14 novembro 2024

DUAS FACES DE UMA CIDADE HISTÓRICA

Duas faces contrastantes. A "histórica" paisagem oitocentista ouropretana.

A mais recente forma de urbanização: precária, arriscada, negligenciada.
Fotos Ítalo Stephan, 2024
 

08 novembro 2024

Dia Mundial do Urbanismo

 


No dia 8 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Urbanismo.

Uma data importante para refletir sobre os rumos das cidades e as consequências evidenciadas pelas desigualdades sociais.

Arquitetos e Urbanistas, cuidemos de nossas cidades, sejamos cidadãos e não nos acomodemos com nossas cidades injustas!

APP prá quê? Governador Valadares

Governador Valadares-MG. Urbanização permitida ao longo do rio Doce, dentro da  Área de Preservação Permanente - APP. 

APP desrespeitada (exigida desde o Código Florestal de 1965). Crime ambiental, ameaça aos moradores, irresponsabilidade dos gestores.



 

03 novembro 2024

1998-2024


Fotos Ítalo Stephan, 1998 e 2024.


 

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

 

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 31/10/2024

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

Viçosa tem 17 bens imóveis tombados pelo município. Deles 12 foram protegidos a partir da iniciativa do Conselho Municipal de Patrimônio, desde 1999. Outros cinco foram tombados a partir da iniciativa privada. Todos são patrimônio arquitetônico, são patrimônio cultural de Viçosa e são obrigados a ser conservados pelo município ou pelos proprietários. O próximo imóvel a ser tombado é o prédio da antiga prefeitura e da câmara municipal, localizado na Praça do Rosário.

Inicialmente, apenas prédios públicos foram tombados: o  eclético Edifício Arthur Bernardes, no Campus da UFV; a eclética Casa Arthur Bernardes (único bem tombado também pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico de Minas Gerais – IEPHA em 1989); a Estação Cultural Hervê Cordovil (1999, uma justa homenagem ao músico viçosense); a Estação do Silvestre (1999, recém requalificada pelo município); o proto-moderno Colégio de Viçosa (1999, aos poucos sendo requalificado para sediar o gabinete e as secretarias municipais); o Colégio Edmundo Lins (1999, que já foi cadeia municipal); a modernista Escola Municipal Coronel Antônio Silva Bernardes (1999); a eclética sede do  Parque Tecnológico de Viçosa (1999, complexo que funcionou como do Patronato Agrícola, CBIA, Funabem, onde muitos jovens tiveram a oportunidade de dar outro rumo para sua própria história), a volumetria da ala mais antiga eclética  do  Hospital São Sebastião (2008) e a Capela dos Passos (2004, que se confunde com o surgimento do povoado que deu origem à Viçosa).  Foi tombado o Balaústre (1999, uma estrutura urbana – balaustrada - com 500 metros de extensão, que corre ao longo de trecho da linha férrea). Recentemente, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Viçosa – Compath, tombou o belo edifício conhecido como o eclético Alcântara, bem particular, mas que estava sendo malconservado.


Por iniciativa de empreendedores locais, foram tombados a fachada da Casa Sede do Primeiro Hospital de Viçosa (2004); a Residência da Dona Cora Bolivar (2006); os prédios de número 119 e 129 da avenida Gomes Barbosa (2004) e o Hotel Rubim (2023). Esses bens foram tombados em troca da permissão de construir edifícios no próprio terreno, em soluções muito discutidas, com resultados muito discutíveis, mas que foram possíveis em troca da preservação dos volumes originais principais. 

Todos os bens aqui citados são patrimônio público, são parte de nossa memória. A preservação desses bens é uma estratégia importante e necessária para a formação da consciência cidadã, capaz de lidar com diferentes modos de compreensão e valorização da sua história. Quanto mais rico e conservado é o nosso patrimônio arquitetônico, maior é o entendimento de uma cidade formada por grupos sociais que merecem ter suas memórias e experiências compartilhadas e respeitadas por todos. É, portanto dever legal do município preservar seu patrimônio. Viçosa ganha recursos para isso, via ICMS Cultural por cuidar do seu patrimônio por assegurar a continuidade dos elementos vitais para a sociedade. Os cidadãos ganham por poder usufruir dele, os futuros moradores terão o direito de conhecer parte de seu passado e reconhecerão os esforços feitos no tempo presente.


