Temas de discussão: Arquitetura e Urbanismo. Planejamento Urbano. Patrimônio Histórico. Futuro das cidades. Pequenas e médias cidades. Architecture and Urban Planning. Heritage. The future of the cities.
28 novembro 2021
26 novembro 2021
A FACA E O QUEIJO
Viçosa, segundo o IBGE, tem alguns indicadores positivos, como o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH - igual a 0,775, que a coloca em 11º lugar em Minas Gerais (para comparar: 0,778 de Juiz de Fora; 0,810 de Belo Horizonte; 0,724 de Ubá). No entanto, temos um grande contraste social dentre os mais ricos e os mais pobres. Viçosa apresenta uma taxa de escolaridade que a coloca na posição de número 97 dentre os 853 municípios mineiros. Isso não é bom para uma cidade educadora. O Produto Interno Bruto deixa Viçosa na posição 224, sinal que é preciso melhora a economia. A taxa de mortalidade deixa Viçosa na posição 358, sinal de que há muito a ser feito na área. Essas posições precisam e podem melhorar.
O campus da UFV realça o enorme contraste de paisagem, de renda e de infraestrutura, principalmente com os bairros mais afastados e populosos. Essas regiões são carentes de espaços para cultura, de postos de empregos. O bairro Santo Antônio, por exemplo, o mais populoso de Viçosa, não tem sequer uma praça. Vau-açu e Gruta dos Camilos, crescem sem praças, sem espaços públicos destinados à cultura, esportes e lazer. A mobilidade urbana é difícil para grande parte da população, e é um desafio, ainda mis em tempos de custos altíssimos dos combustíveis. A qualidade das habitações de parcela significativa da população ainda se mostra precária.
Viçosa sedia uma Universidade que sempre figura em posição de destaque nacional (entre as 10-12 melhores em ensino, entre as 14-15 em pesquisa) e latino-americanos (entre as 20, segundo a Times Higher). No entanto, o que a destaca mais ainda é que está entre as 4 em inovação. Aí está um potencial que ainda não reflete no desenvolvimento do município. Empresários reclamam que as empresas não se instalam aqui. É preciso que Poder Executivo, os gestores do município e da UFV ampliem os caminhos conhecidos. Temos um Parque Tecnológico que, a meu ver, ainda não decolou, temos incubadoras que originam negócios que se instalam fora dos nossos limites e temos uma classe empresarial forte.
Viçosa necessita diversificar sua economia, com esforços para fixar e desenvolver empresas de médio porte e de pequenas empresas localizadas nos bairros. Temos políticos influentes que demostram grande estima por Viçosa. Temos muita gente qualificada, um empresariado interessado, instituições de ponta e organizações capazes. Temos a faca e o queijo na mão para colocar os indicadores socioeconômicos em posições muito melhores. É necessário criar condições para segurar e desenvolver, ao menos uma fração do conhecimento aqui gerado. O que falta? Precisamos buscar uma visão pactuada, tendo como fim o desenvolvimento sustentável para o município. Para isso deve-se olhar para frente, ampliar o diálogo entre a UFV, o Poder Executivo e o empresariado, para desenvolver formas de avançar, de aperfeiçoar políticas públicas de saúde, de mobilidade urbana e de habitação de interesse social. É essencial diminuir as distâncias sociais, melhorar a qualidade das moradias, levar cultura e oportunidades às camadas menos favorecidas. O que estamos esperando?
CHAMADA DE TRABALHOS
O SinBrasil – Simpósio Nacional de Inovação e Desenvolvimento Regional reúne diversas instituições de ensino superior do Brasil para discutir, impulsionar e fortalecer as soluções inovadoras pautadas no conhecimento científico, na tecnologia e no contexto das desigualdades regionais.
Organizado por docentes e pesquisadores a partir de uma perspectiva centrada na realidade brasileira, o evento será realizado de 2 a 4 de dezembro de 2021 em versão 100% digital e contará com palestras e debates proferidos por especialistas renomados.
https://www.sinbrasil.com.br/
https://erminiamaricato.net/2021/11/26/sinbrasil-2021-simposio-nacional-de-inovacao-e-desenvolvimento-regional/
09 novembro 2021
CIDADES INTELIGENTES?
Artigo publicado no jornal Folha da Mata em 4/11/2021.
