Texto publicado no Jornal Tribuna Livre de 03 de outubro de 2013.
A ex-pequenina cidade de Rio Paranaíba tem sofrido transformações significativas nos últimos três anos. Antes, com a economia baseada na produção agrícola, passou a ser uma cidade universitária. Em um vídeo acessível na rede mundial de computadores, feito a partir de um sobrevôo na cidade, nota-se uma extraordinária expansão da área urbana. São os sinais de um progresso que chega de uma forma avassaladora e muitíssimo preocupante. Isso ocorre a partir da implantação de um campus da Universidade Federal de Viçosa no município. A rápida instalação dos cursos, a chegada de professores, funcionários e estudantes provocou uma revolução sem precedentes. A demanda por moradia, transporte, alimentação, comércio, lazer dentre outras necessidades, vem gerando um crescimento desordenado e não há muito tempo para começar a lidar com a situação antes que se torne irreversível.
A ex-pequenina cidade de Rio Paranaíba tem sofrido transformações significativas nos últimos três anos. Antes, com a economia baseada na produção agrícola, passou a ser uma cidade universitária. Em um vídeo acessível na rede mundial de computadores, feito a partir de um sobrevôo na cidade, nota-se uma extraordinária expansão da área urbana. São os sinais de um progresso que chega de uma forma avassaladora e muitíssimo preocupante. Isso ocorre a partir da implantação de um campus da Universidade Federal de Viçosa no município. A rápida instalação dos cursos, a chegada de professores, funcionários e estudantes provocou uma revolução sem precedentes. A demanda por moradia, transporte, alimentação, comércio, lazer dentre outras necessidades, vem gerando um crescimento desordenado e não há muito tempo para começar a lidar com a situação antes que se torne irreversível.
Em
três anos a área urbana expandiu 79%, uma taxa inigualável em
qualquer lugar do mundo. Surgiram vários novos parcelamentos de
terra, ultrapassando dois mil novos lotes. Essa oferta é
suficiente para abrigar cada nova família em uma residência isolada
nas próximas duas décadas, no mínimo. Isto enriqueceu alguns
empreendedores, mas é parte de uma série de problemas graves que
iniciarão a ocorrer em um futuro muito próximo. Erguem-se
rapidamente prédios e residências unifamiliares em bairros novos,
um sinal de riqueza. Ao mesmo tempo, isto ocorre em um meio em que
não há regras para controle do uso e ocupação do solo, ou seja,
não há critérios, legislação ou fiscalização das construções.
Os novos loteamentos estão sendo implantados sem a preocupação com
uma malha viária harmonizada, interligada por vias arteriais para
permitir o crescimento urbano e um fluxo adequado do trânsito. Os
parcelamentos estão sendo feitos sem que seja construído um
adequado sistema de drenagem urbana. Neles inexistem ou são
insuficientes as áreas verdes ou áreas destinadas ao município, e
as que foram projetadas para tal uso, já foram distribuidas como
lotes. A pavimentação é precária, sem há meios-fios e
arborização. Isto acarretará problemas sérios, pois as
futuras administrações só terão áreas para construir creches,
escolas, postos de saúde, etc., se as adquirirem ao preço de
mercado, ou seja, serão terrenos caros. Cada proprietário constrói
do seu jeito. Casas são erguidas sem afastamentos e chegam a ocupar
100% do terreno. Teremos, em breve, casas com iluminação natural
prejudicadas, mal ventiladas e com privacidade prejudicada. Os
bairros e casas ficarão mais quentes pela falta de vegetação. As
enchentes serão mais constantes, pois os pisos impermeabilizados
jogarão as águas das chuvas imediatamente para as ruas sem a devida
estrutura de drenagem.
Embora
esteja em uma área desenvolvida do estado, mas não livre do uso
indiscriminado de agrotóxicos, Rio Paranaíba é mais uma cidade sem
planejamento urbano. A cidade cresce, incha sem se desenvolver como
deveria. É certo que qualidade de vida vai piorar, na medida em que
a universidade for crescendo. Sem um setor de planejamento urbano,
uma legislação urbanística e fiscalização, a prefeitura vai
ficar à mercê dos construtores e especuladores imobiliários, com
acontece em outras cidades. A expansão descontrolada custará muito
caro aos cofres do município, pois, para locais de ocupação
rarefeitas será necessário levar a infraestrutura de água e
esgotos, manter a pavimentação, varrer as ruas, buscar lixo, levar
transporte coletivo e rondas policiais.
Em
2012, foram iniciados trabalhos para a elaboração do plano diretor,
mas não avançou e tal fato deveria ser motivo de grande
preocupação. Aparentemente não interessa aos políticos locais, e
nem parece interessar à própria UFV. Os danos podem rapidamente se
tornar irreparáveis, embora o planejamento territorial seja a
maneira mais eficaz e econômica de gerir um município.
Exatamente como acontece aqui em Florestal MG, onde a CEDAF foi transformada em Campus UFV-Florestal.
ResponderExcluirAqui também não se observa a mínima preocupação da UFV com a cidade.