29 abril 2011


O CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço tem a honra de anunciar o lançamento da quarta edição do Concurso CBCA 2011. O concurso tem abrangência nacional e é direcionado para estudantes de Arquitetura, com o suporte de ao menos um professor orientador.
O vencedor do “Concurso CBCA 2011 para Estudantes de Arquitetura” participará como representante do Brasil, concorrendo com os vencedores representantes de países como Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, do “IV Concurso ILAFA de Diseño en Acero para Estudiantes de Arquitetura 2011” organizado pelo ILAFA – Instituto Latino-Americano de Ferro e Aço.
O tema para o IV Concurso CBCA/ILAFA de Projeto em Aço para Estudantes de Arquitetura 2011 será o projeto de uma “ESTAÇÃO INTERMODAL DE TRANSPORTE TERRESTRE DE PASSAGEIROS”.
Trata-se de um complexo arquitetônico urbano destinado ao uso massivo de público cuja finalidade principal é o transbordo e intercâmbio de passageiros entre alguns dos diversos meios de transporte terrestre: ônibus urbanos e interurbanos, ferrovias, metrô, bonde, automóveis, táxis, veículos coletivos, bicicletas, etc. Igualmente, deverá acolher todas as atividades que estes lugares geram tais como comércio, varejistas, supermercados, restaurantes, lanchonetes, assim como, espaços de espera e entretenimento para o público passante.
Este centro deverá considerar os serviços de apoio tais como escritórios de administração, informações ao público, venda de passagens, serviços de higiene, vestiários, serviços de segurança e enfermaria, descarga de insumos, remoção de lixo e outros.
Veja mais em:
http://www.cbca-iabr.org.br/arquitetura/

As cidades mais inovadoras do Brasil

Leia matéria sobre as cidades mais inovadoras do Brasil em:
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI176147-17171,00.html
Quem sabe a sua idéia pode ser a próxima!

28 abril 2011

Convite a todos


Obrigado a todos. Foi muito rico em debates.

dAtenção ao horário novo: 18 h. Vejo vocês lá!

26 abril 2011

Tecnópolis de New Songdo City


New Songdo City, na Coréia do Sul
Esta é uma das dezenas de tecnópolis sendo construídas mundo afora.
Quando teremos as nossas?
Veja um pouco como é em:
http://archrecord.construction.com/features/new_songdo_city/default.asp
Sugestão de Paulo Tadeu Leite Arantes

25 abril 2011

Medo das motocicletas

Está ficando cada vez mais perigosa a convivência com as motocicletas. Automóveis e motos disputam os espaços de forma arriscada. É muita imprudência e impunidade,  de ambas as partes.
Muitos motociclistas não se dão conta de como são vulneráveis e de que precisam obedecer as regras do trânsito. Em qualquer cidade eles não ligam para os sinais amarelos e vermelhos dos semáforos. Ultrapassam pela direita, se arriscam no ziguezague.
Tudo tende a aumentar: acidentes, danos físicos graves e mortes.
Para quem tem automóvel e respeito à vida, é fundamental redobrar a atenção e dirigir por si e pelos motociclistas.

Foto:
http://marconipimenta.blogspot.com/2010/06/macapa-ja-teve-22-acidentes-fatais-com.html

20 abril 2011

ENQUANTO ISSO, NO PARAÍSO

    O município de São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas, desenvolve um sistema inovador de aprovação de projetos de arquitetura. O que antes durava em média 30 dias para tramitar, atualmente leva uma semana. Esse avanço se deve ao fato de o município ter firmado um convênio com a Associação Regional dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Area-SSP). Firmada a parceria entre a sociedade civil organizada e o poder público, logo surgiram bons resultados para a sociedade e para auxiliar na fiscalização da atuação dos profissionais ligados ao CREA-MG. 
Como a prefeitura não dispõe de um número suficiente de profissionais, o processo se agiliza quando a Area-SSP faz a análise prévia dos projetos, permitindo que os autores responsáveis acompanhem o andamento da tramitação e que façam eventuais correções. Desta forma, segue-se a legislação urbanística em acordo com o Plano Diretor (de 2003, elaborado juntamente com o DAU/UFV) - Zoneamento,  Parcelamento do Solo, Código de Obras, Código de Posturas e de Vigilância Sanitária. A fiscalização é feita por uma Arquiteta e estagiários que visitam os terrenos e checam se há irregularidades.  Se existir alguma se procedem as orientações para adequação e regularização.
O programa tem apoio do Crea-MG e do Programa Alianças pela Urbanicidade da Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do estado de Minas Gerais.   
É algo de bom  a ser criado em outras cidades, pois fortalece as entidades, amplia arrecadação de taxas, amplia o mercado de trabalho, melhora o ordenamento urbano, reduz o número de construções irregulares e em áreas de risco e reduz conflitos com a Administração Municipal.

