27 agosto 2018

CARTA AOS VEREADORES


Texto publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG,  em 23/08/2018

Foi iniciada a tramitação da revisão do plano diretor de Viçosa, para enfatizar a importância do assunto. O Plano Diretor é o instrumento mais importante da política urbana de Viçosa. O Plano vigente é o de 2000, que deveria ter sido revisto em 2005; estamos, portanto, defasados em 18 anos.

Em 2000, a população de Viçosa era de 64.000 habitantes; em 2017, já éramos quase 79.000, ou seja, ganhamos mais habitantes que Teixeiras e Cajuri juntas; além de termos dobrado o número de estudantes universitários e de ensino médio.

De 2000 para cá, houve a criação de vagas para o Reuni e o crescimento da Univiçosa.  De lá para cá, ampliou-se a crise hídrica. O ribeirão São Bartolomeu deixou de abastecer 70% da população, em períodos chuvosos; deixou de ser um manancial perene. Foram abertos mais de uma dúzia de condomínios fechados, obras irregulares em área rural. Chegamos aos 21.000 automóveis e 15.000 motos emplacados em Viçosa. Até hoje nos faltam a coleta e o tratamento de esgotos; e o lixo não é separado.  Pioramos nos aspectos de acessibilidade. Viçosa se espalhou, deixando para trás terrenos vazios especulativos, sem cumprir sua função social. O IPLAM passou por fases difíceis e só agora tem uma estrutura melhor, embora ainda vacilante.  Temos, há anos, um Parque Tecnológico com um potencial imenso, que nem engatinhando está. Temos um forte grupo empresarial que pode, se quiser, trazer melhorias inestimáveis para Viçosa, mas este parece não demonstrar interesse.

Em 2017, depois da frustrada tentativa de revisão em 2008, finalmente ficou pronta uma nova minuta de projeto de lei. Foi após um longo processo de reuniões públicas; audiências; debates; reuniões preparatórias, realizadas aqui nesta casa, com o objetivo de esclarecer aos senhores e senhoras ponto por ponto. Essa minuta deverá levar algumas semanas até a votação final.

Peço aos senhores e senhoras que deem atenção ao Plano Diretor. Estão contidas nele centenas de horas de dedicação do Grupo Gestor, formada por pessoas da mais alta capacidade. A ele estão atreladas várias demandas oriundas da população. Foram usados todos os meios para convidar a todos a participarem: programas e chamadas nas rádios locais; cartazes com o calendário das reuniões, publicados nos jornais; impressos e afixados nos inúmeros pontos comerciais e de serviços, em toda a cidade; motos de som; convites entregues em mão, inclusive aos estudantes, para que os entregassem aos pais, e artigos em jornais.

O Plano está atualizado; nele estão inclusos vários instrumentos de planejamento urbano, fundamentais para a atuação do IPLAM. Nele, estão instrumentos fundamentais para tratar a questão da habitação social, além do parcelamento, uso e ocupação do solo. Estes últimos são os pontos mais sensíveis, em que de um lado está a técnica e as doses adequadas; de outro, a voracidade do setor da construção civil em torná-los insustentáveis.  Peço encarecidamente aos edis que não deformem o Plano.

Senhores vereadores e senhora vereadora, vocês têm nas mãos o destino de Viçosa.  Viçosa merece melhorar seu planejamento e sua gestão urbana, de forma que estes possam contribuir para um município menos injusto com sua população e mais sustentável do que é.  Boa parte disso pode começar pelo Plano Diretor.

25 agosto 2018

MELHORIA URGENTE

O Shopping Chequer, um cartão postal nada bonito de Viçosa-MG, tem sido área de acidentes com pedestres em função das péssimas condições de acessibilidade. Por ele passam milhares de pessoas por dia. Inconcebível permanecer como está.
É urgente pensar em melhorias.

Calçada com piso em blocos sextavados, irregulares, rampa incorreta.

