Casulos, lápis s/papel. anos 1990, Ítalo Stephan.
Temas de discussão: Arquitetura e Urbanismo. Planejamento Urbano. Patrimônio Histórico. Futuro das cidades. Pequenas e médias cidades. Architecture and Urban Planning. Heritage. The future of the cities.
29 junho 2020
26 junho 2020
REVISTA
A mais recente edição da revista “Novos Cadernos NAEA” já está disponível. A revista é um periódico quadrimestral, de caráter interdisciplinar, dedicado à publicação de trabalhos científicos e acadêmicos sobre temas relevantes na área do desenvolvimento, do planejamento urbano e regional e do meio ambiente.
Sob a coordenação editorial do Prof. Dr. Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, a Novos Cadernos NAEA está na sua 23a. edição, número 1, e pode ser acessada no link a seguir:
https://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/issue/view/421
EVENTO; ARQUITETURA NACIONAL
O link para a transmissão do evento será enviado por e-mail para os inscritos. Acesse a página do evento pelo endereço abaixo:
www.sympla.com.br/caumg
24 junho 2020
ESTUDANTES DA UFV AJUDAM NO COMBATE AO COVID
Participação do DAU/UFV:
Trecho da matéria:
"o projeto passou por fases como a criação de um protótipo em papelão, a modelagem computacional dos itens e a impressão 3D da válvula. De acordo com o mestrando do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo na UFV André Costa, as placas de acrílico são cortadas a laser, sendo possível produzir uma cápsula por hora, enquanto que as válvulas são impressas durante dez horas. "Durante a graduação, eu havia feito iniciação científica nessa área de prototipagem, o que me ajudou bastante agora", comenta o arquiteto."
Matéria:
https://www2.dti.ufv.br/noticias/scripts/exibeNoticiaMulti.php?codNot=32687&link=corpo&fbclid=IwAR3S_h4Aswy4C0QrfNk8Wu4-ttkTykScsED8k5CuNBxHmCEf2C6473DOIV8
III SEMINÁRIO “CIDADES, TERRITÓRIOS E DIREITOS”
III SEMINÁRIO “CIDADES, TERRITÓRIOS E DIREITOS”
A Universidade Federal de Viçosa realizará, entre os dias 05 e 09 de outubro de 2020, o III Seminário “Cidades, territórios e direitos”, organizado pelos Departamentos de Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Geografia, Educação e Direito e seus programas de pós-graduação e laboratórios. A proposta é refletir sobre a temática das cidades, seus territórios e o distinto acesso aos direitos, além de situar a própria cidade na lógica global.
O seminário será composto por quatro sessões temáticas, que abordarão os seguintes temas: (1) Crises e fragmentações urbano/regionais;
(2) Desafios da política urbana;
(3) Expulsões e desigualdades; e
(4) Direito, cultura e espaço público.
As sessões serão formadas por dois expositores. Além disso, ainda contará com duas conferências (abertura e encerramento), e com espaço para apresentação de trabalhos de estudantes.
As atividades, pela primeira vez, ocorrerão totalmente online, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de distanciamento social durante esse período de pandemia pelo COVID-19.
14 junho 2020
URBANISMO PARA POUCOS
URBANISMO PARA POUCOS
Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 12/06/2020.
A Câmara Municipal de Viçosa aprovou, em março de 2020, uma lei que denomina Avenida Aguinaldo Pacheco um trecho de mais de 10 km de extensão de vias rurais na região entre Paula e Violeira. Em outro fato, a Prefeitura asfaltou o trecho entre o câmpus da UFV e os condomínios dos Cristais. Esses dois fatos mostram um rodoviarismo segregador, estratégia para beneficiar soluções viárias a fim de atender aos interesses dos grandes incorporadores. O problema é que são dadas prioridades aos que têm mais, em detrimento da melhoria da infraestrutura urbana nos bairros mais humildes.