02 novembro 2024

26 anos depois...

Viçosa, MG. Início do Balaústre, 1998.

Viçosa, MG. Início do Balaústre. 
Fotos Ítalo Stephan.

21 outubro 2024

20 outubro 2024

PENSAR À FRENTE


Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, MG, em 17/10/2024

As eleições trouxeram de volta Ângelo Chequer à prefeitura. Sua vitória não foi surpresa, embora o candidato do segundo lugar tenha mostrado força, recebendo muitos votos. Também não foi surpresa Ângelo trazer com ele uma forte bancada de apoio na Câmara Municipal. Para a governança, isso é bom; para Viçosa, vamos ver, vamos cobrar. Creio na competência política do futuro prefeito. Seu carisma e a vontade demonstrada poderão alavancar Viçosa, tirando-a de um período de administração bastante questionável, eu diria, medíocre. Ângelo sabe que Viçosa tem enormes potenciais humano, político, educacional e científico, capazes de levar o município até onde merece. Durante a pandemia, demonstrou cuidado enquanto prefeito, soube lidar com firmeza, o que pode ter significado a preservação de vidas viçosenses. Ele merecerá o apoio dos verdadeiros cidadãos, independentemente de terem votado nele ou não.

Acredito que, para o povo de Viçosa e da microrregião, a prioridade zero é resolver a questão dos hospitais, que assustam, preocupam e indignam pelos serviços que prestam (ou deixam de prestar),. Esse é um drama que se arrasta há décadas. Basta disso! Não são poucas as pessoas que, quando podem, vão embora daqui por causa das péssimas condições dos nossos hospitais. Viçosa perdeu muitas cabeças pensantes por isso.

Quanto as outras prioridades, a meu ver, há muito a ser feito pela melhoria da mobilidade urbana, e Viçosa já tem um plano para isso. Existem propostas de obras e programas a serem desenvolvidos. Chegou a hora de começar a viabilizar trechos do anel viário, começando pela alça do trecho Parque de Exposições - Novo Silvestre. Há vias alternativas propostas para melhorar o trânsito dentro da área urbana; uma delas é a ligação entre a Prefeitura e o Morro do Pintinho, passando pela crista do morro que margeia o Parque Municipal do Cristo. É hora de implantar ciclovias e ciclofaixas ao longo do leito da linha férrea e de reinstaurar o estacionamento pago nas ruas.

De acordo com o Plano Diretor de 2023, Viçosa está atrasada na revisão da legislação urbanística, como a do zoneamento, uso e ocupação do solo e do código ambiental. É hora de criar e avançar programas de melhorias e de regularização de imóveis nas muitas áreas mapeadas pelo Plano como Zonas de Especial Interesse Social (ZEIS). Deve-se ampliar a capacidade de elaboração de projetos do Geoplan (que deve voltar a ser IPLAM) para conseguir recursos. É preciso contar com a colaboração de um Conselho Municipal de Planejamento para ajudar a governar. Em relação às questões ambientais, há vários desafios importantes e urgentes: a recuperação do licenciamento do aterro sanitário, a conclusão da estação de tratamento de esgotos; a reciclagem de lixo e a execução do plano da APA do São Bartolomeu. Deve-se, finalmente, efetivar o reconhecimento e a valorização, com recompensa econômica, dos proprietários rurais que implementarem serviços ambientais, como a proteção de nascentes e a produção de água.

A cada início de ciclo, espera-se por melhorias para Viçosa. O município tem todas as condições para avançar em desenvolvimento humano e em qualidade de vida. O prefeito Ângelo Chequer terá, mais uma vez, em suas mãos, com melhores condições do que na pandemia, as chaves para potencializar a qualidade de vida de Viçosa. Ele terá o apoio de quem quer colaborar com o progresso desfrutar disso, somado à crítica construtiva dos verdadeiros cidadãos.