(Baseado em matéria publicada no boletim Vértice, de jan/fev/mar de 2011.)

19 abril 2011

IV Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo - DAU/UFV



Hora
Segunda, 2 de maio às 08:30 - 06 de maio às 22:00

Localização
Departamento de Engenharia Florestal (palestras) / DAU (minicursos e oficinas)
Viçosa, Brasil

Mais informações
A IV Semana de Arquitetura e Urbanismo constitui um evento acadêmico de iniciativa do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa (DAU-UFV).
Tem como objetivo refletir sobre a produção da cidade e da arquitetura no contexto contemporâneo de um mundo globalizado, conectado e tecnológico. Também é objetivo o enriquecimento e a complementação da formação acadêmica dos estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFV e de outras faculdades, assim como profissionais e atuantes na área. Tendo como abordagem os Novos Rumos da Inovação Tecnológica na Arquitetura e no Urbanismo, o evento oferecerá um ciclo de palestras, minicursos e oficinas que proporcionarão discussões, análise e reflexões sobre os impactos das novas tecnologias nos modos de projetar e de produzir arquitetura.

Façam já suas inscrições pelo site: 
http://www.funarbe.org.br/escolhaevento.asp


REFLEXÕES SOBRE OS PLS 37 E 38 PARA ALTERAÇÃO DA LEI 1420/2000 - Parte 2

O segundo projeto  prevê que  serão permitidos  a “construção de mais dois gabaritos [sic] , desde que estes sejam destinados exclusivamente às garagens, sendo, neste caso, expressamente proibida a construção de garagens no subsolo”. Por dois gabaritos deve-se entender dois pavimentos. A justificativa para o projeto é a de que pretende-se “diminuir consideravelmente a movimentação de terra realizada pela construção civil, mesmo porque, são grandes problemas enfrentados pelos empresários e pelo Município, no que tange à legalização dos bota-fora.”
Uma interpretação desta segunda proposta leva a constatar que:
·         A proposta não resolveria todo o problema. É realmente grave a questão da destinação da terra retirada das construções. É necessário agir para regularizar a situação, pois ainda há grande produção de entulhos;
·         Pelas condições da topografia local, para os terrenos em declive, a solução seria possível, mas para os terrenos em aclive, ainda seriam necessários cortes de terra (vide figura 1);
·         Não é necessária proibir a construção de subsolo, quando, em alguns casos, a movimentação de terra seria resolvida dentro do próprio terreno, ou seja, a terra removida em um corte seria usada para aterrar no mesmo lote;
·         Se os pavimentos ficarem exclusivamente destinados a garagem, não seria possível construir lojas ao nível da rua.
Esta medida ajudaria um pouco na redução da demanda por deposição de terra. Mas não é suficiente. Deve-se buscar rapidamente uma solução para o problema dos bota-foras em Viçosa.

Figura 1

Somando a possibilidade de as duas propostas de alteração da Lei 1420/2000, prédios que atualmente teriam, no máximo 6 pavimentos, passariam a ter até 14 pavimentos. Uma combinação do efeito das duas alterações poderia resultar como nas figura 2:

Figura 2

Mais uma vez tenta-se atropelar o Plano Diretor de Viçosa. Para melhorar a cidade, não é possível tentar resolver os problemas apenas da sua área central, é precioso planejar e pensar em soluções  de interesses verdadeiramente coletivos. A alteração na lei, sem discussão com a população, é um projeto inadequado e que se aplicado não atenderá aos objetivos aos quais propõem.  Os únicos setores  beneficiários seriam novamente o imobiliário e a construção civil. Haveria como conseqüências o aumento da densidade populacional, a piora da qualidade ambiental, a necessidade de ampliação de infraestrutura e a piora do trânsito.