Construir rampa dentro das normas técnicas; construir piso em cimentado penteado e com colocação de faixa podotátil.

Faixa estreita de passagem; pisos diferentes, buracos na calçada.

Alargar a faixa  de calçada em pelo menos 2,50 metros; executar piso regular,  sinalizar rampa de automóveis.

Piso irregular, meios-fios quebrados, mercadorias expostas na calçada.

Executar piso regular, com faixa podotátil; proibir exposição de mercadorias na calçada; melhorar a iluminação.

Rampa incorreta, calçada estreita estreita. 

Executar calçada com pavimentação acessível, incluir faixa podotátil, executar faixa, alargar calçada.


Ideias para uma nova agenda para as cidades


DIRETRIZES:

1. O ideário do direito à cidade
2. A função social da cidade e da propriedade urbana e a regulação pública do solo urbano
3. Democracia participativa e a gestão democrática da cidade
4. O manejo sustentável e a responsabilidade sobre os bens comuns naturais,
5. A superação da contradição entre capital e o trabalho na produção da cidade,
6. A economia deve promover o bem viver e, os bens comuns e não o capital,
7. A luta contra o poder das corporações e das finanças,
8. A cidade em uma perspectiva interseccional

Leia o texto completo em:
http://observatoriodasmetropoles.net.br/wp/ideias-para-uma-nova-agenda-para-as-cidades/

23 agosto 2018

ENAPUR 2019



Estão abertas, até 14 de outubro de 2018, as inscrições para submissões de Trabalhos nas Sessões Temáticas, de propostas para Sessões Livres e Lançamento de Livros para o XVIII ENANPUR (Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional). 
O evento será realizado de 27 a 31 de maio de 2019, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Tem por objetivo principal reunir professores, pesquisadores, profissionais, estudantes de pós-graduação, estudantes de graduação e representantes dos movimentos sociais em um grande debate acadêmico-científico sobre os temas de interesse dos estudiosos dos estudos urbanos e regionais do país. 
A 18ª edição do ENANPUR é uma promoção da ANPUR, com realização da UFRN com apoio dos programas de pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais e Arquitetura e Urbanismo da UFRN. Mais informações: http://enanpur.com.br

19 agosto 2018

HOTEL RUBIM ABANDONADO

Hotel Rubim em estado de abandono.


O Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Cultural de Viçosa já se manifestou mais de uma vez com a decisão da necessidade de tombar a volumetria da edificação. Há mais de três anos, os proprietários já têm a resposta do que pode ser feito - um balanço, um equilíbrio entre a preservação da volumetria e a construção de uma torre no terreno livre - mas estão deixando ao prédio se deteriorar.

Sujeira, reboco soltando, esquadrias apodrecendo: sinais de abandono.

Telhado se deteriorando, reboco soltando, infiltrações comprometendo o prédio.

O Alcântara - vizinho de frente - também está abandonado.
Isso pode se configurar como um crime contra o patrimônio cultural de Viçosa.

18 agosto 2018

SIMPLES ASSIM


Austrália.
Já começou a testar uma rede de drenagem com malha, para que os plásticos e outros resíduos poluentes não cheguem aos rios e ao mar.
Porque não fazemos isso aqui é uma solução tão barata e fácil de aplicar.

17 agosto 2018

Arquitetura e urbanismo para todos

Edital ATHIS - Inscrições prorrogadas até 31 de agosto

São R$200mil a serem divididos entre os projetos contemplados.

As inscrições terminam no dia 27 de agosto. Participe!


Com o objetivo de estimular a produção de habitação social no Brasil, o CAU/BR e os CAU/UFs destinam 2% de seus orçamentos anuais para financiar iniciativas de assistência técnica em habitação de interesse social, e assim promover a arquitetura e urbanismo para todos, missão deste Conselho.

12 agosto 2018

NOSSAS CIDADES PEDEM SOCORRO!