19 outubro 2024

BEM TOMBADO

 

O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Viçosa - Compath - decidiu por iniciar o processo de tombamento do  prédio modernista, que foi sede da Prefeitura e  da Câmara por várias décadas. Atualmente sedia a Secretaria de Cultura, a Biblioteca Municipal e o Centro Experimental de Artes.
Bela iniciativa de proteger ao mesmo tempo a arquitetura, a história e a cultura viçosenses.

14 outubro 2024

LIVRO ESSENCIAL

 

O Espaço do Cidadão, obra de 1987
Livro essencial do essencial Milton Santos

"Cada homem vale pelo lugar onde está: o seu valor como produtor, consumidor, cidadão depende de sua localização no território."

" As condições existentes nesta ou naquela região determinam essa desigualdade no valor de cada pessoa, tais distorções contribuindo para que o homem passe literalmente a valer em função do lugar onde vive. Essas distorções devem ser corridas, em nome da cidadania." 

"A localização das pessoas no território é, na maioria das produto de uma combinação entre forças de mercado e decisões de governo." 

10 outubro 2024

ARTIGO: A SAGA DE UM PLANO DIRETOR

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 3 de outubro de 2024.


 A obra A saga de um plano diretor e os desafios do planejamento urbano em Viçosa-MG, lançada no dia 24 de setembro, pela Editora UFV, é o meu terceiro livro (os dois primeiros são Fábulas urbanas e outras lições sobre as cidades, de 2019, e O patrimônio em risco: o patrimônio arquitetônico na Zona Proibida, de 2022). A obra trata do contexto do planejamento urbano em Viçosa. É uma longa trajetória, cheia de percalços, que vem desde a elaboração do primeiro plano diretor de Viçosa e da legislação urbanística (1997-2000), passa pelas tentativas de aprovação da revisão do plano em 2008 e 2019, e pela proposta elaborada em 2020, finalmente aprovada em 2023.

Em maio de 2000, o Plano Diretor de Viçosa foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal. O grupo formado por professores da UFV e por técnicos da Prefeitura dedicou-se aos trabalhos e continuou o acompanhamento da tramitação das demais leis (Uso do Solo, Zoneamento, Parcelamento, Código de Obras, criação do Iplam). Em 2008, houve uma tentativa de revisar o plano, cujo anteprojeto era um documento encorpado, pois teve inclusas em seu conteúdo as regras de ordenamento territorial (zoneamento, uso e ocupação do solo, parcelamento). O anteprojeto foi redigido de forma a ter grande parte do seu conteúdo na forma autoaplicável. Traria consigo uma parte em que, por meio de um “pente-fino” na legislação existente, eliminaria leis, artigos, seções e alteraria a redação de dispositivos, de forma a compatibilizá-los com o conteúdo atualizado do plano. Foi uma longa jornada, elaborada de forma participativa, mas sem sucesso; o anteprojeto sequer chegou a ser votado.

A partir de 2015, houve uma nova tentativa de revisar o plano. Foi um longo e exaustivo trabalho e um frustrado processo de quase cinco anos. Em meados de 2018, o Projeto de Lei começou a tramitar na Câmara Municipal. Foi devolvido à Prefeitura para alguns ajustes, voltou à Câmara em outubro de 2018 e, em votação final em novembro de 2019, foi rejeitado. Essa rejeição se deveu às pressões contrárias por parte do setor da construção civil. Em 2020, uma comissão foi formada pelo prefeito para fazer uma revisão da revisão, mas isso não foi adiante. Em 2022, Viçosa continuou sem seu plano revisado, com o setor de planejamento urbano modificado (deixou de ser Iplam para ser Geoplan) e com os problemas de crescimento sem a legislação adequada. Nesse ano, foram marcadas reuniões para continuar a discussão sobre o plano, que finalmente foi aprovado em abril de 2023. No entanto, o texto aprovado deixou vários dispositivos para regulamentação posterior (novo zoneamento, revisão da lei do uso do solo e de parcelamento, revisão do Plano de Habitação e de Saneamento). Os prazos venceram em abril de 2024 e, até o fim de setembro, o previsto não ocorreu, o que tem causado dificuldades para a gestão territorial de Viçosa.

