26 julho 2013

Não subestimem nossa inteligência!


Fui convidado por iniciativa da Prefeitura Municipal de Viçosa, a uma reunião na Câmara Municipal, sobre Acessibilidade Urbana, assunto dos mais sérios e de dificílima realização na nossa cidade. Acreditei que o tema seria, enfim, tratado com a devida atenção. Levei livros, leis e normas técnicas sobre acessibilidade, achando que elas seriam ao menos citadas.

No entanto, o que nos foi apresentado foi mais uma canoa furada em que Viçosa entra. Trata-se de um investimento na compra de uns poucos pontos de ônibus para a área central, e de outras peças de mobiliário urbano, apenas para funcionarem como suporte de peças publicitárias.

Um rapaz com boa oratória discorreu sobre acessibilidade urbana como um arquiteto e urbanista falaria de uma cirurgia cerebral.  Ele despejou termos de publicidade misturando participação popular, conscientização da população, e remodelação de pontos de ônibus. Usou o ultrapassado termo "pessoas com necessidades especiais", ao invés do correto que é "pessoas com deficiência". Da própria boca do apresentador:

 "Uma concessão de espaço público e de mobiliário urbano para fins publicitário aliados à benfeitorias para a população";

Espaços públicos com uma experiência de "diálogos sociais";

"Promover informações que somem à vida diária"

"Exercício de cidadania"

"Mobiliário urbano como janela para sensibilização"

Todas essas coisinhas para vender  o mote

 "Sou + Viçosa:  você participa que a cidade fica mais Viçosa"

Participa de que? De uma absurda campanha publicitária para gastar dinheiro público em troca de poluição rá que visual e umas propagandinhas? Ora, tenham paciência!  Mais Viçosa? de que jeito?

Não há, nesta administração, ninguém capaz de dizer alguma coisa que preste sobre planejamento urbano,  mobilidade, sobre acessibilidade, sobre participação?

Não subestimem nossa inteligência!

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