Nos últimos vinte anos, o termo Cidade Inteligente (Smart City) tem aparecido muito em estudos e em projetos. No início, o setor de TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) começou a perceber as cidades como um grande mercado a ser explorado. Foi quando surgiu a oferta de soluções para melhorar a prestação de serviços urbanos. O termo foi se popularizando; passou a ser usado com diferentes sentidos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Ao termo Cidades Inteligentes adicionaram “Humanas”, “Sustentáveis”, “Inclusivas” e assim por diante. Essa escolha de adjetivos indica uma disputa nos bastidores. Algumas vezes, a denominação “Cidades Inteligentes” subordina-se à uma agenda mais ampla do desenvolvimento urbano, dando menos espaço às tecnologias de informação e de comunicação; outras vezes, ocorre o contrário.
Mas o que é uma Cidade Inteligente? Será que uma cidade pode ser inteligente?
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o conceito “se consolidou como assunto fundamental na discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas”. Para Ágatha Depiné, do Grupo Via Estação Conhecimento, da UFSC, a Cidade Inteligente aborda conceitos mais amplos; é “um ecossistema urbano inovador caracterizado pelo uso generalizado de tecnologia na gestão de seus recursos e de sua infraestrutura”. Para o grupo, a cidade inteligente é “ um modelo urbano baseado na utilização de tecnologias da informação e comunicação, as TICs, para melhores resultados nas dimensões: economia, pessoas, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida. ”
O Ministério do Desenvolvimento Regional vem coordenando estudos para criar uma Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, tendo como princípio o “uso responsável e inovador da transformação digital para um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo”. Para o Ministério, as Cidades Inteligentes são aquelas “comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural”. Para isso devem ser tratadas de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede. Busca também promover o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas”. As tecnologias devem ser usadas para “solucionar problemas concretos, de forma a criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação”.
Tudo isso é muito bonito, interessante, cativador e desejável. Mas, quão distante nossas cidades estão desses tantos aspectos? Este texto não ousa abranger todo o tema. Para início de conversa, não vejo como uma cidade pode ser chamada de inteligente se não começar a tratar disso na base, na garantia de educação de qualidade para todos, que inclua além do uso da tecnologia atualizada, a capacitação para a cidadania, ensino de filosofia e educação para ética. Não é possível chamar nenhuma cidade de inteligente, se os seus gestores não desenvolvem eficazes políticas públicas, não elaborem projetos de curto, médio e longo prazos; para otimizar os custos gastando bem e para reduzir os abismos físicos, econômicos e sociais. Sob pena de virar apenas mais um modismo passageiro, superficial, essa tal da cidade inteligente tem de ser formada por cidadãos e por gestores inteligentes com o interesse público prioritário e democrático.
08 novembro 2021
I Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável
I Encontro Internacional de Territórios Criativos para o Desenvolvimento Sustentável
https://via.ufsc.br/encontro-internacional-de-territorios-criativos-para-o-desenvolvimento-sustentavel/
EXCELENTE INICIATIVA: Fórum Próximo Futuro
Carta convite
Esta carta aberta é um convite à população de Juiz de Fora, aos mineiros, brasileiros e a todas às pessoas no mundo que queiram imaginar conosco uma sociedade do Bem-Comum.
Uma sociedade do bem-viver, inclusiva e igualitária, cidadã e democrática, capaz de experimentar a vida plena, com sabedoria e lucidez. Uma sociedade que respeite as diferenças, intolerante com a intolerância, e comprometida com o cuidado de si, do outro e do planeta. Uma sociedade inteligente, criativa, produtiva, que gere trabalho digno e distribua riquezas por sua matriz socialmente justa e sustentável.
O “Fórum Próximo Futuro”, a ser realizado em abril de 2022 na cidade de Juiz de Fora, tem como propósito ajudar a imaginar, a propor e experimentar agora, no presente, as enormes perspectivas para essa nova sociedade, em especial, com e para nossa cidade.
Uma nova imaginação para Juiz de Fora.
No passado, a cidade já foi identificada e reconhecida como a potência industrial da “Manchester mineira”, por sua pulsante produção artística como a “Atenas de Minas Gerais”, por sua beleza urbanística como a “Princesa de Minas”, e, ainda, destacada nacionalmente pela sua riqueza cultural nas artes, na música, na literatura, por seu pioneirismo no cinema e na televisão.
