30 novembro 2014

Viçosa - transformações



A partir de uma foto de 1968, é possível ver uma grande área recém aterrada depois de ter sido destruída por grandes volumes de águas de chuvas vindos do córrego da Conceição.
Nota-se a existência da antiga estação rodoviária, depois demolida e atualmente é uma praça. Já existia o Posto de Saúde e os Correios.

 
 Foto: http://www.redlinemg.com/vicosa-mg/

 Aos poucos foram sendo permitidas construções na área, como um posto de combustíveis ao lado do Posto de Saúde. Por cima do córrego canalizado, construíram um conjunto de bar, lanchonete e açougue, de um lado e, mais recentemente, um grande posto de combustíveis com oficina e lojas.
Toda a área tem fragilidades pelas características geológicas precárias de um aterro feito às pressas , de infiltrações das canalizações do interceptor e do córrego.

29 novembro 2014

Urbanismo sorrateiro.

Vias perpendiculares a rua do Partenon/ Coeducar, Viçosa,MG. Foto de Paulo Tadeu Leite Arantes, 2014.

Ruas muito longas, sem saídas paralelas e sem conexão. Desmatamentos em topo de morro.  Irregularidades, incorreções e ilegalidades. Sem um mínimo de urbanismo. Uma paisagem urbana sendo criada como fruto apenas dos interesses especulativos. Ainda há tempo, coragem e vontade política para impedir tantas sandices?

Solução possível de ser negociada.

Corrija isso, Prefeito, corrija isso IPLAM!

Tá certo ou tá errado?

Loteamento ao lado do Romão dos Reis, na área urbana. Está na bacia do São Bartolomeu.
Ruas com  mais de 500 m de extensão, sem saída, mais que o dobro permitido pela legislação municipal. Tem uma travessia sobre um curso de água.
Tem Estudo de Impacto Ambiental? Tem aprovação pela Prefeitura? Tem responsável técnico? Tem projeto de drenagem? Atende à lei 6766/79? Atende à lei de parcelamento? Tem aprovação pelo SAAE? Pelo Codema? IEF?
Para onde vai jogar esgotos e águas pluviais?  De onde vai tirar água? Quem vai pavimentar a via de acesso?

27 novembro 2014

Alento para Viçosa


Professora Aline Werneck e o Prefeito Ângelo Chequer. 

A administração municipal está articulando parcerias para viabilizar a execução de projetos de melhorias na cidade, principalmente no que diz respeito à circulação de pedestre e ciclistas.

Um dos principais parceiros, enfim acionados, é  o Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU) da Universidade Federal de Viçosa, de onde todo ano saem diversos projetos sobre os temas.


Tomara que os sonhos e projetos se tornem realidade!

24 novembro 2014

Condomínio para idosos


O Governo entrega o primeiro condomínio residencial exclusivo para idosos do Brasil, e torna a Paraíba referência nacional na criação e fortalecimento de políticas públicas para a terceira idade. O condomínio Cidade Madura, localizado no Cidade Verde, em João Pessoa, dispõe de 40 unidades habitacionais, posto médico, pista de caminhada, redário, praça e centro de vivência, tudo projetado para atender às necessidades e garantir qualidade de vida para os idosos que mais precisam.

São quase R$ 4 milhões investidos em algo que não tem preço: A dignidade e o respeito a quem precisa e merece! Campina Grande, Cajazeiras e Sousa também serão contempladas com o projeto que é pioneiro no país. #GovParaiba #CidadeMadura #Paraíba #Brasil

Colapsos

Páscoa e Mangareva são duas ilhas do oceano Pacífico que já sustentaram povos desenvolvidos. Dois exemplos em que  a sociedade não se relacionou de forma sustentável com seu clima, geografia, recursos e parceiros comerciais.
Foram enormes os impactos ambientais de sociedades complexas não auto-suficientes que entraram rapidamente em colapso após atingirem o auge de população e poder.
Os povos do passado não eram maus administradores ignorantes mas foram exterminados sem agir a tempo de corrigir os erros que cometeram.  A história nos deixa lições que deveríamos aprender.

 Ilha de Páscoa, que já teve as maiores palmeiras do mundo.

Mangareva, um meio ambiente que, se equilibrado poderia sustentar uma pequena população.