REFLEXÕES SOBRE OS PLS 37 E 38 PARA ALTERAÇÃO DA LEI 1420/2000 - Parte 1

O prefeito encaminhou recentemente à Câmara Municipal de Viçosa dois projetos de lei alterando a Lei 1420/2000,  de Zoneamento e Uso do Solo.

O primeiro propõe que nas vias com caixa de rua inferior a 7m será concedida uma compensação de 20%  do potencial construtivo da edificação, desde que conste no projeto um recuo de 2m ao longo da frente do lote. Tal recuo será transferido ao Poder Municipal, possibilitando o alargamento da rua. Com a medida, poderão ser acrescidos até dois “gabaritos” (termo inadequado, pois o correto seria “pavimentos”). O objetivo é “promover o alargamento das vias centrais do Município, aonde o trânsito vem se tornando cada vez mais caótico, sendo certo que, com o recuo [...] a Zona Central da cidade tornar-se-á viável [...]”. Acrescenta que: “Deste modo, em troca de uma mobilidade nas vias centrais [...] , o Poder Público Municipal possibilitará uma compensação ao empreendedor, no intuito de melhorar não só a fluidez do trânsito nas vias centrais, como também a própria estrutura da região central do Município.”
Uma interpretação desta primeira  proposta leva a constatar que:
·               Fica clara a intenção de alargar as ruas; para melhorar a “fluidez do trânsito”;
·               A compensação de 20% a mais do Coeficiente de Aproveitamento (o que permite que o proprietário construa 20% a mais no lote) é muito mais vantajosa para o empreendedor. Por exemplo, em um terreno de 20x30 metros, o proprietário perderia 40 mmultiplicados pelo o Coeficiente de Aproveitamento, mas ganharia 120 m2  multiplicados pelo o Coeficiente de Aproveitamento, ou seja, 3 vezes mais;
·               Se isso ocorrer, consegue-se criar na via duas vagas de estacionamento, mas cria-se, com a compensação, no mínimo uns quatro apartamentos, o que geraria pelo menos 4 automóveis a mais circulando na via;
·               Atualmente,  nas vias com menos de 7 metros de caixa, são permitidos apenas 6 pavimentos e a medida ampliaria a permissão para 10 (vide artigo 54 da lei 1420/2000). Isto significaria mais 4 pavimentos com, no mínimo, 8 unidades habitacionais a mais. Isso geraria mais demanda de garagem e mais carros na rua. Com a  compensação, seriam permitidos até doze pavimentos ou seja, o dobro do atual. No entanto, a caixa da rua continuará estreita em vários trechos;
·               O alargamento de 2 metros seria apenas na frente do lote e para se tornar um alargamento em toda a extensão da via seriam necessárias décadas para acontecer, uma vez que não haveria substituição dos prédios já construídos e nem para prédios tombados. Portanto, teríamos algumas vagas esparsas e não a alargamento da via. Não teríamos melhoria alguma na fluidez do trânsito.

É pertinente lembrar que o Plano Diretor de 2000 (Lei 1383/2000) e a Lei 1420/2000 previam um recuo de três metros com o objetivo de obter-se, em longo prazo,  o alargamento da vias. O recuo foi retirado das leis  e os proprietários ganharam 3 metros a mais para construírem nos lotes.  Há prédios na cidade que alargaram a calçada sem  compensação.
Pretende-se aparentemente  resolver um problema gerado pelo uso do transporte individual. Não há solução para isto em lugar nenhum do mundo. Não é uma solução sustentável e agravar-se-iam ainda mais os problemas dos bairros centrais. 