Os 71 textos apresentados no livro sempre buscaram induzir os leitores a reflexões sobre a questão urbana. Paralelamente às críticas, procurou-se divulgar os aspectos técnicos, bem como apontar caminhos. A saga de um plano diretor é focada em Viçosa; no entanto, apresenta situações muito semelhantes ao que ocorre em muitas outras cidades do país, onde a política urbana padece com o desinteresse e a negligência de seus gestores. Embora a saga tenha sido contada até 2023, ainda não terminou. Os sinais são evidentes de que ainda terá um longo caminho a ser percorrido.


05 outubro 2024

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DE CAJURI-MG

Diversidade, simplicidade, beleza.

Estação e entorno bem cuidados.

Pátio da Estação.

Conservação e elegância.

Fotos Ítalo Stephan, setembro 2024.



 

03 outubro 2024

V Seminário Cidades, Territórios e Direitos - 2024

Painel com Tião Rocha e Leonardo Civale (UFV) , mediados por Patrícia Monerat (Univiçosa).

Visão geral do auditório do Agros.

Piquenique (Coffee break) em intervalo entre painéis, no bosque da UFV

Uma das apresentações de trabalhos, no DAU/UFV.

Open labs, visita no nosso laboratório (Pupa).
Sucesso total!
Fotos Ítalo Stephan, setembro 2024.
 

02 outubro 2024

Mais que mil palavras


 

MINHA PEQUENA CAJURI

Um pequeno município com um pouco mais de 4.200 habitantes, encravado no Mar de Morros da Zona da Mata mineira.

Estação de 1888, bem cuidada. Ao lado uma Maria Fumaça. 

Praça bem cuidada.

Praça da Prefeitura.

Anfiteatro, com estátuas, atrás da Estação ferroviária.

Fotos Ítalo Stephan, setembro 2024.

 

26 setembro 2024

LIVRO LANÇADO

A  saga de um plano diretor e os desafios do planejamento urbano em Viçosa-MG.
Livro lançado no V Seminário Cidades Territórios e Direitos, 24/9/24,
Disponível pela Editora UFV. 
Adquira em: 
https://www.editoraufv.com.br/produto/a-saga-de-um-plano-diretor-e-os-desafios-do-planejamento-urbano-em-vicosa-mg/5583381

22 setembro 2024

MEREÇA NOSSO VOTO

Artigo publicado no jornal Folha da Mata, em 19/09/2024

Em época pré-eleitoral, os candidatos a prefeito percorrem a cidade em caravanas e festas. Escrevo aqui no gênero masculino, pois, infelizmente, não temos candidatas. Os candidatos são mais simpáticos do que nunca e cheios de promessas. Para quem cabe o papel de escolher quem ficará, pelo menos, quatro anos na principal cadeira do município, há uma mistura de dúvidas. Uma boa parte, leal a alguns candidatos e ideologias, já decidiu e não mudará seu voto, não importa quais argumentos ouvirão. A escolha de um candidato não pode ser simples, míope, ou baseada apenas em qualquer qualidade ou defeito do candidato. É mais séria do que muitos pensam. Não basta gostar do candidato A, B ou C; não basta saber que ele é uma pessoa boa, humilde, caridosa, do povo, bonitinho, simples, carismático ou de boa família. Para votar corretamente, é preciso agir como um cidadão esclarecido; pensar no bem do município; avaliar a capacidade do pleiteante de lidar com a complexidade da gestão.