Neste momento em particular, no Brasil, quando vivemos abalados pela tragédia sanitária e pelo desastre nacional, é fundamental nos reunirmos para pensarmos um novo futuro.
O caminho que propomos passa por apostarmos em um movimento que cresce em todo o mundo: a “nova economia” — circular, compartilhada, colaborativa, solidária, verde e sustentável. Essa é uma mobilização planetária que se apoia na força da criatividade e do conhecimento, que destaca a Cultura com um dos vetores principais para novos ciclos sustentáveis de desenvolvimento humano.
Assim, por meio de um “acordo de cooperação”, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora se une ao Instituto Fábrica do Futuro para realizar o “Fórum Próximo Futuro”, em ação que contará também com a parceria de outras importantes instituições locais e regionais.
Um evento especial com dois objetivos principais. O primeiro é abrir caminhos para a adesão de Juiz de Fora a plataformas globais de cidades que se orientam, em destaque, pela Agenda 21 da Cultura e pela Agenda 2030 das Nações Unidas.
O segundo é gerar um ambiente favorável para o pensamento e a reflexão, trocas de experiências e conexões, que possa formar uma “rede de cooperação local” capaz de realizar em curto prazo a “missão” de transformar nossa cidade de Juiz de Fora em um “Polo Internacional de Economia Criativa”.
Escolhemos o dia 5 de novembro para assinar este “acordo de cooperação”, data importante para “Economia Criativa” celebrações no Brasil e no mundo: O “Dia Nacional da Cultura”, o “Dia do Designer”, o “Dia Nacional da Língua Portuguesa” e o “Dia Mundial do Cinema”.
No próximo dia 26 de novembro iremos realizar um novo evento especial para apresentação pública das etapas de mobilização e atividades principais em 2022 do “Fórum Próximo Futuro”.
Neste momento em particular, no Brasil, quando vivemos abalados pela tragédia sanitária e pelo desastre nacional, é fundamental nos reunirmos para pensarmos um novo futuro.
Nossa cidade está pronta para construir sua nova história.
Margarida Salomão
Prefeita Municipal de Juiz de Fora.
5 de novembro de 2021.
PESQUISA: PARTICIPE
Participe!
Pesquisa de Opinião sobre o Parque Natural Municipal do Cristo Redentor - Viçosa / MG
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScQN-VxncdsaVWWOYD3nKDM9FHTJrq2Lu2zgPytYeLbaiuuxg/viewform
07 novembro 2021
ASSIM FICA DIFÍICIL
Foto Ítalo Stephan, novembro 2021.
02 novembro 2021
31 de outubro - DIA MUNDIAL DAS CIDADES
Somos mais de 56,7% morando em cidades no mundo!
Somos mais de 84,6% morando em cidades brasileiras!
Por cidades mais inclusivas!
Por mais capacitação técnica!
Por mais Engenharia e Arquitetura Públicas!
Por mais fiscalização!
Por mais projetos!
Por mais cidadania!
Vejam:
https://news.un.org/pt/tags/dia-mundial-das-cidades
https://www.causc.gov.br/noticias/31-de-outubro-dia-mundial-das-cidades/
01 novembro 2021
“Cartões postais de 2050”
Vejam os “Cartões postais de 2050”, criados pelo artista @martindepasque para o @greenpeace em celebração ao #WorldCityDay
Qual futuro vamos escolher?
Um pesadelo poluído distópico, estilo Mad Max, ou um mundo verde, limpo, pós CO2?
Os principais líderes mundiais, ONGs e ativistas se reúnem em Glasgow na COP26 para discutirem os últimos 6 anos desde o Acordo de Paris, Brasil vai pagar o maior mico, e negociarem metas e objetivos para o futuro. Minha opinião: China e Índia vão melar tudo, seus líderes já mencionaram suas posições no encontro do G20, na Itália, anteontem, bom, sobre o Brasil nem preciso dizer que é o candidato a vilão da história, violou o Acordo de Paris e aumentou suas emissões quando o mundo as reduziu…
Quem vencerá: Utopia ou Distopia?
Sorte para nós, o mundo precisa.
#mundo #cop26 #climatechange #futuro #utopiaoudistopia #greencleanchallenge