossado reitor, acompanhado por um pró-reitor, esteve na Câmara
Municipal, juntamente com gestores do IPLAM. Visitaram a nobre casa para tratar
de um novo impasse criado ao plano diretor em tramitação, por alguns
vereadores, que seria a suposta ausência da UFV na proposta de lei. Aparentemente, os visitantes não tiveram uma
recepção calorosa. Ao invés de saírem de lá com a disposição mútua para
conversação, ficou a impressão de que não há boa vontade, por parte dos edis,
no tratamento de assuntos necessários para a convivência. Creio que foi dado um passo atrás num momento
carente de aperfeiçoamento das relações. Viçosa e campus da UFV são um
território só. Impossível separá-las.
Em artigo recentemente publicado
neste jornal, afirmei que a UFV não é um território isolado, pois integra-se
com o restante da malha urbana por cinco vias asfaltadas, que há outras três
possíveis novas conexões. Lembrei que a principal entrada não é cercada; possibilita
acesso a qualquer cidadão, é um verdadeiro parque urbano. Apontei a existência
de um plano diretor do Campus, no qual as regras são mais exigentes que as da
cidade e que estas têm sido obedecidas. Também
concluí que é essencial estreitar as relações entre a cidade e a UFV, para
discutir assuntos de interesse comum, assim como é necessário avaliar os
impactos do crescimento urbano e planejar em conjunto o futuro. Algo meio óbvio,
mas pouco desenvolvido pelas gestões de ambas as partes.
Não entendo o porquê de um aparente
mal-estar entre a UFV e alguns edis. Há também, repetidamente manifestações de
alguns moradores, que dizem que a UFV é um mal para Viçosa. Isso é ridículo. A
coexistência deveria ser sempre celebrada. Uma é a razão da existência de
outra. O que acontece na UFV reflete na cidade, na sua economia, nas demandas
por moradia, por alimento, por lazer e por saúde. É claro que o aumento do
número de cursos traz mais gente e mais automóveis para a cidade. Traz mais
barulho dos universitários e reclamações sobre as condições de
infraestrutura. No entanto, traz mais
vida, renovação, alegria dos estudantes e a satisfação dos não nativos que
optam por vir morar aqui. A qualidade de
vida daqui é muito boa para morar, para criar e educar os filhos. Morar em Viçosa, para mim e para vários
outros, é motivo de gratidão e de orgulho.
É preciso diplomacia, boa vontade
para resolver os pontos que por ventura precisem de ajustes. Não é levantando
muros entre as duas grandes partes da cidade que se avança. Viçosa e Campus da
UFV são indissociáveis. É preciso tratar o futuro conjuntamente. Peço aos
vereadores que não fechem as portas para quem está disposto a conversar. Peço
aos gestores da UFV que insistam em dialogar com a câmara, assim como com a
prefeitura, para aprimorar a convivência. Há assuntos importantes a serem
tratados e aperfeiçoados, como o plano diretor, o plano de mobilidade, o enorme
conjunto de ações comuns de extensão. Viçosa é um rico laboratório para
pesquisas; um rico local de encontro de pessoas de todas as partes do mundo; um
rico local de trocas de experiências; um rico e digno lugar para viver.
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