26 novembro 2021

A FACA E O QUEIJO


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 18/11/2021

 Viçosa, apesar de apresentar alguns problemas em relação ao seu desenvolvimento urbano e humano, tem muito potencial pelos seus atributos geográficos (porte demográfico favorável, localização estratégica na Zona da Mata Norte), educacionais (UFV, Univiçosa, Coluni) e pelas suas especificidades (alto índice de desenvolvimento humano, cidade universitária de importância nacional, cidade polo microrregional, várias conexões rodoviárias). 

Viçosa, segundo o IBGE, tem alguns indicadores positivos, como o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH - igual a 0,775, que a coloca em 11º lugar em Minas Gerais (para comparar: 0,778 de Juiz de Fora; 0,810 de Belo Horizonte; 0,724 de Ubá).  No entanto, temos um grande contraste social dentre os mais ricos e os mais pobres. Viçosa apresenta uma taxa de escolaridade que a coloca na posição de número 97 dentre os 853 municípios mineiros. Isso não é bom para uma cidade educadora. O Produto Interno Bruto deixa Viçosa na posição 224, sinal que é preciso melhora a economia.  A taxa de mortalidade deixa Viçosa na posição 358, sinal de que há muito a ser feito na área. Essas posições precisam e podem melhorar. 

O campus da UFV realça o enorme contraste de paisagem, de renda e de infraestrutura, principalmente com os bairros mais afastados e populosos.  Essas regiões são carentes de espaços para cultura, de postos de empregos. O bairro Santo Antônio, por exemplo, o mais populoso de Viçosa, não tem sequer uma praça. Vau-açu e Gruta dos Camilos, crescem sem praças, sem espaços públicos destinados à cultura, esportes e lazer. A mobilidade urbana é difícil para grande parte da população, e é um desafio, ainda mis em tempos de custos altíssimos dos combustíveis. A qualidade das habitações de parcela significativa da população ainda se mostra precária. 

Viçosa sedia uma Universidade que sempre figura em posição de destaque nacional (entre as 10-12 melhores em ensino, entre as 14-15 em pesquisa) e latino-americanos (entre as 20, segundo a Times Higher). No entanto, o que a destaca mais ainda é que está entre as 4 em inovação. Aí está um potencial que ainda não reflete no desenvolvimento do município. Empresários reclamam que as empresas não se instalam aqui. É preciso que  Poder Executivo, os gestores do município e da UFV ampliem os caminhos conhecidos. Temos um Parque Tecnológico que, a meu ver, ainda não decolou, temos incubadoras que originam negócios que se instalam fora dos nossos limites e temos uma classe empresarial forte. 

Viçosa necessita diversificar sua economia, com esforços para fixar e desenvolver empresas de médio porte e de pequenas empresas localizadas nos bairros. Temos políticos influentes que demostram grande estima por Viçosa. Temos muita gente qualificada, um empresariado interessado, instituições de ponta e organizações capazes. Temos a faca e o queijo na mão para colocar os indicadores socioeconômicos em posições muito melhores. É necessário criar condições para segurar e desenvolver, ao menos uma fração do conhecimento aqui gerado. O que falta? Precisamos buscar uma visão pactuada, tendo como fim o desenvolvimento sustentável para o município. Para isso deve-se olhar para frente, ampliar o diálogo entre a UFV, o Poder Executivo e o empresariado, para desenvolver formas de avançar, de aperfeiçoar políticas públicas de saúde, de mobilidade urbana e de habitação de interesse social. É essencial diminuir as distâncias sociais, melhorar a qualidade das moradias, levar cultura e oportunidades às camadas menos favorecidas.  O que estamos esperando? 


CHAMADA DE TRABALHOS

 

O SinBrasil – Simpósio Nacional de Inovação e Desenvolvimento Regional reúne diversas instituições de ensino superior do Brasil para discutir, impulsionar e fortalecer as soluções inovadoras pautadas no conhecimento científico, na tecnologia e no contexto das desigualdades regionais.

Organizado por docentes e pesquisadores a partir de uma perspectiva centrada na realidade brasileira, o evento será realizado de 2 a 4 de dezembro de 2021 em versão 100% digital e contará com palestras e debates proferidos por especialistas renomados. 


https://www.sinbrasil.com.br/

https://erminiamaricato.net/2021/11/26/sinbrasil-2021-simposio-nacional-de-inovacao-e-desenvolvimento-regional/

09 novembro 2021

CIDADES INTELIGENTES?