17 abril 2011

O rio da minha aldeia

      O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
      Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia 
      Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. 
            O Tejo tem grandes navios 
            E navega nele ainda, 
            Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
            A memória das naus. 
              O Tejo desce de Espanha
              E o Tejo entra no mar em Portugal.
              Toda a gente sabe isso. 
              Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia 
              E para onde ele vai 
              E donde ele vem. 
              E por isso porque pertence a menos gente, 
              É mais livre e maior o rio da minha aldeia. 
                Pelo Tejo vai-se para o Mundo. 
                  Para além do Tejo há a América 
                  E a fortuna daqueles que a encontram. 
                  Ninguém nunca pensou no que há para além 
                  Do rio da minha aldeia. 
                        O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. 
                        Quem está ao pé dele está só ao pé dele.   
                        Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

                    Café Filosófico


                    Café Filosófico promove discussões e reflexões
                    Com o intuito de ampliar a inserção social da Universidade por meio de iniciativas culturais, os professores do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, em conjunto com uma equipe alunos da instituição, iniciaram o projeto de extensão Café Literário.
                    O projeto permite a construção de um espaço aberto de debates junto à comunidade em geral – moradores do município de Viçosa, estudantes secundaristas, associações e representantes da sociedade civil, membros do poder público, docentes, alunos e técnicos da UFV e de fora dela –, para a promoção de reflexões sobre o mundo, o tempo, a ciência, o homem, a mulher, a política, o município e todos os aspectos da vida contemporânea.
                    Entre as atividades, contempladas pelo projeto, estão: saraus, exposições, exibição e discussão de filmes, performances teatrais, com o objetivo de promover o diálogo entre pesquisadores, professores, artistas, profissionais e o público não especialista, incentivando a opinião crítica, a produção cultural e a reflexão sobre a realidade local em conexão com os problemas e desafios presentes na agenda global contemporânea.
                    Todas essas atividades serão desenvolvidas nas dependências da Casa Arthur Bernardes, na Praça Silvano Brandão.


                    Encontros
                    A programação para o primeiro semestre prevê dez encontros, realizados entre abril e junho nos espaços escolhidos, com ampla divulgação na cidade e apoio de diversos setores da UFV.
                    O primeiro encontro teve como tema "Conhecimento, educação e desenvolvimento local: o papel da UFV no município de Viçosa" e ministrado pela reitora em exercício Nilda de Fátima Ferreira Soares, em 16 de abril.
                    A professora Beatriz de Basto Teixeira e o professor Ítalo Stephan ministrarão o segundo encontro, cujo tema é "O uso do espaço urbano", no dia 30, também na Casa Arthur Bernardes.


                    (Fonte: UFV Informa /Marco Túlio Câmara, bolsista / Fonte: Diogo Tourino de Sousa)

                    16 abril 2011

                    Cidadania

                    Eu só quero exercer um pouco de cidadania!

                    O que eu te desejo...


                    O que eu te desejo...
                    Elli Michler

                    Eu te desejo tempo.
                    Não te desejo todas as dádivas possíveis,
                    Desejo-te apenas o que a maioria não tem,
                    Eu te desejo tempo para te alegrares e para rires,
                    E se souberes, poderás tirar proveito disso.

                    Eu te desejo tempo para teus afazeres e teus pensamentos,
                    Não somente para ti mesmo, mas também para presenteares.
                    Eu te desejo tempo, não para ter pressa e correr,
                    E sim, tempo para poder estar contente.

                    Eu te desejo tempo, não para passar o tempo,
                    Mas desejo que possas ter tempo de sobra.
                    Como o tempo para a admiração e o tempo para a confiança,
                    Em vez de olhar para o relógio atrás do tempo.

                    Eu te desejo tempo para alcançar as estrelas
                    E tempo para crescer, isto é, para amadurecer.
                    Eu te desejo tempo para ter esperança de novo e para amar,
                    Pois não faz sentido adiar esse tempo.

                    Eu te desejo tempo para te encontrares contigo mesmo,
                    E sentir cada dia e cada hora como sendo a felicidade.
                    Eu te desejo tempo também para perdoar,
                    Eu te desejo: "ter tempo para viver".

                    Livre tradução e contribuição de Maria da Glória Rurack
                    www.ellimichler.de und www.elli-michler.childrentooth.de

                    Imagem - Salvador Dali em: http://oserialblogger.blogspot.com/Fo

                    15 abril 2011

                    Caixa vazia


                    Caixa Vazia.Grafite s/ papel, 2009. Ítalo Stephan

                    “Pare de correr porque o fim chega mais depressa"


                    Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa e trabalha na Volvo.