Artigo publicado no Folha da Mata, Viçosa-MG, em 09/08/2018.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e o Instituto de Arquitetos do Brasil lançaram recentemente a “Carta Aberta aos Candidatos nas Eleições de 2018 pelo Direito à Cidade”. A carta foi resultado de um seminário recente, que reuniu os maiores estudiosos das cidades. O documento declara que “o Brasil tem competência técnica para tratar dos problemas urbanos e não faltam planos ou leis para tanto”.

O documento, mais que bem-vindo, apresenta propostas para “um Planejamento Urbano Solidário e Inclusivo que seja o vetor da democracia no Brasil”. Esse planejamento estaria baseado em um plano nacional de desenvolvimento social e econômico “que atrelasse a ocupação do território nacional à economia, combinado com a descentralização das definições das políticas regionais e locais e uma maior participação popular nas discussões quem afetam a vida urbana”.

Ao todo são 53 propostas, divididas em três eixos. Como são muitas, destaco inicialmente seis, as quais dependem mais das ações do Governo Federal e dos Governos Estaduais:
1. A importância de assegurar investimentos massivos em infraestrutura urbana e em serviços públicos e sociais nas periferias;
2. A criação de uma política habitacional por meio de programas diversos, inclusive locação social;
3. O investimento na ampliação e qualificação das redes ferroviária e hidroviária.
4. A garantia da autonomia técnica do Ministério das Cidades;
5. O restabelecimento do Conselho Nacional das Cidades; e
6. A descentralização da definição e execução das políticas públicas para o desenvolvimento urbano, a partir de uma política nacional que possibilite a incorporação de políticas regionais e locais.

A Carta enfatiza a necessidade de disponibilizar as informações de banco de dados georreferenciados e em formato aberto, “democratizando o acesso e possibilitando a análise pela sociedade”. Isso auxiliaria muito na gestão e no planejamento urbanos. Uma diretriz necessária é uma forma mais racional de otimização de recursos humanos e econômicos. A Carta também solicita a promoção do apoio técnico para o planejamento das cidades médias em processo de crescimento demográfico. Posso acrescentar que esse apoio, que deve ser também financeiro, é necessário para todas as cidades brasileiras.

O Estado, em suas instâncias federal, estadual e municipal deveriam atuar em conjunto na implementação da Lei de Assistência Técnica Pública e Gratuita para: elaboração de projeto e construção de habitações de interesse social; desenvolvimento e implantação de programas de urbanização de favelas. São duas áreas que atenderiam a uma enorme fatia da população, trazendo a ela mais justiça social.

Temos de cobrar dos candidatos sua posição a respeito desses desafios, os quais se tornaram casos de soluções mais que urgentes. Grande parte das cidades está se tornando inviável e que há muito, muito mesmo a ser feito. O espectro dos problemas vai desde as grandes regiões metropolitanas às pequenas cidades que estão perdendo população. Essas e outras medidas têm de estar na agenda dos candidatos a presidente e a governadores. Transferir a responsabilidade apenas para os municípios revelou-se medida de impossível solução. Não se trata aqui de ações a serem feitas a curto ou médio prazos. Será preciso começar, antes mesmo tarde, pois os resultados visíveis certamente demorarão mais de uma geração.

11 agosto 2018

Tá Brabo!


BRASIL:

50.000 estrupos por ano
63.000 assassinatos por ano
47.000 mortes no trânsito por ano
850.000 abortos por ano


06 agosto 2018

Tramitação da Revisão do Plano Diretor de Viçosa-MG

Amanhã, dia 07/08, 18:00 h 
começa a discussão da Revisão do 
Plano Diretor de Viçosa 
na Câmara Municipal. 
Participem!

UMA NOVA TRAVESSA PURDUE


A Travessa Purdue, que liga a Av. Santa Rita ao Bairro de Ramos poderia ser assim:


Atualmente está em condições lamentáveis.


Com interesse e poucos recursos, é possível ter uma travessa decente, uma importante via de Viçosa-MG.