Veja em:  Colapso - como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso, de Jared Diamond.

21 novembro 2014

Livro: A Ira de Deus

Sábado, 1/11/1755, dia de Todos os Santos.
Em Lisboa, a quarta maior cidade da Europa, uma opulenta cidade, compartilhada por devotos e pecadores, a metrópole do  império português, o dia amanheceu luminoso e quente. Poucos minutos depois das nove horas, um som assustador anunciou uma das catástrofes mais devastadoras que já assolaram uma cidade importante no mundo ocidental.
Seguiu-se um enorme maremoto. A destruição ficou completa com um incêndio que durou uma semana. Perdeu-se a maior parte do imenso acervo existente nos palácios, igrejas e armazéns.
Morreram entre quarenta a cinquenta mil pessoas em Lisboa.
Inspirando-se variadas e ricas fontes,  Edward Paice pinta um retrato vívido de uma cidade e de uma sociedade transformadas para sempre após a manifestação da ira divina.
A Ira de Deus é uma descrição emocionante, mostra com detalhes os pecados da sociedade de meados do século XVII,  a relação  do fatos com uma punição divina e  a subida do Marquês de Pombal ao poder.

20 novembro 2014

Ouro Preto em 1880

Igreja de São Francisco em Ouro Preto-MG e mercado em frente,foto de 1880!!
foto:1880, Ferrez, Marc.

Fonte:

19 novembro 2014

Mine(i)r(i)oduto

O mineroduto é considerado por uns como uma forma eficiente e menos impactante de transporte de minério.
O mineroduto é realmente eficiente, pois transporta ininterruptamente uma quantidade enorme de minério, muito mais que qualquer composição de vagões em uma linha férrea eficiente.
O mineroduto é símbolo de uma política econômica errada, que leva o minério na forma de commoditie barata, para ser industrializado fora do país e para ser comprado na forma industrializada (chapas).
O mineroduto proposto tem um trajeto por 22 municípios, desde Congonhas até Presidente Kennedy, no Espírito Santo. Atravessa um número enorme de nascentes e mananciais, pois como funciona basicamente à base da gravidade, tende a passar por áreas mais baixas, exatamente onde estão as bacias hidrográficas, criando altíssimo grau de impactos negativos.
É um tubo de 65-70cm de diâmetro, capaz de transportar um mingau feito com pó de minério, água e amido (de milho ou mandioca). Pelo duto passam 950 litros de água (diluída com o minério e o amido) por segundo, ou seja, 57.000 litros por minuto, 3.420.000 litros por hora, ou 82.080.000 litros por dia, o suficiente para abastecer uma cidade de 410.000 habitantes diariamente. É uma transposição de água para ser despejada no mar.
Vende-se um minério barato, joga-se água e alimento fora. Rasga-se nascentes e morros. Impôe-se um eterno risco de desastres ecológicos.  Esse é o mineroduto.


Foto em:
http://www.rogeriocorreia.com.br/noticia/minerodutos-mineiros-serao-tema-de-audiencia-publica-na-almg/

Seminário sobre o mineroduto



Realizado, no auditório da Engenharia Florestal o seminário sobre o mineroduto da Ferrous. O seminário foi realizado como pedido do CONSU, para que o seu resultado possa subsidiar a posição da UFV em relação à passagem do mineroduto em Viçosa.
A empresa Ferrous não mandou representantes. Dos demais palestrantes, o prefeito e os representantes do SAAE manifestaram contrários à passagem do mineroduto, da forma proposta. Os demais palestrantes, vereadores, estudantes e professores presentes se posicionaram contrários à passagem do mineroduto, independentemente do lugar; questionaram até mesmo o mineroduto como forma de transporte e como elemento de uma política econômica equivocada e danosa.  