                          Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.
                          Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.  Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia  seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós  (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por  resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.  Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.
                          Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham  num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da  necessidade: bem pouco se perde aqui.
                          E vejo assim:
                          1. O país é do tamanho de São Paulo;
                          2. O país tem 2 milhões de habitantes;
                          3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com  Curitiba, que tem 2 milhões);  4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB,  Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?  5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os  foguetes da NASA.
                          Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar  errados, mas são eles que pagam nossos salários.  Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que  tenha mais cultura coletiva do que eles.
                          Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.
                          A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no  hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000  funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no  terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã,  perguntei: "Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que  chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."
                          Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de  caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?".
                          Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.
                          Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food  International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na  Itália (o site, é muito interessante. Veja-o!).
                          O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber  devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.  A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele Representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.
                          A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base  para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.

                          A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à  qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
                          Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas  Americanos ou ingleses.
                          E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.
                          Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos,  apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).
                          Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".  Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em  contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos  valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.  Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais  "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com  prazer, o que sabem fazer de melhor.
                          Gostaria que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da  perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?  Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?
                          No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela  responde: - "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."
                          - "Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.  E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.
                          Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam  quando morrem enfartados, ou algo assim.
                          Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se  esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.
                          Tempo todo mundo tem, por igual!
                          Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque,  como disse John Lennon: - "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos  planos para o futuro"...

                          Parabéns por ter lido até o final!   Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o  seu tempo neste mundo globalizado.  Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família.  De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...  Poderá ser tarde demais!    Saber aprender para sobreviver...

                    (Texto encaminhado por Lúcio Santana)
                    Foto retirada de: http://scootersport.wordpress.com/2008/11/07/the-slow-footbike-movement/

                    13 abril 2011

                    Semáforos em Viçosa

                    Começam a ser instalados os semáforos em Viçosa. Há alguns poucos pontos onde me parece serem importantes, como no trevo do Fama e no cruzamento dos acessos ao Cantinho do Céu, na Marechal Castelo Branco. Quanto aos outros tenho minhas dúvidas. Não sei se terão o efeito desejado de facilitar o tráfego dos automóveis e melhorar o trânsito. Poderá haver mais retenção e ampliar o tempo de percurso.
                    O cidadão motorizado vai ter que habituar a parar nos sinais de madrugada, o que inspira insegurança.
                    Não sou expert de trânsito e quero mais é queimar minha língua!

                    08 abril 2011

                    Parque Tecnológico de Viçosa



                    O CENTEV e as Empresas incubadas se mudarão em breve para as excelentes instalações do belo prédio requalificado, antigo CBIA e agora sede do Parque Tecnológico de Viçosa.
                    Um passo em direção à consolidação do Parque Tecnológico.
                    Esperamos que Universidade Federal de Viçosa e a Prefeitura acreditem e se esforcem um pouco mais para dar certo, pois se o Parque der certo, Viçosa tem muito a ganhar.
                    Se tivéssemos um VLT ligando  ao o Parque ao Campus da UFV seria ótimo.

                    06 abril 2011

                    Presente para o décimo milésimo visitante!

                    Quem se identificar como o décimo milésimo visitante ganhará um presente!

                    10.000 visitas! Obrigado a todos!

                    Liliane foi a décima milésima visitante!
                    Liliane, entre em contato comigo.
                    Vai ganhar um quadro meu, um Urban pattern de Brasília
                    Obrigado
                    Ítalo

                    04 abril 2011

                    Nós e os nós


                    Uma lei desobedecida:

                    1.420/2000 - Institui a Lei de Ocupação, Uso do Solo e Zoneamento do Município de Viçosa

                    Art. 54 - Para a ZC, o gabarito máximo das edificações será de:
                    I - 10 (dez) pavimentos para vias com caixa de largura igual ou superior a 7m (sete metros) e vias com saída;
                    II – 6 (seis) pavimentos para vias com caixa de largura inferior a 7m (sete metros) e vias de pedestres ou vias sem saída.