04 agosto 2018

PARKLETS / Pequenas praças

Cabem pelo menos 4 delas na Av. P. H, Rolfs e em várias outras ruas da cidade.

Tomam o espaço de apenas duas vagas de automóveis.
Criam ambientes agradáveis, pontos de encontro.
Evidentemente que precisariam ter manutenção e limpeza constante.
Elas podem ser construídas com recursos de parecerias com lanchonetes, restaurantes, lojas etc.

03 agosto 2018

A PRAÇA É NOSSA!


A PRAÇA É NOSSA!

Há algumas semanas, a Prefeitura resolveu fazer uma reforma na Praça Alice Loureiro, no bairro de Ramos. A intervenção ocasionou uma forte reação polêmica por parte de alguns moradores, fato que resultou num abaixo-assinado contra a obra. O documento trouxe um conteúdo recheado de preconceitos. O abaixo-assinado apresenta uma suposição de que a partir da reforma e da colocação de mobiliário urbano, a praça atrairia pessoas indesejáveis, como mendigos, drogados e ambulantes, trazendo problemas de segurança ao nobre bairro.

A curiosidade sobre essa questão me levou ao local. Lá conversei com um morador o qual que discorda da reclamação. Disse que gostou da reforma. Depois, encontrei outros moradores do bairro, que discordam também da posição apresentada no documento. Portanto, a reclamação grosseira e preconceituosa parece ser de uns poucos moradores.

De manhã cedinho, a pequena Praça Alice Loureiro reúne pessoas que esperam as clínicas vizinhas abrirem. Com a reforma, agora oferece um espaço com bancos. As árvores existentes oferecem locais para tomar sol ou para ficar sob o frescor da sombra nas horas mais quentes, como também abrigo para os pássaros. Com a melhoria, a praça deverá ganhar um pouco mais de segurança, pois tem sido um local de assaltos e roubos.

As praças são locais para “respiro” nas cidades de tijolos e concreto. São pontos de encontros de pessoas, de socialização. São espaços para estar e contemplação, por isso precisam estar em boas condições de uso. São locais democráticos, para pessoas de todas as idades, que marcam a vida dos locais e passantes por elas beneficiados. Uma praça com gente dá mais segurança, estabelece sentimento de vizinhança. Quando for reformada ou construída, deveria haver consultas de opiniões dos moradores sobre o que desejam. Depois haveria a apresentação de estudos preliminares para uma nova discussão, até que se alcance um projeto democraticamente discutido e aceito pela maioria.

Assim como a Praça Alice Loureiro, há várias outras em Viçosa que precisam ser melhoradas. São necessárias melhorias quanto à acessibilidade ao local, quanto à qualidade da pavimentação, quanto à qualidade e quantidade do mobiliário e da iluminação noturna. A manutenção dos jardins é um desafio. Algumas delas têm dimensões suficientes para receber parquinhos e academias ao ar livre.  Nelas podem ser acrescentados anfiteatros, esculturas e equipamentos atuais como “parcão”, horta, jardim e herbário coletivo, plantação de árvores frutíferas. Também caberia instalar sistema de aproveitamento de água, WiFi livre, postes com fonte de energia solar etc. Juntamente com as melhorias das existentes, ou com a construção de novas praças, caberia ser feita uma campanha de educação urbana, de modo a discutir sobre espaços públicos, cidadania e pertencimento. Assim, a população passaria a respeitar e manter esses espaços, considerando-as como patrimônio e marca de identidade.

Há tantos bairros sem praça na cidade. O Santo Antônio, bairro mais populoso de Viçosa, não tem sequer uma. Por mais praças em Viçosa!

02 agosto 2018

LIVRO RECOMENDADO

NEANDERTAL, Nosso irmão


Os Sapiens e Neandertais misturaram suas culturas ...e genes.

Neandertal, nosso irmão - Uma breve história do homem
Silvana Condemi, François Savatier (autoria), Benoît Clarys (ilustração), Fernando Scheibe (tradução)