18 novembro 2014

Seminário sobre o Mineroduto em Viçosa


CONVITE

UFV Debate: Impactos do Mineroduto Ferrous em Viçosa

18 de novembro - 14h às 18 h
Auditório da Engenharia Florestal

16 novembro 2014

CHOVER NO MOLHADO

Texto publicado no jornal Tribuna Livre, em Viçosa-MG, em 12/11/2014

 

Embora a frase do título não faça nenhum sentido durante uma época de seca inédita, nunca é demais falar sobre a crise da água pela qual passa o país e, com  um olhar local, pela qual passa Viçosa. Nunca é demais manter o alerta, pois é um assunto de décadas, já levantado por vários especialistas no assunto: na década de 1990, por grupos criados como o S.O.S. São Bartolomeu (1994); pelos processos participativos do Plano Diretor de Viçosa (1998-2000 e 2007-2008); pelo Plano de Saneamento Básico (2010-2011); pela rejeição em 2012 da criação da Zona Residencial do Paraíso e pelo início dos trabalhos da criação da Área de Proteção Ambiental do São Bartolomeu, no mesmo ano, mas que ainda não tem uma conclusão prevista.

Enquanto tudo isso acontecia, na bacia do Ribeirãozinho São Bartolomeu, que abastece a UFV e parte da cidade, o processo de ocupação, o qual surgiu e continua altamente prejudicial à bacia. Construiu-se, como nunca, nas áreas de proteção permanente, com ou sem anuência do Poder Executivo.

Nos últimos dias, debates em programas de rádio e TV, notícias em jornais e na Internet, levantaram-se questões  como a falta de leis e a falta de fiscalização. A  primeira não é correta, pois temos, há tempos, as leis federais insistentemente  ignoradas (Código Florestal e 1965 e o de 2012, a Lei de Parcelamento do Solo, de 1979) e as municipais ( Lei Orgânica de 1989, o Plano Diretor, as Lei de Parcelamento e Uso do solo urbano, os novos Códigos de Obras e Ambiental (elaborados em 2000 e aprovados em poucos anos depois). Temos um Codema que age(?) timidamente e um Complan (Conselho Municipal de Planejamento) inativo há anos. O IPLAM foi criado em 2000, para planejar e fiscalizar, mas se recusa a atuar mesmo sob denúncias de construção de loteamentos irregulares, inclusive os dentro da área urbana e da bacia do ribeirão (tem deles no Palmital, no Marrecos, no Deserto, no Paraíso e ao lado do Romão dos Reis). O órgão usa o argumento equivocado de que não pode atuar e autuar em área rural. Por onde anda o IEF, que não viu a destruição de nascentes, a derrubada de árvores, a construção nas áreas de preservação permanente? Onde estava o SAAE que não aplicou os recursos para medidas mitigadoras e de produção de água?

Enquanto isso, parte dos moradores são conscientes dos problemas, praticantes corretos do uso da terra e estão muito preocupados. Alguns não denunciam por medo. Outra parte dos proprietários vislumbra a garantia de um patrimônio para seus descendentes com a subdivisão ilegal do solo e com a construção irregular. Uma outra parte que depende da terra, usa mal a água produzida, com técnicas inadequadas de irrigação e manejo do solo, com desperdício do cada vez mais precioso líquido. A assistência técnica da prefeitura e a da excelente UFV não parecem impedir o agravamento da situação. Não se veem boas práticas na região.

Porque as coisas não funcionam, no entanto, têm uma causa mais cruel: é a total falta de vontade política, que predomina há décadas, de agir no que é necessário, de impedir a deterioração ambiental e de proibir as muitas agressões ao ambiente. Trata-se de irresponsabilidade, negligência, improbidade de quem deveria comandar. Isso tem de mudar. O atual momento de escassez só deixa essas arestas mais visíveis. O provável retorno das chuvas não poderá esconder mais isso.

15 novembro 2014

Piranga, MG

Piranga, uma das mais antigas cidades de Minas, fundada em 1691. Cortada pelo Rio Piranga. População de um pouco mais de 17.000 almas, apenas 1/3 morando na sede.
Um lindo e centenário coreto, na praça principal
.
Igreja de N. Senhora da Boa Morte, do século XVIII.

Um imponente casarão com varandas laterais.Mais que centenário, abandonado.

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil/piranga_mg

14 novembro 2014

Cidade sem automóveis particulares

Helsinki pretende acabar com os carros num futuro próximo.


Helsinki, capital da Finlândia, pode dar adeus ao transporte individual automotivo a partir de 2015. Testes para sistema impressionante de integração entre veículos urbanos tomam forma e jovens cidadãos não querem sequer saber de comprar carros.