Há, nas entrelinhas dessa homenagem ao Sr. Aguinaldo, uma forma predadora de planejamento urbano, sem coerência e sem participação popular. A lei que batiza uma via é uma maneira de inserir as intenções de definir o uso e a ocupação do solo na forma com que os interesses imobiliários querem. Não adianta definir regras para uma via ainda rural tortuosa, não pavimentada, pouco habitada, sem estabelecer regras para as áreas adjacentes. São regras ruins e insuficientes, com uma avenida com tal extensão e apenas 7 metros de largura. Esse trecho está previsto desde 2000 como possível anel viário, o qual se caracterizaria como uma via arterial, com quatro pistas e afastamentos adequados. Mas isso está sendo ignorado, pois interessa apenas valorizar uma área comprada por um pequeno grupo de especuladores. Não precisamos de mais batismos, precisamos gerar e fazer nascer corretamente o desenvolvimento urbano, com uma visão menos míope. Tenho muitas dúvidas se o homenageado concordaria com o que foi aprovado, pois ele tinha uma grande competência em urbanismo. Esse zoneamento, mascarado de homenagem, soma-se ao da Av. Geraldo Reis (alguém sabe onde fica?). Essa “urbanização” predatória que já ocorre no Paraíso sem lei, que não quer lei, agora se estende à região leste da cidade.
Quanto ao asfaltamento do trecho de ligação entre o câmpus e os condomínios desertos dos Cristais, esse foi feito com recursos públicos. A região é uma nova zona urbana criada para permitir a construção dos condomínios, ao longo da “Nova Av. P.H. Rolfs”. Os empreendedores asfaltaram apenas o trecho das áreas dos condomínios. Uma ligação com cerca de 800 metros ficou em chão de terra até a Prefeitura asfaltar, acredito que com recursos públicos. No entanto, esse encargo deveria ser feito às custas dos loteadores. Questiono se esse asfalto era realmente uma prioridade para Viçosa, uma vez que, além de uma recessão à vista, há inúmeras vias, nas áreas urbanas densamente povoadas, em condições lamentáveis, como fartamente noticiado neste jornal, há décadas. Os benefícios aplicados nas regiões carentes seriam mais justamente distribuídos.
Viçosa, ainda sem seu Plano Diretor revisado, continua sendo moldada, zoneada aos gostos dos poderosos agentes da construção civil, com endosso dos poderes executivo e legislativo, e sem discussão com a população. Sua população carente fica com os ônus diários e os grandes proprietários de terras com o bônus, em médio e longo prazos. Falta aos gestores e legisladores uma visão ampla, democrática e a longo prazo para Viçosa. Planejamento urbano é muito mais que asfalto para a elite, muito mais que ações rodoviaristas ou homenagens controversas. O que aqui é praticado é muito ruim para a cidade, pois acarreta mais segregação socioeconômica e injustiça social.
Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa-MG, em 12/06/2020.
A Câmara Municipal de Viçosa aprovou, em março de 2020, uma lei que denomina Avenida Aguinaldo Pacheco um trecho de mais de 10 km de extensão de vias rurais na região entre Paula e Violeira. Em outro fato, a Prefeitura asfaltou o trecho entre o câmpus da UFV e os condomínios dos Cristais. Esses dois fatos mostram um rodoviarismo segregador, estratégia para beneficiar soluções viárias a fim de atender aos interesses dos grandes incorporadores. O problema é que são dadas prioridades aos que têm mais, em detrimento da melhoria da infraestrutura urbana nos bairros mais humildes.
Há, nas entrelinhas dessa homenagem ao Sr. Aguinaldo, uma forma predadora de planejamento urbano, sem coerência e sem participação popular. A lei que batiza uma via é uma maneira de inserir as intenções de definir o uso e a ocupação do solo na forma com que os interesses imobiliários querem. Não adianta definir regras para uma via ainda rural tortuosa, não pavimentada, pouco habitada, sem estabelecer regras para as áreas adjacentes. São regras ruins e insuficientes, com uma avenida com tal extensão e apenas 7 metros de largura. Esse trecho está previsto desde 2000 como possível anel viário, o qual se caracterizaria como uma via arterial, com quatro pistas e afastamentos adequados. Mas isso está sendo ignorado, pois interessa apenas valorizar uma área comprada por um pequeno grupo de especuladores. Não precisamos de mais batismos, precisamos gerar e fazer nascer corretamente o desenvolvimento urbano, com uma visão menos míope. Tenho muitas dúvidas se o homenageado concordaria com o que foi aprovado, pois ele tinha uma grande competência em urbanismo. Esse zoneamento, mascarado de homenagem, soma-se ao da Av. Geraldo Reis (alguém sabe onde fica?). Essa “urbanização” predatória que já ocorre no Paraíso sem lei, que não quer lei, agora se estende à região leste da cidade.
