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Há algumas semanas ficou proibido o uso de mesas e cadeiras em lugares públicos como nos canteiros centrais da Avenida Santa Rita, local de encontro de centenas de jovens, especialmente nos finais de semana. A Prefeitura alegou seus motivos para tomar tal atitude, com uma medida drástica da fiscalização, que alegou uma série de irregularidades das empresas. Parece que a proibição da Prefeitura pegou todo mundo de surpresa, mas não creio que os comerciantes que exploravam o espaço não sabiam de nada.
O lugar tornou-se há muitos anos um ponto muito atrativo na cidade, depois que quatro bares passaram a colocar mesas e cadeiras nos dois primeiros canteiros centrais. O ponto é central, serve de aquecimento e de fim de festa para muita gente, é local de encontro e para assistir partidas futebol. Tudo isso acontece numa área onde mora muita gente. Para atender as mesas, os garçons atravessam as pistas todo momento; circulam na área muitas garrafas e copos de vidro. Muito lixo é produzido e não há banheiros suficientes. Muita algazarra acontece e isso tudo atravessa a noite com muitos incômodos. Conversas em voz alta, música, gritos, buzinas, se prolongam risco aumentado o risco de brigas, acumulam-se carros com som alto e com muitas batidas violentas de portas. Os moradores vizinhos sofrem com isso, perdem o direito de dormir. Os direitos de uns ultrapassam os limites dos direitos de outros e os desentendimentos acontecem.
Veio a Prefeitura e tentou acabar com a festa. Mas os usuários não foram embora por que não haviam mais mesas e cadeiras. Passaram a improvisar, trazendo cadeiras e aparelhos de som, sentando no meio fio, ocupando o que acham de direito, até a hora que querem. Como resolver isso? Tem solução? O que pode ser feito? Há direitos legítimos dos do lado dos moradores, da Prefeitura, dos usuários e dos comerciantes. Para avançar, para tentar achar soluções é preciso muita conversa um contrato de convivência, solução para a demanda dos espaços para os usuários.
A Audiência Pública realizada no dia dez de abril concluiu que é necessário pensar e criar programas de lazer e cultura. Demonstrou-se necessário regularizar a situação dos empresários junto às regras, mas que isso ocorra de forma que não haja conflitos. Para isso seria necessário melhorar o lay out das mesas e cadeiras deixando as passagens regulamentares para os pedestres e mudar os horários de fechamento dos estabelecimentos para mais cedo. É necessário criar mais espaços para os jovens, com ações conjuntas entre a Prefeitura, a Univiçosa e a UFV, que tem assumido uma postura omissa, embora seja a maior contribuinte da demanda com os seus milhares de estudantes. Uma ação necessária também seria a implantação de um programa de educação para os cidadãos, em que é fundamental o respeito ao direito dos outros, com a mudança dos hábitos dos que produzem barulhos, lixo e destruição do patrimônio público. A boa educação é essencial para a convivência, e nela está a saída.
É, sim, possível, desde que: a prefeitura não trate o lazer com algo superfluo e sem importancia como tem feito até agora; que a UFV, enquanto principal atrativo das pessoas a esta cidade, em particular, as que frequenta estes lugares, participe de forma pro ativa destas discussões; os donos dos bares compreendam que ao utilizar as calçadas como salão de mesas, não podem ocupá-las da forma como vêm ocupando e, finalmente, os usuários compreendam ser imprescindivel respeitar o direito de ir e vir de quem por ali passa e o direito ao silêncio daqueles que por ali residem.
ResponderExcluirObrigado, Professor Paulo Tadeu.
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