Carta aberta a Dr. Celito
Lídia Barbosa de Castro
Na sociedade muitos homens
brilhantes se tornam medíocres, a vontade de perpetuar no poder a
qualquer custo os corrompem. Ninguém é perfeito! O ser humano, com todas
as suas vulnerabilidades e limitações físicas, culturais, mentais e
emocionais – ainda que trabalhe com o melhor dos esforços e intenções –
está sujeito a fazer obras incompletas, incorretas ou equivocadas.
Ninguém escolhe errar, pelo menos no que se refere à profissionais de
verdade. Precisamos acreditar que nenhum erro eventual é voluntário e
consciente. Quase sempre erramos quando se busca o acerto – e, neste
caso, não merece punição, mas orientação.
Uma vez ocorrida a falha,
a busca de culpados é uma inútil e improdutiva perda de tempo geradora
de enormes desgastes emocionais, que, além de não trazer soluções
práticas para a correção, ainda compromete seriamente a qualidade das
relações interpessoais dos envolvidos. Nessas circunstâncias, seria
injusto atribuir a causa do erro eventual à ”falta de competência”, pois
também se aprende com os erros.
A maioria dos erros na vida traz
consigo prejuízos de várias naturezas e causam perdas significativas e
preocupantes para as quais devem ser encontrados e adotados
procedimentos corretivos e preventivos. Importante é não perder de vista
as lições que tais erros trazem.
O cidadão espera que o prefeito
se dedique e demonstre preocupação com os problemas da comunidade. O
povo elege seu representante sabendo que ele vai acertar e vai errar,
mas quer vê-lo atuante. O senhor é médico e hoje está prefeito, enquanto
estiver nesse nobre cargo que nos mostre as lições aprendidas com os
seus erros administrativos, e que estas possam ser revertidas em prol da
população.
Provavelmente os erros que aconteceram poderiam ter
sido evitados. A cidade agoniza e algum procedimento preventivo deveria
ter sido adotado, mas não devemos chorar pelo paciente acamado, temos é
que tentar salvá-lo.
Dr. Celito, que tal ministrar para si mesmo
uma forte dose de ânimo com algumas gotas de dedicação? Essa receita é
infalível e amenizaria a dor do arrependimento que alguns de seus
eleitores estão sentindo há tempos. O senhor é capaz! Recomece
administrando com mãos de médico, mas sem o bisturi. Guarde, por um
tempo, seu jaleco e arregace as mangas, use a caneta com maestria e
opere alguns milagres previsíveis. Lembre-se, sem o fogo do entusiasmo
não há o calor da vitória. Seus impacientes eleitores agradecem!
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