Quanto ao asfaltamento do trecho de ligação entre o câmpus e os condomínios desertos dos Cristais, esse foi feito com recursos públicos. A região é uma nova zona urbana criada para permitir a construção dos condomínios, ao longo da “Nova Av. P.H. Rolfs”. Os empreendedores asfaltaram apenas o trecho das áreas dos condomínios. Uma ligação com cerca de 800 metros ficou em chão de terra até a Prefeitura asfaltar, acredito que com recursos públicos. No entanto, esse encargo deveria ser feito às custas dos loteadores. Questiono se esse asfalto era realmente uma prioridade para Viçosa, uma vez que, além de uma recessão à vista, há inúmeras vias, nas áreas urbanas densamente povoadas, em condições lamentáveis, como fartamente noticiado neste jornal, há décadas. Os benefícios aplicados nas regiões carentes seriam mais justamente distribuídos.
Viçosa, ainda sem seu Plano Diretor revisado, continua sendo moldada, zoneada aos gostos dos poderosos agentes da construção civil, com endosso dos poderes executivo e legislativo, e sem discussão com a população. Sua população carente fica com os ônus diários e os grandes proprietários de terras com o bônus, em médio e longo prazos. Falta aos gestores e legisladores uma visão ampla, democrática e a longo prazo para Viçosa. Planejamento urbano é muito mais que asfalto para a elite, muito mais que ações rodoviaristas ou homenagens controversas. O que aqui é praticado é muito ruim para a cidade, pois acarreta mais segregação socioeconômica e injustiça social.
13 junho 2020
EDIFÍCIO ARTHUR BERNARDES
Edifício Arthur Bernardes, câmpus da UFV.
Belíssimo exemplar eclético classicizante, nonagenário símbolo de uma grande universidade.
Muito bem conservado, abriga usos compatíveis com seu porte e sua elegância cercada de palmeiras.
Simétrico, ornado na medida certa,
Para mim, digno de tombamento federal.
Belíssimo exemplar eclético classicizante, nonagenário símbolo de uma grande universidade.
Muito bem conservado, abriga usos compatíveis com seu porte e sua elegância cercada de palmeiras.
Simétrico, ornado na medida certa,
Para mim, digno de tombamento federal.
Fotos Ítalo Stephan, junho de 2020.
07 junho 2020
Urban pattern: Recife
Recife. Acrílico s/duratex, 90x90 cm, 07/06/2020.
As cores de Alceu Valença em "Domingo azul" e "Morena tropicana".
04 junho 2020
03 junho 2020
01 junho 2020
CHAMADA: II COLOQUIO INTERNACIONAL CONFLICTOS URBANOS
Estimadas/os,
Les hacemos llegar la convocatoria de resúmenes (hasta el 15 de julio) para poder participar del II COLOQUIO INTERNACIONAL CONFLICTOS URBANOS de la Red Ibroamericana de Investigación en Políticas Públicas, Conflictos y Movimientos Urbanos en la ciudad de Jerez de la Frontera (España), el 5 y 6 de noviembre de 2020. Ante la situación conocida por todxs, existe la opción de participación vitual para ponentes y asistentes en los siguientes ejes de trabajo:
Efectos del COVID 19 sobre los mecanismos de control social, el tratamiento del espacio público y los colectivos vulnerable. Coordinador: Ibán Díaz (Universidad de Sevilla) y Jorge León (Universidad de Navarra)
Desplazamiento, Gentrificación y Turistificación. Impactos de la pandemia sobre las ciudades turísticas Coordinadores: Ibán Díaz Parra (Universidad de Sevilla) y Jorge Sequera (UNED)
Políticas de vivienda y Producción Social del Hábitat. Coordinadores: Cecilia Zapata (Universidad de Buenos Aires), Francisco Vertiz (Universidad de La Plata), Mariana Relli (Universidad de La Plata) Nelson Carroza Athens (Universidad de Playa Ancha)
Espacio urbano, movimientos y política. Coordinadores: Macarena Hernández (Universidad de Sevilla) y Miguel Bravo (Universidad de Sevilla).
