Mais um prédio se ergue às margens do ribeirão São Bartolomeu. Mais um edifício se junta a um conjunto de outros, emparedando o pobre curso d'água que, parafraseando Fernando Gabeira, deu o azar de passar por dentro de Viçosa. Enclausurado, escurecido, desrespeitado, às vezes odiado pelos mosquitos que abrigará, esquecido por quem não o verá: este será o destino do São Bartolomeu, enquanto ele não reclamar seu leito natural.
Para erguer mais um bloco desse paredão, paga-se uma misera compensação em dinheiro, mais que um convite para completar a obra sinistra. Enfim, há arquitetos que se interessam em projetar estes monstrengos, há engenheiros que se mantém mais um tempo calculando ou construindo. Há os compradores, alguns deles professores universitários, que acreditam estar fazendo um bom investimento. Só os empreendedores da destruição ambiental faturam e muito alto. Essa é a (in)sustentabilidade em Viçosa.
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