                    Publicado no Tribuna Livre n. 1032, de 01 de abril de 2011

                    Vocês já pensaram quando aquele monte de apartamentos e lojas estiverem habitados e utilizados na Rua dos Estudantes? Lá terá em poucos meses mais de quatrocentos imóveis, dentre apartamentos, lojas e apart hotel. Se, para cada apartamento, loja, escritório, tiver que circular um automóvel (não é uma conta precisa, mas devem ser considerados também carros de donos de lojas, dos clientes, caminhões, táxis, carros de visitantes, carros procurando por vagas que não existem nas proximidades etc.) e se os enfileirarmos, teremos uma fila com pelo menos dois quilômetros de extensão. A rua tem uns 270 metros apenas. A sua via é estreita (não mais que 5,50 m), calçadas só de um lado, tem péssimos acessos. Atualmente já fica totalmente ocupada, servindo de estacionamento para as áreas próximas. E todo o fluxo será escoado para a congestionada Av. P. H. Rolfs e para o acesso à Vila Gianetti. Como será tal confusão? Ainda por cima, há ainda outros empreendimentos previstos para a área.

                    São Paulo acaba de comemorar a entrada em circulação do sétimo milionésimo. automóvel nas mesmas ruas onde antes circulavam 4, 5 ou 6 milhões. Nas milhares de "ruas dos Estudantes" no Brasil, os nós se fazem com facilidade e são desfeitos com muito stress. Há muitas cidades onde já existem mais rodas do que pés, como já ocorre em Viçosa. Os nós no trânsito vão surgindo e se ampliando. Imaginem quando ocorrer na nossa rua dos Estudantes algo que gere alguma situação de obra, transtorno ou mesmo de pânico na área (incêndio, carga e descarga com grandes veículos, correria de pessoas, tiros, acidentes, alagamentos, acúmulo de entulhos, obras de infraestrutura)? No simples dia-a-dia, como será se muitos quiserem chegar ou sair ao mesmo tempo?


                    É preciso tempo para planejar soluções nas cidades. Planejar é antecipar. Mas é o planejamento que os políticos e construtores dos muitos prédios não se interessam, pois visam, antes de mais nada, aos lucros. Querem apenas o "seu" progresso. Os resultados arquitetônicos e urbanos são muito ruins, diria mesmo insustentáveis. Os setores da construção civil e imobiliário mascaram empreendimentos com nomes pomposos e sugestivos como "Eco life", "Green Tower", "Vila Fiori", "Parque dos Pássaros", "Villa Gaia" etc., que não são nada mais que conjuntos de muitos apartamentos de área mínima, sendo que vários têm janelas abertas para orientação solar desfavorável e a maioria são mal isolados térmica e acusticamente.


                    As soluções, mais que conhecidas, passam por: pensar na qualidade de vida das pessoas, estabelecer uma densidade populacional compatível com a malha urbana e a capacidade de fornecimento de infraestrutura; reduzir o trânsito pesado da área central; pensar na cidade sem automóveis em algumas áreas, principalmente as centrais; melhorar em muito o transporte coletivo, torná-lo de boa qualidade, confortável, seguro, pontual, muito mais barato e acessível; criar pistas específicas para bicicletas e calçadas acessíveis. Tudo isto é perfeitamente possível em qualquer cidade. Se não aproveitadas, as oportunidades podem ser perdidas, como é o caso do leito da linha férrea em Viçosa. Atualmente o que vemos é improviso e é destinado a solucionar o trânsito de veículos. Será que só muito tarde as autoridades correrão para dar soluções mirabolantes cada vez mais caras? Ou devemos apenas esperar o teletransporte (tão comum na ficção científica)?

                    03 abril 2011

                    Arquitetura Protomodernista em Juiz de Fora

                     Edifício Sulacap,  Rua Halfeld, em Juiz de Fora. Foto Ítalo Stephan, 2011

                    Proporção adequada para a rua, clareza estrutural, interessante jogo de cheios e vazios, janelas com venezianas e folhas de guilhotina,  bem conservado. 

                    Década de 1950? Não acho mais informações sobre este belo exemplar arquitetônico. Quem tiver, agradeceria conhecer.

                    Urban pattern: Palmanova


                    Pintura acrílico sobre tela. 1996. Ítalo Stephan

                    Exposição Noel Rosa em Juiz de Fora

                    Interessante exposição sobre a grandiosa obra de Noel Rosa, no Espaço Cultural dos Correios em Juiz de Fora