O prefeito, autoridade máxima do Poder Executivo do município, tem o dever de cumprir as atribuições previstas na Constituição Federal de 1988, definindo onde serão aplicados os recursos provenientes de impostos e demais verbas repassadas pelo estado e pela União. São muitas as atribuições de um prefeito. Elas estão na Lei Orgânica Municipal e no Plano Diretor. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, cabe a ele atender à comunidade, ouvindo suas reivindicações e anseios; desenvolver as funções sociais da cidade e garantir o bem-estar dos seus habitantes; proteger o patrimônio histórico-cultural do município; garantir o transporte público e a organização do trânsito; zelar pelo meio ambiente, pela limpeza da cidade e pelo saneamento básico; promover o desenvolvimento urbano e o ordenamento territorial. Por mais boa vontade que tenha, um prefeito não governa sozinho. Outras atribuições são desempenhadas em parceria com os governos estadual e federal, como a gestão da área da saúde, por exemplo. Na área de saneamento básico, as prefeituras atuam em parceria com os estados. Na área da educação, a obrigação do município é cuidar das creches e do ensino fundamental. O prefeito precisa, independentemente da instrução que tenha, escolher os secretários sob critérios de melhor capacidade para lidar com cada pasta. Sabemos que há muitas pessoas competentes em cada área que abrange a gestão municipal.

Foram citadas algumas das atribuições do prefeito, mas, além disso, este deve apresentar uma visão de futuro para os próximos anos e para daqui a dez, vinte anos. O alcaide precisará elaborar projetos e buscar recursos que garantam sua execução; para isso, tem que contar com pessoas dedicadas a essa função em sua equipe. Abro um parêntese aqui, pois é sabido que sobra dinheiro do governo federal simplesmente por falta de projetos. Quem chegar à Prefeitura precisará entender que estamos em um período de enormes dificuldades nos hospitais, ainda sem tratamento de esgoto e sem aterro sanitário. Passamos a conviver com uma drástica mudança climática, com o acirramento de secas e tempestades severas. Além disso, por mais competente que seja sua equipe, o prefeito não pode deixar de estimular a participação da população, nem deixar de aplicar a legislação municipal, como os planos setoriais, as leis urbanísticas e ambientais. Pergunte ao seu candidato como ele pretende lidar com essas questões. Uma resposta satisfatória de um candidato poderá, enfim, se tornar o motivo de seu voto.


13 setembro 2024

09 setembro 2024

CAMPUS LINDO

Vista do núcleo central do Campus da UFV, a partir do Mirante das Bandeiras.

Recanto das Cigarras - encantador, mesmo em tempos de muita secura.

Fotos Ítalo Stephan, setembro de 2024

08 setembro 2024

MEU VEREADOR FAVORITO

 Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 05/09/2024

Em época pré-eleitoral, é só andar pelas ruas que pessoas sorridentes e simpáticas irão até você, quase amigos de longa data, que lhe tratarão pelo nome, cumprimentarão efusivamente, entregarão um santinho e que logo pedirão seu voto. Só que apenas isso não basta. Se perguntarmos ao candidato que visão de futuro ele tem sobre nosso município, ele provavelmente cairá no lugar comum do tipo:  luta por mais educação, melhor saúde e mais esportes. Essa resposta não deveria nos deixar satisfeitos. Além do mais, poucos de nós sabemos quais são as funções de um vereador.

Segundo o site Politize, o vereador é um agente político eleito pelo voto. Ele trabalha no Poder Legislativo da esfera municipal da federação brasileira. O vereador tem um papel equivalente ao que deputados e senadores têm nas esferas estadual e federal. O vereador tem como função primordial representar os interesses da população perante o poder público. Ao edil cabe propor, analisar, votar e aprovar leis e alterações às diretrizes municipais existentes.  A atividade mais importantes do dia a dia de um vereador é legislar, ou seja, criar, extinguir e emendar leis. Ao vereador também cabe a função fiscalizadora de acompanhar a administração municipal, na supervisão de projetos e nos programas e ações da prefeitura. O vereador deve avaliar aspectos como o cumprimento da lei (como a Lei Orçamentária Anual – LOA) e orçamento, bem como a boa aplicação e gestão dos recursos públicos.