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/11/helsinki-pretende-acabar-com-o-transporte-individual.html

 

12 novembro 2014

Avaliação essencial

Programa Minha Casa Minha Vida precisa ser avaliado – Nota pública da Rede Cidade e Moradia

Publicado em 10/11/14 por raquelrolnik

"um programa habitacional que atende primordialmente aos interesses do setor privado, sem os vínculos necessários com uma política urbana e fundiária que lhe dê suporte, estimula, como efeito de seu próprio êxito, o aumento do preço dos imóveis da cidade e tem gerado péssimas inserções urbanas, correndo o risco de cristalizar, na velocidade alucinante das contratações, novos territórios de guetificação e segregação social."

"tem prevalecido no Programa um padrão de produção com fortíssima homogeneização das soluções de projeto arquitetônico e urbanístico e das técnicas construtivas, independentemente das características físicas dos terrenos ou das condições bioclimáticas locais."

"reproduzem um padrão de cidade segregada e sem urbanidade, pois são mal servidas por transporte, infraestrutura ou ofertas de serviços urbanos adequados ao desenvolvimento econômico e humano."

"O Programa se apresenta, enfim, como solução única e pouco integrada aos desafios das cidades brasileiras para enfrentamento de complexo “problema habitacional”, baseado numa produção padronizada e em larga escala, desarticulada das realidades locais, mal inserida e isolada da cidade, a partir de um modelo de propriedade privada condominial. Esperamos, firmemente, que os resultados das pesquisas possam levar a terceira etapa do Programa a correção de rumos, aperfeiçoamento em direção às reais necessidades habitacionais da população, à construção de moradias e cidades dignas, justas e includentes."
http://raquelrolnik.wordpress.com/2014/11/10/programa-minha-casa-minha-vida-precisa-ser-avaliado-nota-publica-da-rede-cidade-e-moradia/

A competência do município para disciplinar o território rural

'A Constituição Federal de 1988 definiu de maneira explícita a autonomia municipal em termos políticos, legais e financeiros; posteriormente, as Leis Orgânicas Municipais consolidaram tal quadro.'

O município tem a competência para promover o planejamento municipal sobre todo o seu território, com base no artigo 30 inciso IX da Constituição Federal. O adequado ordenamento territorial do município pressupõe que o municio tenha o poder de disciplinar o uso, ocupação e parcelamento do solo de todo o seu território. (Saule, Nelson; 2004, A competência do município para disciplinar o território rural. In SANTORO,Paula & PINHEIRO, Edie (Orgs.), O município e as áreas rurais. São Paulo, Instituto Pólis.) 

Nos termos do § 1º do art. 182, o Plano Diretor é considerado como o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. A Constituição Federal não discrimina nenhuma forma de diferenciação entre os habitantes do município, quanto a o local em que residam ser uma área urbana, rural, de preservação ambiental, de preservação histórica, de interesse turístico, ou de interesse social. E, ainda, com relação ao Estatuto da Cidade, de acordo com o § 2º do art. 40, o Plano Diretor deverá englobar o território do município como um todo. De acordo com essa norma, o Plano Diretor deve abranger tanto a zona urbana como a zona rural do município (Saule, Nelson; 2004, A competência do município para disciplinar o território rural. In SANTORO,Paula & PINHEIRO, Edie (Orgs.), O município e as áreas rurais. São Paulo, Instituto Pólis.   

Colaboração de Marinês Eiterer.   
Baixe o livro:
http://www.polis.org.br/uploads/837/837.pdf                                                                                                                          

Ciclovia com energia

Esta é a primeira ciclovia que produz energia solar. Em Amsterdam.
 
Ver mais em:

http://www.lifegate.it/persone/stile-di-vita/solaroad-amsterdam

04 novembro 2014

Vamos destruir um pouco mais?


No Paraíso, área rural de Viçosa, uma construção de grande porte avança, sem placas de responsáveis técnicos. Parece que vai abrigar uma indústria e um salão de festas. Aumentará a demanda por água. Mais uma obra sem o aval do IPLAN? Em frente, à venda, dois terrenos com área inferior ao mínimo (módulo rural: 3 hectares), um deles certamente em Área de Preservação Permanente.
Mais problemas para a bacia do São Bartolomeu.
Mais um passo para a destruição.