Patrimonio y memoria. Coordinadores: Mercedes González Bracco (Universidad de Buenos Aires), María Barrero (Universidad de Sevilla) y Jaime Jover Báez (investigador independiente).
Espacio urbano y género. Coordinadores: Alicia Pérez García (Universidad Pablo de Olavide)
Asentamientos populares. Coordinadores: Ricardo Apaolaza (Universidad de Buenos Aires) y David López (Universidad de Sevilla).
Ciudad y migraciones. Coordinadores: Mariela Díaz (Universidad de Buenos Aires) y Francisco Cuberos (Universidad de Sevilla).
Ciudad y Medio Ambiente. Coordinadora: Vanina Santy (Universidad Libre de Bruselas).
Para más información se adjunta la circular del Coloquio.
Saludos cordiales, Mariela Diaz (UBA- CONICET, Argentina).
Reconstruir é preciso?
Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 28/05/2020.
Em recente notícia, o Ministério Público de Minas Gerais - MPMG - anunciou uma ação que apontou irregularidades na autorização dada pela Prefeitura de Viçosa para a demolição do imóvel localizado na rua Bueno Brandão, 320. A liminar estabelece que a Prefeitura faça um projeto arquitetônico e que o imóvel seja reconstruído pelos proprietários. Mas, será que a reconstrução de um imóvel é a melhor solução? A única solução?
As Cartas Patrimoniais, importantes documentos produzidos ao longo de nove décadas de discussão mundial sobre o patrimônio histórico e cultural, apontam uma série de restrições quanto à reconstrução. Admitem-na como solução apenas em casos de destruição do imóvel por guerra ou por catástrofes naturais (Carta de Cracóvia, 2000). Assim foi feito com a reconstrução da igreja matriz de São Luiz do Paraitinga (SP) depois de uma inundação que a destruiu praticamente toda. Em outra Carta, a de Burra (1980, Cidade australiana), fica definido que a reconstrução deve se limitar à colocação de elementos destinados a completar uma entidade desfalcada e não deve significar a construção da maior parte da substância de um bem. Restauradores famosos, como Cesare Brandi, alegam que os resultados implicam falso histórico, o que também é respaldado na Carta de Veneza (1964).
O Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Cultural e Ambiental de Viçosa – CMCPCA – negou por duas vezes o pedido de demolição do referido imóvel, em 2014 e 2017. Aprovou-a apenas no terceiro pedido, em 2019. Durante todo esse tempo, o CMCPCA entendeu que os proprietários solicitavam a autorização para a demolição do bem, pois os possíveis compradores só se interessariam pelo terreno. Aos interessados, proprietários e compradores, o Conselho sugeriu alternativas à preservação do imóvel, como, por exemplo, uma segunda construção no terreno, já que este é grande. Era possível construir um edifício sem deixar de aproveitar os limites permitidos por lei e ao mesmo tempo recuperar a casa. O Conselho ainda ofereceu a possibilidade de aplicar outros incentivos ao imóvel existente, como isenção de impostos e a utilização do instrumento da transferência de potencial construtivo, já previsto no Plano Diretor de 2000. Nada disso foi aceito. A casa foi demolida e o terreno transformado em estacionamento. Foi uma perda desnecessária, uma perda para o restante do conjunto de arquitetura eclética da avenida, que somada ao Balaústre, à Estação Cultural Hervê Cordovil, ao antigo hotel Rubim e ao Alcântara, compõe a área com maior valor histórico de Viçosa. É o verdadeiro centro da cidade, local de passeios, de compras, de negócios, de serviços, de moradias, de feiras e de festas.
No entendimento de uma colega arquiteta e urbanista, com o qual eu concordo, é necessária a penalização aos responsáveis pela demolição do imóvel, mas a reconstrução dele não vai trazer esse patrimônio de volta. A ser feita justiça, o valor determinado para a reconstrução desse casarão, além das penalidades cabíveis, poderia ser revertido, aplicado na manutenção e na recuperação de bens que subsistem e que poderiam ser revitalizados e preservados para as próximas gerações. Ainda dá tempo de resolver bem essa situação. Que outros fatos tristes como esse não sejam mais permitidos. É possível fazer projetos e construir, concomitantemente, com a preservação de nosso patrimônio. É só usar a inteligência a favor dessa preservação.
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