A Arquitetura de Lélé
Se procurarmos mundo afora, encontraremos soluções para habitação social de altíssima qualidade, com baixo custo e de eficácia social (ver Housing Complex na Eslovênia; vários projetos em Singapura; Iquique, no Chile; Nijmegen na Holanda; Carabanchel, em Madrid; projetos dos arquiteto Evgeni leonov na Inglaterra). Políticas, técnicas e tecnologias modernas têm chegado às populações de baixa renda, possibilitando a inclusão na vida urbana. As qualidades de conforto e as estéticas acompanham as demais qualidades. Aqui em Pindorama (uma designação pré-cabralina dada a regiões formariam o Brasil), prevalece o atraso, à custa de politicagem, corrupção, desperdício, negligência quanto às boas práticas do urbanismo e do planejamento urbano.
Nijmegen - Holanda
Conjunto habitacional na Eslovênia
Temos profissionais em condições de revolucionar a qualidade da habitação que, entretanto encontram todo tipo de obstáculos. João Filgueiras Lima, carioca nascido em 1932, também conhecido como Lélé, é um dos mais importantes arquitetos do Brasil. Reconhecido no mundo, ele trabalhou com Oscar Niemeyer e é o genial projetista dos hospitais da excepcional Rede Sarah, com hospitais espalhados nas principais capitais do país. Sua extensa obra arquitetônica caracteriza-se especialmente pela contínua e eficaz busca da racionalização e da industrialização da arquitetura. Formado há cinquenta e sete anos, criou uma fábrica que pré-fabricava todos os componentes metálicos e argamassa armada, peças – estruturas, paredes, coberturas, móveis, esquadrias - de hospitais, escolas, creches, prédios institucionais. Lélé é autor de uma arquitetura de excepcional qualidade ambiental, técnica, humanizada e economicamente viável. Sua capacidade criativa e técnica permitiu que desenvolvesse um projeto para o programa Minha Casa Minha Vida, com melhor gestão, com qualidade, melhor arquitetura e custo mais baixo que a mediocridade produzida em todo o território nacional. Chegou a comprar um terreno para instalar a indústria, entretanto o poder do atraso o venceu. O setor da construção civil e seus aliados políticos fizeram prevalecer seus interesses. Foram colocados obstáculos à sua realização. O projeto de construir uma fábrica de casas, prevista como uma Oscip (Organização Da Sociedade Civil de Interesse Público) foi rejeitado por entraves jurídicos e trabalhistas.
Assim, permanecemos fazendo o errado, de forma irresponsável, idolatrando políticos e enaltecendo estatísticas, desprezando o conhecimento acumulado e ampliando os custos sociais. Continuamos construindo frágeis e solúveis casinhas, fragmentando e espraiando perigosamente nossas cidades do velho novo século. Por esse atraso, dentre outros fatores, nosso país permanece e permanecerá na 85ª posição no índice de desenvolvimento no planetinha azul.
Fotos: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com / theurbanearth.wordpress.com
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