03 novembro 2014

02 novembro 2014

Desenho: Vila Antiga

Vila Antiga - o melhor lugar da cidade para morar! - Desenho nanquim sobre papel vegetal. 
Ítalo Stephan, 2014.

01 novembro 2014

Cidade Brincável

Texto publicado no jornal TRIBUNA LIVRE, em 29/10/2014

Co-autoria com Paulo Tadeu Leite Arantes


Não é nenhuma novidade a extensa lista de problemas que as cidades, em especial as brasileiras, têm enfrentado no seu dia a dia. Nela, destacam-se dificuldades relacionadas com a gestão, com a mobilidade, com a segurança, sem perder de vista as relacionados com a insuficiência de saneamento e de infraestrutura, dentre tantas outras. Entretanto, mesmo diante de tantas adversidades, é possível tornar uma cidade mais interessante, inspiradora, criativa e, por que não, convidativa para seus moradores, quando componentes como arte, cultura e tecnologia passam a fazer parte do seu cotidiano. A explicação é simples: esses elementos, se bem trabalhados, podem funcionar como catalizadores das interações entre seus cidadãos, contribuindo, assim, para melhorar o ambiente de uma cidade.

Ao perceberem esse potencial, iniciativas cidadãs estruturadas nessa crença, começaram surgir em algumas cidades, mundo afora. Pegando carona nesta novidade, Recife, através de um programa chamado “The Playable City”, está colocando em prática novas formas de relacionamento cidade/cidadão/cidade.  O nome em inglês, cuja tradução em português poderia ser algo como: “cidade brincável” (ou quem sabe: jogável, divertida, recreável, ou até mesmo, criativa) decorre de uma oportunidade que um grupo de pessoas ligadas a um bem sucedido parque tecnológico daquela metrópole, o Porto Digital, vislumbrou ao conhecer uma inciativa, já corrente e muito bem sucedida, na inglesa Bristol, que leva este nome.

Assim, após celebrarem um convênio de cooperação, técnicos e artistas, tanto pernambucanos como ingleses, ligados à economia criativa,  desenvolveram um programa conjunto. O programa alia o potencial criativo de artistas à capacidade dos produtores, juntando ideias e soluções (criativas e inovadoras) para atacar alguns problemas da capital pernambucana.  A partir desse intercâmbio de ideias e experiências surgiram intervenções, exposições e instalações que "brincam" com as pessoas, como é o caso das lixeiras divertidas, do provador virtual, da árvore musical, dos caminhos aquáticos (que chamam atenção para as potencialidades de seus rios) dentre tantas outras, aderentes a um programa de Playable City que, por definição, envolve um amplo compartilhamento do conhecimento, da arte, da ciência e da cultura.


É importante lembrar que não apenas Recife está embrenhando por estas searas. Um exemplo muito interessante de algo parecido a este programa pernambucano/inglês, já vem acontecendo, desde novembro do ano passado, em Santa Rita do Sapucaí, uma cidade de 40 mil habitantes, conhecida como Vale da Eletrônica. Com o nome “Cidade Criativa, Cidade Feliz” esta iniciativa tem como principal pressuposto mudar as relações entre cidade/morador/cidade. Começou com um evento de uma semana que, esse ano de 2014, durou um mês, com atividades ligadas à cultura, economia, inovação, sociedade,  artes, música, teatro, sustentabilidade, empreendedorismo e troca de saberes, através da realização de palestras, cursos, shows, oficinas, que resultaram na criação de um robusto ecossistema local criativo e colaborativo.



Uma cidade como a nossa, cheia de estudantes vindos de vários locais do país, de artistas talentosos e de pessoas esbanjando conhecimento tem um potencial para desenvolver um programa com estes propósitos. Faltam-nos, todavia, duas condições básicas. A primeira é gente interessada em liderar iniciativas como esta e a segunda é ter uma boa interlocução com o poder local que, por sua vez, tem que demonstrar interesse em apoiá-la. Popularmente falando, estamos com a faca e o queijo na mão mas precisamos avançar e criar nosso programa “Viçosa Brincável”. Com ele, muito mais do que termos lixeiras criativas, árvores musicais ou caminhos de trem, podemos recompor as relações cidade/moradores/cidade, hoje completamente esgarçadas. Afinal, a criatividade não tem limite; só não existe o que não inventamos.