 

Pariferia de Viçosa-MG, um loteamento fechado de cada lado. Foto outubro 2021.

Artigo publicado no jornal Folha da Mata em 4/11/2021.

Nos últimos vinte anos, o termo Cidade Inteligente (Smart City) tem aparecido muito em estudos e em projetos. No início, o setor de TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) começou a perceber as cidades como um grande mercado a ser explorado. Foi quando surgiu a oferta de soluções para melhorar a prestação de serviços urbanos. O termo foi se popularizando; passou a ser usado com diferentes sentidos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.  Ao termo Cidades Inteligentes adicionaram “Humanas”, “Sustentáveis”, “Inclusivas” e assim por diante. Essa escolha de adjetivos indica uma disputa nos bastidores. Algumas vezes, a denominação “Cidades Inteligentes” subordina-se à uma agenda mais ampla do desenvolvimento urbano, dando menos espaço às tecnologias de informação e de comunicação; outras vezes, ocorre o contrário. 

Mas o que é uma Cidade Inteligente? Será que uma cidade pode ser inteligente? 

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o conceito “se consolidou como assunto fundamental na discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas”. Para Ágatha Depiné, do Grupo Via Estação Conhecimento, da UFSC, a Cidade Inteligente aborda conceitos mais amplos; é “um ecossistema urbano inovador caracterizado pelo uso generalizado de tecnologia na gestão de seus recursos e de sua infraestrutura”. Para o grupo, a cidade inteligente é “ um modelo urbano baseado na utilização de tecnologias da informação e comunicação, as TICs, para melhores resultados nas dimensões: economia, pessoas, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida. ”

O Ministério do Desenvolvimento Regional vem coordenando estudos para criar uma Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, tendo como princípio o “uso responsável e inovador da transformação digital para um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo”.  Para o Ministério, as Cidades Inteligentes são aquelas “comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural”. Para isso devem ser tratadas de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede. Busca também promover o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas”. As tecnologias devem ser usadas para “solucionar problemas concretos, de forma a criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação”.

Tudo isso é muito bonito, interessante, cativador e desejável. Mas, quão distante nossas cidades estão desses tantos aspectos?  Este texto não ousa abranger todo o tema. Para início de conversa, não vejo como uma cidade pode ser chamada de inteligente se não começar a tratar disso na base, na garantia de educação de qualidade para todos, que inclua além do uso da tecnologia atualizada, a capacitação para a cidadania, ensino de filosofia e educação para ética. Não é possível chamar nenhuma cidade de inteligente, se os seus gestores não desenvolvem eficazes políticas públicas, não elaborem   projetos de curto, médio e longo prazos; para otimizar os custos gastando bem e para reduzir os abismos físicos, econômicos e sociais. Sob pena de virar apenas mais um modismo passageiro, superficial, essa tal da cidade inteligente tem de ser formada por cidadãos e por gestores inteligentes com o interesse público prioritário e democrático.


08 novembro 2021

I Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável


I Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável

https://via.ufsc.br/encontro-internacional-de-territorios-criativos-para-o-desenvolvimento-sustentavel/

PARTICIPE!


 

EXCELENTE INICIATIVA: Fórum Próximo Futuro


Carta convite

Esta carta aberta é um convite à população de Juiz de Fora, aos mineiros, brasileiros e a todas às pessoas no mundo que queiram imaginar conosco uma sociedade do Bem-Comum.

Uma sociedade do bem-viver, inclusiva e igualitária, cidadã e democrática, capaz de experimentar a vida plena, com sabedoria e lucidez. Uma sociedade que respeite as diferenças, intolerante com a intolerância, e comprometida com o cuidado de si, do outro e do planeta. Uma sociedade inteligente, criativa, produtiva, que gere trabalho digno e distribua riquezas por sua matriz socialmente justa e sustentável.  

O “Fórum Próximo Futuro”, a ser realizado em abril de 2022 na cidade de Juiz de Fora, tem como propósito ajudar a imaginar, a propor e experimentar agora, no presente, as enormes perspectivas para essa nova sociedade, em especial, com e para nossa cidade. 

Uma nova imaginação para Juiz de Fora.  

No passado, a cidade já foi identificada e reconhecida como a potência industrial da “Manchester mineira”, por sua pulsante produção artística como a “Atenas de Minas Gerais”, por sua beleza urbanística como a “Princesa de Minas”, e, ainda, destacada nacionalmente pela sua riqueza cultural nas artes, na música, na literatura, por seu pioneirismo no cinema e na televisão.  

