domingo, 1 de setembro de 2019

MAIS QUE NÚMEROS


MAIS QUE NÚMEROS

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 29 de agosto de 2019

Neste texto vou tratar de números; grandes números; assombrosos números.. Números que mostram a gigantesca e complexa estrutura que é a humanidade.  Números que mostram o tamanho do consumo humano, frente a limitações de vivermos em uma ilha, num pequeno planeta rochoso que flutua no espaço. Números que mostram o desequilíbrio da distribuição das riquezas e um caminho preocupante.
O site worldometers.info/br/ nos informa que, no momento em que comecei a escrever este artigo, a população mundial estava em 7.723.200.984 habitantes. Desde primeiro de janeiro de 2019, tinham nascido 84.725.377 de pessoas e morrido 35.548.239. Há 836.000.000 de pessoas desnutridas no mundo e 736.000.000 de pessoas obesas. Há 854.000.000 de pessoas sem acesso à água potável. Em 2019, cerca de 54% da população mundial vive em cidades (4,15 bilhões).
O site também informa que há mais de 4,3 bilhões de usuários na Internet. Estão circulando nas ruas e estradas mais de 1.215.000.000 veículos. O mundo perdeu neste ano, até esse momento, 3.130.239 de hectares de florestas, boa parte na Amazônia brasileira. Anualmente, são produzidos mais de dois trilhões de quilos de lixo. Consumimos cerca de 5 quatrilhões de litros de água. Todos os dias despejamos 6 bilhões de litros de dejetos sólidos, seja nos aterros controlados, lixões, terrenos vazios, rios, seja nos mares. Temos bilhões de quilos de resíduos nucleares armazenados em locais temporários.
Como exemplos, o mundo consome ao ano:

34.127.500.000 barris de petróleo (dados de 2015);
966.600.000.000 de quilos de milho;
482.000.000.000 de quilos de arroz;
321.000.000.000 de quilos de batata;
1.090.769.230.000 de ovos;
144.000.000.000 de absorventes íntimos e
10.000.000.000 de pilhas.

Nosso injusto mundo chegou ao ponto em que os 8 homens mais ricos têm a mesma riqueza que os 3,85 bilhões mais pobres. Segundo o Banco Mundial, 3,4 bilhões de pessoas, vivem com menos de 3,20 dólares por dia. Cientistas nos alertam que chegamos a um ponto sem retorno sobre a mudança climática, causada por nós mesmos. “Podemos continuar com o status quo, colocando em risco o crescimento econômico global e a estabilidade social”, assumindo o risco de “não poder garantir alimentos, energia e água nas décadas futuras”, alertou Ban Ki-moon, ex-secretário-geral das Nações Unidas.  Se ainda há tempo, de agora em diante, é apenas para diminuir os prejuízos e reverter os danos ao ambiente. Temos de  aprender, de forma mais responsável, a viver em uma nova sociedade mais sustentável, em um planeta mais instável. A distância social irá aumentar entre os pouquíssimos mais ricos e a grande maioria miserável. Caso não mudemos nosso comportamento irresponsável, teremos, cada vez mais, episódios de graves secas; enchentes trágicas; furacões; picos inéditos de calor; pragas nas lavouras; conflitos, falta de alimentos e violência indiscriminada.

Foto:
https://www.kbia.org/post/global-journalist-debating-overpopulation


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