Elaine Cavalcante Gomes e Ítalo Stephan – Publicado no jornal Tribuna Livre em 18/06/2011
Ramo hortifrutigranjeiro
1º. Passo- Arranje uma caixa plástica e coloque laranjas, goiabas, caquis ou outra fruta de estação.
2º. Passo- Procure um espaço movimentado, por exemplo, em frente aos bancos, ruas de pedestres,etc.
3º. Passo- Posicione-se a partir das 8:30 ou 9 horas- pois ninguém é de ferro. Você verá que os clientes vão aparecer e, com o sucesso das vendas, procure ampliar o número de caixas.
4º. Passo- Aos poucos, o seu negócio irá crescendo, em detrimento dos pedestres, estacionamento, entradas obstruídas ou espaço para mobilidade. Não se acanhe. Afinal, pode sempre alegar que é um trabalhador honesto e que precisa sustentar seus filhos.
Vidraçarias, bancas de qualquer coisa, caldo de cana, água de coco
1º. Passo- Consiga um pouco de capital e faça cômodos provisórios. Pode ser um carrinho, sem rodas, pois você vai ser mesmo um não ambulante.Siga passos dois e três sugeridos acima.
2º. Passo- Quando o seu negócio for crescendo, pense mais longe e aos poucos, sutilmente, vá ampliando seu espaço de trabalho, com materiais mais duráveis – a construção civil tem bastante sugestões. Tem uma vidraçaria que já está com um segundo cômodo- ainda provisório, mas vão chegar lá.
Pronto! Você pode se considerar um empreendedor!
Algumas dicas para aqueles que não pretendem ficar no mesmo negócio para sempre
1. Pegue um caminhão, Kombi ou outro veículo bem detonado. Não tem problema, pois você não vai se mover mesmo. Além do mais, quanto mais decadente, mais empatia vai receber, pois demonstrará que é uma pessoa carente e que precisa trabalhar. Monte seu negócio, que pode ser na área de móveis, frutas, mudas ou outro produto de fundo de quintal.
2. Como exemplo, você pode se dedicar ao comércio exterior e comprar abacaxis que vêm do Espírito Santo.
3. No caso de redes, colchas e outros produtos do Norte/Nordeste, estes são vendidos por empreendedores (ou exploradores), que trazem seus próprios subempregados alojados no caminhão baú. Você pode pegar pão de queijo e ir vender no Nordeste. Só uma sugestão.
Relógios, baterias, bolsas, cachecóis, etc.
1. Muito mais simples, este tipo de negócio pode ser montado em um caixote e uma taboa. O problema é disputar espaço com os empresários das frutas.
2. Nessa disputa (não é à toa que o termo se chama assim), não fique constrangido em entulhar a calçada ou mesmo um pedaço da rua. Seus clientes têm o direito de comprar porcaria do Paraguai. Ao menos, você não estará aqui em caso de defeito.
Por último, alguns conselhos para consolidação da cidadania, pois você está contribuindo para o progresso de Viçosa
1. Construa ou faça reformas e jogue o entulho na calçada, além de usar a mesma como canteiro de obras.
2. Use todo o espaço fronteiriço do seu terreno para entrada de carro. Quando comprou o lote, permitiram que também ocupasse a calçada e talvez, um pouco da rua.
3. Abra uma Auto Escola para habilitar todos que comprarão um carro ou moto. Estacione em qualquer vaga livre e fique esperando os seus alunos. Nas aulas, não se constranja em ensinar durante os piques de trânsito, quando este estiver bem atrapalhado. Contribua com o caos, pois você tem direito a detonar a cidade, como qualquer um.
Esperamos ter contribuído para a expansão e compreensão dos problemas/progresso viçosenses. Qualquer outra sugestão será bem vinda.
Ótimo texto!! Vou multiplicar!
ResponderExcluirAbraço!
Eu tenho uma sugestão:
ResponderExcluirAlugue um minúsculo ponto comercial. Compre mais mesas e cadeiras que o espaço possa suportar. Só precisará de cozinha e um cantinho para o caixa. Afinal, área para as mesas a cidade tem aos montes. Principalmente quando os garçons precisam atravessar uma rua. Não seja trouxa pagando aluguel extra desnecessáriamente. Calçadas não são públicas? Praças também! Público quer dizer de todo mundo. E se é de todo mundo é seu também. Então não se importe em usar. Em tempo: não precisa contratar mão de obra especializada pois os clientes estão fazendo favor a você.