Segundo a Cartilha do Vereador, publicação do Senado Federal, durante o mandato, o vereador deve fazer da Câmara um instrumento de verdadeira e efetiva participação popular nas decisões sobre os problemas que afetam a vida no Município. Precisa garantir a transparência em todas as ações do Poder Legislativo; deve incentivar o cidadão a apresentar ideias e propostas para a melhoria das leis, por meio de audiências públicas. O vereador deve negar qualquer prática assistencialista e orientar as pessoas a buscarem o que necessitam, de acordo com os seus direitos legais, nos órgãos próprios. Deve fomentar políticas públicas que privilegiem a pessoa e que adotem o desenvolvimento sustentável.  Estabelecer o combate rigoroso a qualquer tipo de corrupção, no exercício da tolerância zero, aproximando os órgãos de controle das contas públicas e estimulando a transparência na vereança e na administração pública em geral.

Há muito mais para um vereador fazer em seu mandato. Ele deve contribuir para que a Câmara Municipal prepare, planeje, melhore o futuro do município nos vários aspectos que permeiam a vida local.  Além do tripé saúde, educação esportes citados, há de se lutar pela melhoria das condições, por exemplo, de saneamento; da mobilidade; da cultura e do meio ambiente; na criação de oportunidades, no desenvolvimento das potencialidades que cada município certamente possui. Em Viçosa, há um Plano Diretor e um Plano de Mobilidade a serem implementados e uma lei de uso do solo a ser revisada. Isso não pode sumir da pauta de discussão. Ao sermos abordados, cumprimentemos os candidatos, e se puder, estimulemos a ir além do discurso pronto, questionemos sobre o que pensam para o futuro do município e como, enquanto legisladores, poderão contribuir para isso. Melhor ainda, se disserem que contarão com sua ajuda e participação cidadã, o que você certamente fará, assuma esse compromisso. Uma resposta satisfatória de um candidato poderá se tornar enfim o motivo de seu voto.

01 setembro 2024

Parque Santos Dumont em São José dos Campos

Belo Parque, temático em homenagem ao verdadeiro Pai da aviação. O local é um oásis no meio da cidade, com lago, escola, muitas crianças, vegetação e um pouco da história da aviação, e é vizinho do SESC.

Avião  Bandeirante

Foguetes Sonda.

Réplica da casa de Alberto Santos Dumont de Petrópolis.

Réplica do 14 Bis

Jardim Japonês.
Fotos Ítalo Stephan, agosto de 2024.
Ver mais em:
https://www.tripadvisor.com.br/ShowUserReviews-g303629-d6582416-r935512404-Parque_Santos_Dumont-Sao_Jose_Dos_Campos_State_of_Sao_Paulo.html

 

Lindo Parque: Patrimônio de São José dos Campos

Prédio prtincipal. Parte do conjunto inaugurado em 1924.

O Parque Vicentina Aranha está localizado na cidade de São José dos Campos, é patrimônio histórico da cidade tombado pelo COMPHAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural do Município de São José dos Campos) e Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico)

Pavilhão de tratamento de mulheres restaurado.

. Ocupa uma área de 84.500 m², com 80% de área verde e pistas de caminhada, além de pavilhões projetados pelo arquiteto Ramos de Azevedo, representando um espaço fundamental de preservação ambiental e história da cidade.

Pavilhão de tratamento dos homes, adaptado a um café.

O lindo  Parque recebe cerca de 50 mil visitantes por mês em busca de qualidade vida. Atividades culturais, ambientais e físicas também são oferecidas gratuitamente ao público em uma extensa agenda de programação que traz atrações musicais, cinema, teatro, arte, história e muito mais.

Capela.

Fotos Ítalo Stephan, agosto de 2024.
Ver mais em: https://www.pqvicentinaaranha.org.br/o-parque

25 agosto 2024

O QUE É CIDADE?


 Artigo publicado no jornal Folha da Mata, Viçosa, em 22 de agosto de 2024.

