segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

2018



Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 28/12/2018.

O ano de 2018 em Viçosa foi marcado por vários eventos. Não foi um ano fácil para quem administra a cidade. O contingenciamento de recursos, desde a esfera federal, prejudicou muito a gestão do município. Exigiu medidas de contenção de recursos para pessoal e para a realização de obras. Tivemos em 2018 alguns fatos importantes relacionados ao planejamento urbano. Esses também podem acarretar importantes prejuízos para a cidade.

O Hotel Rubim continuou abandonado e só no segundo semestre teve um projeto arquitetônico aprovado que, no entanto, é bastante questionável. Do prédio original serão preservadas apenas as duas paredes frontais. O resto será demolido. O telhado será reconstruído sobre laje de concreto.  E sobre essa laje, será erguida uma torre. Como conselheiro municipal do Patrimônio Cultural, não concordei com a proposta, pois passou do limiar do que chamo preservação.

Em 2018, chegaram à Câmara Municipal, encaminhados pela Prefeitura, os anteprojetos da revisão da lei do Plano Diretor e do Plano de Mobilidade Urbana, importantes peças para a condução do crescimento mais sustentável. Os dois planos foram elaborados com ampla oferta de meios de participação da população. Foram amplamente divulgados nos meios de comunicação. Atenderam às normas federais que exigem prazos para divulgação e para análise de todas as etapas participativas.
Houve um momento em que chegou à Câmara, por meio de um grupo de empresários, um conjunto de propostas de alteração de vários itens do anteprojeto, que não foram apresentadas e discutidas sem passar adequadamente pelo processo participativo. Ao ver da equipe que elaborou o Plano, essas alterações impactariam negativamente. O Plano Diretor finalmente teve iniciada sua votação no meio do ano, tendo alguns artigos iniciais já discutidos e aprovados. No entanto, foi devolvido ao Prefeito para que fossem feitos alguns ajustes, que a meu ver, poderiam ser feitos na própria casa legislativa. Uma vez readequado, o Plano voltou à Câmara em outubro, mas, pela evidente má vontade da Presidência da Casa, não mais voltou à pauta de discussão.

O Plano de Mobilidade é rico em ações e em projetos, desde grande, como pequena escala. Propõe a construção de quatro trechos viários que podem ser construídos em etapas diferentes e que no futuro formarão um anel viário, com a função de evitar que o trânsito de passagem pela cidade passe pela congestionada área central. Prevê a construção de novas vias alternativas, ligando bairros como o Bom Jesus à Rua Nova, o Santo Antônio ao Campus. Prevê a construção de uma nova estação rodoviária em um local mais apropriado. Prevê o uso do leito da linha férrea, alterações e melhorias em várias vias. Espero que não tenha um destino truncado como o da revisão do Plano Diretor.

Enfim, podemos aguardar os acontecimentos, de forma a que o destino do Hotel Rubim e dos Planos seja o melhor e que tragam algum benefício para nosso município. Esperamos que a obra do Hotel comece e que o deixe em boas condições; que o Plano Diretor seja aprovado para que ele possa ajudar a direcionar o desenvolvimento urbano e que o Plano de Mobilidade abra portas para a vinda de recursos para melhorar Viçosa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário