sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A PRAÇA É NOSSA!


A PRAÇA É NOSSA!

Há algumas semanas, a Prefeitura resolveu fazer uma reforma na Praça Alice Loureiro, no bairro de Ramos. A intervenção ocasionou uma forte reação polêmica por parte de alguns moradores, fato que resultou num abaixo-assinado contra a obra. O documento trouxe um conteúdo recheado de preconceitos. O abaixo-assinado apresenta uma suposição de que a partir da reforma e da colocação de mobiliário urbano, a praça atrairia pessoas indesejáveis, como mendigos, drogados e ambulantes, trazendo problemas de segurança ao nobre bairro.

A curiosidade sobre essa questão me levou ao local. Lá conversei com um morador o qual que discorda da reclamação. Disse que gostou da reforma. Depois, encontrei outros moradores do bairro, que discordam também da posição apresentada no documento. Portanto, a reclamação grosseira e preconceituosa parece ser de uns poucos moradores.

De manhã cedinho, a pequena Praça Alice Loureiro reúne pessoas que esperam as clínicas vizinhas abrirem. Com a reforma, agora oferece um espaço com bancos. As árvores existentes oferecem locais para tomar sol ou para ficar sob o frescor da sombra nas horas mais quentes, como também abrigo para os pássaros. Com a melhoria, a praça deverá ganhar um pouco mais de segurança, pois tem sido um local de assaltos e roubos.

As praças são locais para “respiro” nas cidades de tijolos e concreto. São pontos de encontros de pessoas, de socialização. São espaços para estar e contemplação, por isso precisam estar em boas condições de uso. São locais democráticos, para pessoas de todas as idades, que marcam a vida dos locais e passantes por elas beneficiados. Uma praça com gente dá mais segurança, estabelece sentimento de vizinhança. Quando for reformada ou construída, deveria haver consultas de opiniões dos moradores sobre o que desejam. Depois haveria a apresentação de estudos preliminares para uma nova discussão, até que se alcance um projeto democraticamente discutido e aceito pela maioria.

Assim como a Praça Alice Loureiro, há várias outras em Viçosa que precisam ser melhoradas. São necessárias melhorias quanto à acessibilidade ao local, quanto à qualidade da pavimentação, quanto à qualidade e quantidade do mobiliário e da iluminação noturna. A manutenção dos jardins é um desafio. Algumas delas têm dimensões suficientes para receber parquinhos e academias ao ar livre.  Nelas podem ser acrescentados anfiteatros, esculturas e equipamentos atuais como “parcão”, horta, jardim e herbário coletivo, plantação de árvores frutíferas. Também caberia instalar sistema de aproveitamento de água, WiFi livre, postes com fonte de energia solar etc. Juntamente com as melhorias das existentes, ou com a construção de novas praças, caberia ser feita uma campanha de educação urbana, de modo a discutir sobre espaços públicos, cidadania e pertencimento. Assim, a população passaria a respeitar e manter esses espaços, considerando-as como patrimônio e marca de identidade.

Há tantos bairros sem praça na cidade. O Santo Antônio, bairro mais populoso de Viçosa, não tem sequer uma. Por mais praças em Viçosa!

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