Neste momento em particular, no Brasil, quando vivemos abalados pela tragédia sanitária e pelo desastre nacional, é fundamental nos reunirmos para pensarmos um novo futuro.

O caminho que propomos passa por apostarmos em um movimento que cresce em todo o mundo: a “nova economia” — circular, compartilhada, colaborativa, solidária, verde e sustentável. Essa é uma mobilização planetária que se apoia na força da criatividade e do conhecimento, que destaca a Cultura com um dos vetores principais para novos ciclos sustentáveis de desenvolvimento humano.

Assim, por meio de um “acordo de cooperação”, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora se une ao Instituto Fábrica do Futuro para realizar o “Fórum Próximo Futuro”, em ação que contará também com a parceria de outras importantes instituições locais e regionais.

Um evento especial com dois objetivos principais. O primeiro é abrir caminhos para a adesão de Juiz de Fora a plataformas globais de cidades que se orientam, em destaque, pela Agenda 21 da Cultura e pela Agenda 2030 das Nações Unidas.

O segundo é gerar um ambiente favorável para o pensamento e a reflexão, trocas de experiências e conexões, que possa formar uma “rede de cooperação local” capaz de realizar em curto prazo a “missão” de transformar nossa cidade de Juiz de Fora em um “Polo Internacional de Economia Criativa”.

Escolhemos o dia 5 de novembro para assinar este “acordo de cooperação”, data importante para “Economia Criativa” celebrações no Brasil e no mundo: O “Dia Nacional da Cultura”, o “Dia do Designer”, o “Dia Nacional da Língua Portuguesa” e o “Dia Mundial do Cinema”.

No próximo dia 26 de novembro iremos realizar um novo evento especial para apresentação pública das etapas de mobilização e atividades principais em 2022 do “Fórum Próximo Futuro”. 

Neste momento em particular, no Brasil, quando vivemos abalados pela tragédia sanitária e pelo desastre nacional, é fundamental nos reunirmos para pensarmos um novo futuro.

Nossa cidade está pronta para construir sua nova história.

Margarida Salomão

Prefeita Municipal de Juiz de Fora.

5 de novembro de 2021.

PESQUISA: PARTICIPE

Participe! 


Pesquisa de Opinião sobre o Parque Natural Municipal do Cristo Redentor - Viçosa / MG

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScQN-VxncdsaVWWOYD3nKDM9FHTJrq2Lu2zgPytYeLbaiuuxg/viewform

07 novembro 2021

ASSIM FICA DIFÍICIL

Acessibilidade impossibilitada nas nossas cidades. Insensibilidade total de quem intervèm, falta de fiscalização por parte do Poder Público. 

Foto Ítalo Stephan, novembro 2021.

02 novembro 2021

CICLOVIAS E CICLOFAIXAS NA UFV



Enfim, temos uma ciclovia e ciclofaixas na UFV!

Fotos Ítalo Stephan, 02/1/2021.

31 de outubro - DIA MUNDIAL DAS CIDADES

 

Somos mais de 56,7% morando em cidades no mundo!

Somos mais de 84,6% morando em cidades brasileiras!

Por cidades mais inclusivas!

Por mais capacitação técnica!

Por mais  Engenharia e Arquitetura Públicas!

Por  mais fiscalização!

Por mais projetos!

Por mais cidadania!

Vejam:

https://news.un.org/pt/tags/dia-mundial-das-cidades

https://www.causc.gov.br/noticias/31-de-outubro-dia-mundial-das-cidades/

01 novembro 2021

“Cartões postais de 2050”



Vejam os “Cartões postais de 2050”, criados pelo artista @martindepasque para o @greenpeace em celebração ao #WorldCityDay 

Qual futuro vamos escolher?

Um pesadelo poluído distópico, estilo Mad Max, ou um mundo verde, limpo, pós CO2? 

Os principais líderes mundiais, ONGs e ativistas se reúnem em Glasgow na COP26 para discutirem os últimos 6 anos desde o Acordo de Paris, Brasil vai pagar o maior mico, e negociarem metas e objetivos para o futuro. Minha opinião: China e Índia vão melar tudo, seus líderes já mencionaram suas posições no encontro do G20, na Itália, anteontem, bom, sobre o Brasil nem preciso dizer que é o candidato a vilão da história, violou o Acordo de Paris e aumentou suas emissões quando o mundo as reduziu…

Quem vencerá: Utopia ou Distopia?

Sorte para nós, o mundo precisa.

#mundo #cop26 #climatechange #futuro #utopiaoudistopia #greencleanchallenge