Numa defesa de qualificação de doutorado de uma orientanda minha, um dos membros da banca, um geógrafo começou sua apreciação com uma pergunta que não saiu mais da minha cabeça. Ele perguntou: Afinal o que é uma cidade? Tantos autores, geógrafos, arquitetos e urbanistas, engenheiros, sociólogos se dedicam há décadas para tentar decifrar essa maravilhosa criação humana: a cidade. Trago aqui apenas algumas reflexões, depois de fazer alguns recortes, amparados nas minhas experiências de vida e profissional, nos livros que li e escrevi, nos artigos e matérias da mídia que ousei publicar. Parafraseio a geógrafa Ângela Endlich, ao partir da premissa de que são múltiplas e variadas as pequenas, médias e grandes cidades e que as diferenciam, entre outros aspectos, pela origem, localização geográfica, dimensão demográfica e desenvolvimento econômico.  São também múltiplos os seus agentes, atores protagonistas ou coadjuvantes, os quais diferenciam a origem, a idade, a cor da pele, o sexo, a condição de saúde, a qualidade do ensino, a condição financeira, as relações sociais e tantos outros aspectos.

A grande maioria das cidades brasileiras mal alcançam os vinte mil habitantes. Há aquelas com menos de mil habitantes e as grandes que chegam aos mais de 21 milhões, como São Paulo. Há cidades muito antigas que passaram por diversas fases econômicas (mineração, pecuária, açúcar, café, industrialização, prestação de serviços). Há cidades mais recentes, como as criadas em torno de grandes indústrias. Além dos prédios e ruas, uma cidade, independentemente de seu porte populacional, é formada por um sem-número de agentes e vivências. Numa cidade há moradores em diferentes lugares, em diferentes condições, desde em bairros com infraestrutura adequada, com casas espaçosas e modernas, a subúrbios de infraestrutura precária e sub habitações insalubres.  Os cidadãos são pessoas brancas, pardas ou pretas, no entanto, a cor da pele, infelizmente, ainda é um marcador de pobreza ou de riqueza, um diferenciador de ocupação no espaço urbano.

Na cidade, grande parcela da população é formada por trabalhadores, que precisam se deslocar diariamente, seja de automóvel particular, seja de ônibus, de bicicleta ou a pé. Há quem more próximo do local de trabalho; há quem desperdiça 2, 3, 4 horas por dia no eixo casa-trabalho, ou casa-trabalho-escola. Os trabalhadores encontram postos de trabalho em escritórios confortáveis, em fábricas, atrás de balcões ou enfrentam tarefas pesadas em limpeza e obras. São comerciantes, construtores, profissionais liberais, funcionários públicos. São, entre muitas outras categorias, professores, balconistas, pedreiros, diaristas, serventes ou motoboys.

Em qualquer cidade, as vivências se diferem amplamente. Há idosos e crianças (cada vez menos) que veem sua cidade de diferentes escalas. As mulheres são as que mais se utilizam do espaço urbano pois, ao contrário dos homens, quase sempre incorporam, além do trabalho as tarefas domésticas, obrigações de levar filho à escola ou ao médico; fazer compras, cuidar dos pais etc. Uma cidade abriga políticos, construtores, planejadores, empresários, preservacionistas, ambientalistas, cada qual com suas abordagens e interesses, muitas vezes conflituosos; prejudiciais à qualidade de vida e ao meio ambiente. O grande desafio de qualquer cidade é a busca de equilíbrio dessas diferentes forças, sem prejuízos ou privilégios. Isso exige um ampla visão de quem a governa, coisa rara no país.  Visão esta que pode ser construída a muitas mãos, com a participação de todos os interesses nas discussões do destino da cidade, desde que ouvidos e atendidos. Governar uma cidade exige competência para lidar com conflitos, para construir pactos. Com as eleições municipais se aproximando, prestemos atenção em qual candidato terá condições de lidar com essa complexa, rica, admirável estrutura, que chamamos de cidade.

DOIS ÍCONES DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE JUIZ DE FORA

Atividade de divulgação da tradicionalíssima Festa Alemã na escadaria do Cine-theatro Central, um ícone arquitetônico de Juiz de Fora-MG.
Foto Ítalo Stephan, agosto 2024.